sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Pop Star da Sé - Banda Josie




A banda Josie se apresentou no Metrô Sé semana passada, dia 23 de novembro, no Projeto Som Jovem – Seis na Sé. A Iniciativa é da Secretaria Municipal de Participação e Parceria com apoio do Metrô e o intuito do projeto é conter a população no horário de pico com entretenimento da melhor qualidade para amenizar o fluxo do movimento deste horário.

O que posso dizer deste dia é que foi um dos shows mais gratificantes que fiz na minha vida. É claro que sempre tive o incentivo dos amigos, dos colegas de trabalho e cada apresentação sempre foi uma surpresa, uma nova emoção. Já tocamos também em lugares públicos, mas era no próprio bairro de Santo Amaro, sempre com pessoas conhecidas por perto nos dando aquele apoio moral.

Desta vez não, tocamos longe de casa, no marco zero da cidade, na maior concentração de pessoas no horário do rush da capital paulista. Claro que sempre bate uma insegurança, aqueles questionamentos de sempre: será que o pessoal vai parar para ver o show? Será que não vamos amarelar? Será que chegaremos a tempo? De qualquer maneira foi muito melhor do que nós esperávamos.

A estrutura era profissional, com som de qualidade, um palco gracioso e um cenário muito criativo e bem elaborado. E o mais importante de tudo: a participação do público do começo ao fim. As pessoas que pararam para ver o show cantaram com a gente, aplaudiram, dançaram e com certeza nos deixaram muito mais extasiados do que nós os deixamos, foi uma troca de energia positiva sensacional. O carinho recebido foi indescritível, nos trataram como banda que está na mídia. O público foi nos cumprimentar, bateram foto, pediram abraços e até presente eu ganhei de um rapaz super humilde e gentil.

Não sei ao certo quantas pessoas estavam nos assistindo, mas a sensação foi maravilhosa. Concluí que a população é carente deste tipo de iniciativa e o pouco que é feito para eles já é muito mais do imaginamos. E eu? Me senti totalmente abençoada de poder pelo menos por 50 minutos, ter passado um pouco de alegria para eles com meu jeito descontraído de fazer uma apresentação.

Como a maioria dos amigos sabe, mais do que cantar, me movimento o tempo todo no palco, danço e faço mil caras e bocas. Hoje as palavras são poucas, mas totalmente verdadeiras. Virei por uma tarde, a Pop Star da Sé. E não se preocupem, pois continuo com o pé do chão e sabendo que todos têm 15 minutos de fama. O meu rolou neste dia e só. Graças a Deus não houve aquele deslumbramento juvenil de me achar a tal.

Os meninos da banda também se sentiram glorificados, pois eles também receberam o carinho do público. Meu tecladista, Márcio Medeiros, amigo de longos anos, que sempre morou na Vila Cruzeiro e fazemos parte dos músicos do bairro que continuaram com a brincadeira de ter banda depois do boom do cenário musical de pop rock dos anos 80, me confessou que por alguns momentos do show seus olhos ficaram cheios de lágrimas, tamanha a emoção que sentiu nesta apresentação. Mais do que tudo, o que vale nesta vida é exatamente isso: os bons momentos que nos emocionam com toda a pureza do coração.

Valeu a pena, êh, êh! Valeu a pena, êh, êh!


Tenham um ótimo final de semana!
Beijos e fiquem com Deus!
Paz & Música

Nana

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Mistério divino dos relacionamentos humanos

“Quem poderá explicar esse mistério santo da vida? Dentro desse divino segredo do coração, basta, às vezes, um gesto, uma palavra, um olhar, para que o espírito se algeme a outro para sempre......(50 anos depois - Emmanuel – Psicografia: Chico Xavier)”

Não é mais novidade para ninguém que sou uma pessoa que chora até com beijo de novela. Como diria Zeca Baleiro: “estou tão a flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar”. Sendo assim, é claro que quando li o trecho mencionado acima, no livro “50 Anos Depois”, no segundo capítulo "Um Anjo e um Filósofo", exatamente na página 43, despenquei a chorar.

E o motivo é um só, essas palavras são profundas e verdadeiras e digo mais, não é só quando nos apaixonamos, mas com amizades também. Tudo tem um começo e esse começo é exatamente com um olhar quando as pessoas se encontram e se analisam, depois vem um gesto qualquer e por último, a palavra, a conversa para a aproximação.

Claro que dependendo do nosso grau de carência, podemos confundir essas ações e levar para o lado errado, mas de qualquer maneira, essas duas pessoas já estão entrelaçadas, uma já faz parte da história da outra. No entanto, como já mencionei, esta ligação fraternal não é apenas de relacionamentos a dois, mas também de amizades sinceras. Este trecho me fez lembrar da minha amiga de infância Margarete, que já citei algumas vezes por aqui. Nos conhecemos há quase 34 anos e tudo começou com um olhar, o reconhecimento na sala de aula.

O ano era de 1976 e começava a cursar a 1ª série do 1º grau na escola mais popular do bairro, “Plínio Negrão”, e o que todos fazemos em todos os lugares novos que adentramos mesmo quando crianças? Olhamos tudo e todos ao nosso redor. Mesmo as pessoas tímidas, elas também fazem este reconhecimento. E foi o que aconteceu comigo e com a Margarete. Um belo dia, a criançada da rua estava em frente à minha casa brincando de “amarelinha” e olhei para ela e perguntei: “você não está na minha classe?” E foi assim que começou nossa amizade que dura até hoje. Além de estudar comigo, ela morava na rua que eu havia acabado de me mudar.

Esses dias assisti um filme que falava sobre este tipo de amizade, esta cumplicidade que temos com alguém durante a vida. E não precisei pensar muito. Graças a Deus tenho muitos amigos maravilhosos e fiéis, mas uma pessoa que passou por todas as fases da minha vida, exceto a primeira infância, e que está envolvida em todos as minhas histórias, sem dúvida nenhuma é a Margarete. Posso dizer que de uns anos pra cá, a vida nos separou um pouco, mas separou fisicamente, pois ela casou e não mora mais na nossa querida rua 5, porém, continuamos a quebrar o maior pau por telefone e às vezes nos encontramos no bar da Aniella ou nos eventos sociais da rua 5.

Tive a honra de ser uma de suas madrinhas de casamento, coisa que muito me emocionou e definitivamente, ela é a testemunha de todos os meus devaneios, meus projetos de vida, minhas vontades, meus sofrimentos. Claro que quando ela conta uma história minha, ela tem o dom de aumentar a história e deixá-la mais apimentada. Esse é seu jeito de ser e viver, ou seja, fazendo graça para o mundo. Pelo menos era assim quando todos nós ainda tínhamos uma vida social ativa.

Assim como ela sabe sobre a minha vida, eu também sei sobre a sua vida e muito aprendi com esta pessoa. Por algumas vezes tive que ser dura com suas atitudes. Mas ela é feliz, eu não lembro de ter mandado um e-mail cruel para ela como costumo fazer quando surto, quando estou magoada. Conosco é assim, cara a cara. O que temos que falar uma para a outra é na lata. Uma amizade verdadeira que até olha os defeitos da outra, mas sempre no intuito de ajudar e não de humilhar. Ela quer o meu melhor, assim como quero o seu melhor.

Bom, agora que já declarei o meu amor para a Margarete, coisa que não deveria, pois esta semana ela acabou com os meus dias de luta me criticando sobre o meu jeito de olhar e sentir a vida, escreverei sobre o que sinto referente ao trecho citado no início do texto quando se diz respeito ao amor a dois. Às vezes, não conseguimos entender a ligação que temos com uma outra pessoa. De qualquer maneira, ela está ali, e já faz parte da nossa vida.

Pode ser que um dia a gente nunca mais veja, nunca mais saiba de seu destino, mas mesmo confundindo a situação, o que aconteceu já ficará para sempre. Ainda mais no meu caso que tudo vira música. Tudo é inspiração para uma bela canção. Nossos destinos não foram traçados na maternidade, mas, nossos espíritos, por confusão ou não, já estão ligados para sempre.

E mesmo quando tudo acaba sem ter começado, mesmo quando a confusão já está armada, tudo que acontece nas nossas vidas é uma lição, uma experiência e com certeza muita coisa boa aconteceu, principalmente para mim que enfrentei todos os meus medos tendo que tomar atitudes, tendo que colocar a cara pra bater, tendo que superar o pavor da rejeição. Tudo isso foi muito melhor do que me arrepender de nunca ter feito como aconteceu em outras oportunidades. A dor faz parte da nossa evolução e só quem arrisca tem um retorno e não fica no amor platônico. No sonho, no amor impossível.

De qualquer forma, mesmo se o destino separar nosso convívio e mesmo que nunca mais eu tenha contato com o ser da mais recente ilusão amorosa, sendo carência ou não, sendo loucura ou não, já existe um amor fraterno e uma cumplicidade inexplicável. A paixão, a atração física, o tempo apagará, como tudo na vida passa, este sentimento também passará, mas, a fraternidade permanecerá. Nossos espíritos já estão algemados para toda a eternidade, isso se já não era algo premeditado, algo que tinha que acontecer para resgatar as faltas do passado.

Uma frase que está em alta por causa da exposição na Oca que vai até o dia 20 de dezembro, das 9h às 19h, no Parque no Ibirapuera, na zona sul da capital, é a do livro “ O Pequeno Príncipe”: “Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Ou seja, querendo ou não, mesmo se o sentimento do outro não seja igual ao nosso, mesmo se o que foi importante pra gente não foi para o outro, mesmo se tudo não passou de loucura de uma mente carente, a ligação já foi feita. E a responsabilidade não é de um só. Somos responsáveis por tudo que cativamos, por tudo que cultivamos, por tudo que pensamos e principalmente, por tudo que atraímos para nossas vidas, sendo por afinidades ou por vibrações negativas e positivas.
Encerro o texto com mais uma frase do livro "O Pequeno Princípe": Amar não é olhar um para o outro, é olhar juntos na mesma direção.


Paz, Música & Amor
Beijos e fiquem com Deus
Nana

sábado, 31 de outubro de 2009

Convivência - Mensagem de André Luiz - Psicografada por Chico Xavier - Livro: Respostas da Vida


A vida toda sempre demorei muito para dar o primeiro passo. No entanto, quando começo algo levo a sério e vou até o fim, principalmente depois dos trinta. Nos últimos dez anos, dificilmente deixo um curso, um tratamento, uma amizade, um amor no meio do caminho. Me tornei uma pessoa disciplinada, que chego a ser até chata e radical com as coisas que estabeleço para minha vida. E como não podia deixar de ser, continuo firme e forte frequentando há exatos seis meses a Federação Espírita do Estado de São Paulo, lá da rua Maria Paula, no centro da cidade.

Continuo na assistência espiritual, na minha reforma íntima e toda vez que vou até lá é sempre com muita vontade e muita alegria. As palestras continuam me emocionando e a cada dia sinto mais tranquilidade e percebo que estou mais serena, e melhor, sei que não estou mais sozinha em nenhum momento dos meus dias. Claro que pelo simples fato de estar por aqui, já me torna um ser humano cheio de defeitos, que erra, cai, levanta e que ainda tem muito que aprender. Ou seja, tenho que, principalmente, colacar em prática tudo que ando lendo, escutando e estudando. O caminho é longo, contínuo, e o que importa é que chegou a hora e não posso parar de forma alguma.

Na FEESP, em todas as assistências, recebemos um panfletinho com uma mensagem psicografada por Chico Xavier, alternando os ensinamentos de André Luiz, de Emmanuel e outras Entidades de Luz. Muitas dessas palavras, na maioria das vezes, parece que são ditas diretamente para nós, são as respostas para o que estamos sentindo no momento, aliviando nosso sofrimento, aflições e angústias.

Para dividir essas máximas com os amigos, irei selecionar algumas e postar aqui no blog. Hoje recebi uma mensagem que fala sobre um assunto que já li no Evangelho Segundo o Espiritismo, codificado por Allan Kardec, porém, a mensagem de André Luiz está com uma linguagem mais atual, de mais fácil compreensão. Aí vai:


CONVIVÊNCIA

A vida vem de Deus, a convivência vem de nós.
Aqueles companheiros que nos partilham a experiência do
cotidiano são os melhores que a Divina Sabedoria nos
concede, a favor de nós mesmos.

Se você encontra uma pessoa difícil em sua intimidade,
essa é a criatura exata que as leis da reencarnação lhe
trazem ao trabalho de burilamento (aperfeiçoamento) próprio.

As pessoas que nos compreendem são bênçãos que nos
alimentam o ânimo de trabalhar, entretanto, aquelas outras
que ainda não nos entendem são testes que a vida
igualmente nos oferece, afim de que aprendamos a compreender.

Recordemos: nos campos da convivência é preciso saber
suportar os outros para que sejamos suportados.
Se alguém surge como sendo um enigma em seu caminho,
isso quer dizer que você é igualmente um enigma para esse alguém.

Nunca diga que a amizade não existe; qual nos acontece,
cada amigo nosso tem suas limitações e se algo
conseguimos fazer em auxílio do próximo, nem sempre
logramos (conseguimos) fazer o máximo, de vez que somente Deus
consegue tudo em todos.

Se você realmente ama aqueles que lhe compartilham a
estrada, ajude-os a ser livres para encontrarem a si mesmos,
tal qual deseja você a independência própria
para ser você, em qualquer lugar.

Quem valoriza a estima alheia, procura igualmente estimar.
Se você acredita que franqueza rude pode ajudar alguém,
observe o que ocorre com a planta a que você atire água fervente.

ANDRÉ LUIZ


Que essas palavras toquem vocês como me tocaram hoje à tarde. E que a paz de Jesus te envolva de imensa luz e calor fraterno.


Paz, Amor & Música!
Beijos e fiquem com Deus!

Nana

domingo, 25 de outubro de 2009

Telegrama - Zeca Baleiro


Sempre escuto na rádio Nova Brasil, a música “Telegrama” do cantor e compositor Zeca Baleiro. E esses dias como ando meio down, a música me chamou a atenção, principalmente essas duas frases: “eu tava triste, tristinho”, “eu tava só, sozinho”.

Fiquei pensando também na frase “mais sozinho que um Paulistano”. Esta é uma triste, mas é a mais pura realidade. Mesmo quem tem família na cidade de São Paulo, a maior parte do dia estamos sós. Ou indo para o trabalho, tanto o tempo que perdemos com o transporte público, como com o tempo que perdemos dentro do carro parados no trânsito caótico da cidade, ou no trabalho, concentrados na frente do computador, ou nas viagens de negócio ou em tantas outras circunstâncias. E para quem é solteiro então, após uma certa idade, sem uma galera para sair, sem uma companhia para se distrair.

Quem não tem um relacionamento a dois então é só solidão. Mesmo quem mora com a família, como é o meu caso, muitas vezes só nos vemos aos finais de semana, na hora do almoço, ou na hora no jantar, o resto do dia fico no quarto, na frente do computador, enlouquecida no MSN, Orkut, facebook, youtube e afins. Ou então na frente da televisão assistindo programas, filmes, esportes e a vida social onde fica? Não fica, é claro.

Será que a cidade de pedra nos leva a isso mesmo? O frio, a garoa de São Paulo, o corre-corre do dia a dia em busca do sustento ou em busca do lucro desenfreado distancia as pessoas? Será que tudo isso esfria os relacionamentos de amizade? Muitas vezes, até rola um convite, mas com o frio e a preguiça, preferimos continuar enlouquecidos em casa ao invés de fazer um programinha qualquer para aliviar a dor. Por isso nem tenho como questionar a frase de Zeca Baleiro.

Passei 15 dias em Salvador, desses 15 dias, 11 tivemos um programa, uma festa, um show, um cinema, um churrasco ou simplesmente um encontro com amigos para bater papo. E todas essas baladas com pessoas maduras, dos seus 35 anos para cima. Será que o sol, a praia e o mar são a energia natural que falta em São Paulo e que nos leva a uma outra forma de vida? Pior disso tudo é que São Paulo nos proporciona a melhor noite do país inteiro. Com uma gastronomia e diversidades de comidas típicas fantásticas, além dos shows, teatro, cinema, circuito alternativo com a melhor música independente, balada para todos as tribos, ou seja, temos tudo por aqui, o que quisermos e na hora que precisamos. Qualquer serviço é altamente qualificado, São Paulo é a cidade.

E porque somos tão sozinhos? Tô generalizando? Pode ser, pode ser que falo apenas por mim, mas o meu olhar para os paulistanos é essa mesma, a mesma de Zeca Baleiro.

Outra frase que acho intrigante, mas entendo é: “tava mais bobo do que banda de rock”. Não poderia concordar com isso justamente por tocar rock pop na banda Josie, mas, acredito que Zeca Baleiro tenha escrito esta frase devido a tal atitude rock and roll que uma banda tem que ter para agradar os teens e principalmente para render muito dinheiro para a indústria cultural. Para isso, é preciso ter estilo, pose, movimentos corporais estudados, cabelo esquisito, instrumentos irados etc e tal.

O importante é fixar o estilo e ser identificado por ele onde passa. Acho isto bacana, faz parte do show, mas eu não me encaixo nesta levada. Mesmo na época que era apenas baixista e bem novinha, não conseguia ter este comportamento rock and roll, o que sempre me destacou foi a técnica, o fato de ser mulher, pois nos anos 80 ainda era raro uma mulher tocando um instrumento e porque toco sentindo a música e assim viajo um pouquinho. Mas não tenho cabelo descolado, ao contrário, tenho um descabelado, não tenho tatuagens no corpo, nem piercing, no máximo uma roupinha mais moderninha, pero no mucho.

Agora é claro que quando vejo um vídeo da banda Josie, tento corrigir coisas que esteticamente não ficam legais como os ombros caídos, me deixando meio corcunda. Também ajeitei o modo de segurar a guitarra para ficar mais rock and roll e a posição dos pés quando estou com uma guitarra em punho. Meu pé ficava meio torto, virado para dentro e não era nada legal. Mas tudo isso é porque sou dona do meu nariz e não estou na mídia. Com certeza se um produtor mandasse, uma gravadora ou uma grande rede de televisão, eu também entraria nesta onda. Não posso enganar ninguém, mesmo não correndo muito atrás disso, meu sonho sempre foi fazer sucesso e viver única e exclusivamente da música.

Esta semana, inclusive, estava num ponto de ônibus na Avenida Santo Amaro e aí apareceram seis meninos, nos seus 16 anos, completamente produzidos e lindos, todos de óculos escuros, num estilo totalmente Zac Efron, ator teen do sucesso cinematográfico juvenil High School Musical, até o que tinha cabelos encaracolados, o corte era descolado e os cachos bem definidos e pensei: “Com certeza eles estão indo para o Disney Channel Brasil!” Sério! Não é possível tanta produção para apenas paquerar as menininhas na escola. O destino deles, certamente, era uma emissora de televisão.

Concluindo, o cantor Zeca Baleiro deve achar que uma banda de rock por toda esta produção, pelos pulos, pelas caras e bocas, pelos movimentos corporais e dos cabelos, pelas guitarras jogadas no chão, ou seja, que tudo não se passa de um grande circo armado, tanto é que o fechamento da frase é esta: “tava mais bobo que banda de rock, que um palhaço do circo vostok”.

Bom, mas a música não é só drama, pois ele recebe um telegrama dizendo que no mundo tem alguém que diz que muito lhe ama. E isso lhe deixa tão feliz que até beijar o português da padaria ele tem vontade. É isso mesmo, quando estamos felizes somos capazes de qualquer atitude, da mais singela até a mais insana.
Telegrama - Zeca Baleiro
Eu tava triste
Tristinho!
Mais sem graça
Que a top-model magrela
Na passarela
Eu tava só Sozinho!
Mais solitário
Que um paulistano
Que um canastrão
Na hora que cai o pano
Tava mais bôbo
Que banda de rock
Que um palhaço
Do circo Vostok...
Mas ontem
Eu recebi um Telegrama
Era você de Aracaju
Ou do Alabama
Dizendo:Nêgo sinta-se feliz
Porque no mundoTem alguém que diz:
Que muito te ama!
Que tanto te ama!
Que muito muito te ama,que tanto te ama!...
Por isso hoje eu acordei
Com uma vontade danada
De mandar flores ao delegado
De bater na porta do vizinho
E desejar bom dia
De beijar o português
Da padaria...
Mama! Oh Mama!
Oh Mama!Quero ser seu!
Quero ser seu!Quero ser seu!
Quero ser seu papa!.



Beijos e tenham uma ótima semana!

Paz & Música
Nana

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Moradores em situação de rua

Uma das minhas responsabilidades na nova função que exerço me permite andar pelos quatros cantos da cidade. Do extremo da zona sul, Parelheiros, ao extremo da zona leste, Cidade Tiradentes, São Miguel Paulista e Ermelino Matarazzo. Nunca imaginei que um dia iria aos lugares que vou agora e acho isso muito gratificante. Enriquece meu senso de justiça, uma vez que sempre fui de esquerda justamente por priorizar o lado social.

Durante os 20 anos de Ditadura Militar, os professores tiveram que ficar em silêncio, principalmente depois da instituição do AI5 (ato institucional nº 5), de 13 de dezembro de 1968, onde tudo que fosse falado era subversivo e os comunistas eram literalmente caçados, pois foi formado o CCC (comando de caça aos comunistas).

Sendo assim, a didática nas escolas também sofria censura. E além de fiscalizar o que estava sendo passado para os alunos, foi instituído as disciplina de Educação Moral e Cívica e OSPB (Organização Social e Política do Brasil) para enaltecer o governo militar. A frase Ame-o ou Deixe-o era o slogan da Ditatura no início dos anos 70.

Porém, após o término da Ditadura Militar, nos meus 16 anos, exatamente em 1986, quando os professores voltaram a falar sobre política, abracei a causa socialista naquele entusiasmo de querer mudar o mundo que só a juventude tem. Contudo, não era a favor do socialismo onde tudo é do governo, o que também acabou virando uma grande e cruel ditadura nos países que estabeleceram este sistema. E tudo que sufoca o povo não consigo aprovar. No entanto, comecei a priorizar que todos os cidadãos deveriam ter pelo menos o direito ao básico, ou seja, saúde, educação, moradia, saneamento básico, alimentação e lazer, diminuindo assim, as diferenças sociais que são gritantes nos países de terceiro mundo. Atualmente o Brasil faz parte do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), países considerados emergentes, em ascensão econômica, no entanto, ainda estamos muito longe de resolvermos todos os problemas sociais deste país.

Esta andança por toda a cidade me possibilita ver de perto o que sempre quis que melhorasse. Bem ou mal, bastante coisa está sendo feita pela atual administração, mas, sabemos que pela deficiência de todos esses anos de descaso, a cidade cresceu sem organização e muito ainda precisa ser feito.

Entretanto, o que mais me dói não são as favelas, as invasões ou as casas de alvenaria construídas sem planejamento, tornando esteticamente a periferia da cidade nada agradável para os olhos. Nestes casos, de uma forma ou de outra, as famílias, as pessoas, possuem uma casa para se protegerem do frio, do calor e da chuva. Tem favela por aí muito mais organizadas que algumas comunidades. O mais triste de ver, meus amigos, são os moradores em situação de rua.

Sim, eu sei que muito deles não querem ter um lar, não aceitam ir para os albergues. Mas, o que vemos são famílias inteiras morando embaixo de viadutos, nas calçadas, nas praças, nos cantos não só do centro, mas, de toda a cidade de São Paulo. Sem contar, as crianças cheirando cola e fumando crack. Não é preciso ir até a cracolândia, na Nova Luz para presenciar essas imagens, vemos no centro todo crianças drogadas, homens alcoolizados e mulheres em situação física e moral degradante.

Existe Secretarias apenas para cuidar deles, ONGs, instituições privadas que tentam ajudar. Como é difícil ver o que se passa por aí, nos sentimos impotentes diante de tanto abandono. De quem é a culpa? Do governo? Da sociedade? Das igrejas? Das cidades grandes? Realmente não sei dar uma resposta para este problema. Só sei que às vezes, o pouco que parece insignificante, pode ser muito para quem está passando frio e fome na rua.

Em pleno inverno de julho, naqueles dias gelados da madrugada de São Paulo, li no caderno Cotidiano, do Jornal Folha de São Paulo, que um grupo de ciclistas urbanos comprou cobertores e distribuiu para os moradores de rua na região da Paulista e dos jardins. Outros grupos também de pessoas do bem, distribuem sopas, que além de alimentar, aquece a alma desta parte da população. Isso não resolve o problema, mas ameniza a dor, o frio e a fome de quem está nesta situação.

Como escrevi acima, muitos rejeitam qualquer tipo de ajuda e preferem ficar vagando por aí, mas a maioria realmente está nessa situação por falta de condições financeiras, de recolocação no mercado de trabalho e por não terem uma família pra contar. Triste realidade. E nós? Eu mesma me fecho dentro de casa remoendo pequenos problemas. Triste por não ter um amor, angustiada por coisas que não chegam aos pés de não ter uma cama quente para dormir, um lar, uma família, amigos. Sei que cada um sabe onde o calo dói, angústia faz parte do nosso cotidiano, no entanto, passear um pouco por aí, encarar a realidade frente a frente é bom para lembrarmos o quanto somos privilegiados em possuir uma casa, um emprego, carro, amigos, direito a férias e lazer.

Não é fácil. Para tentar acertar todo esse problema, o trabalho a ser feito é muito maior do que de solidariedade. É um trabalho árduo, de reestruturação social e nós, que sonhamos por um mundo melhor, temos duas funções, ou o trabalho de solidariedade, ou fiscalizar quem colocamos no poder para resolver os problemas sociais deste Brasilzão afora, desta cidade de pedra, desta cidade que trabalha e nunca para, desta cidade que move o mercado financeiro, desta gritante diferença social, onde têm pessoas que nunca chegaram nem próximas a um bairro da periferia.

Agora uma coisa é fato, não podemos fazer isso sozinhos. O lance é barra pesada. Se quisermos ajudar é melhor buscarmos uma ONG, uma instituição que já faça isso e nos inscrevermos como voluntários. Eles possuem toda uma organização, logística e preparação para este tipo de ação social. Gente, arregaçar as mangas não é fácil mesmo, a realidade é dura, eu, por exemplo, fico aqui escrevendo e também não faço a minha parte. Minha intenção não é dar lição de moral em ninguém, é despertar a todos e a mim mesma da realidade deste planeta terra.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Salvador - Praia, sol, mar, música e muitos amigos!

Foto: Aline Widera
Farol da Barra - Salvador - BA

Mais umas férias, mais um ano em Salvador hospedada sempre com muito receptividade e atenção na casa da minha amiga paulista, Marta Camargo, que há dez anos nos deixou e mora na Praia do Flamengo, última de Salvador, sentido litoral Norte, divisa com o município de Lauro de Freitas. Sua casa é tão graciosa, tão praia, tão armação ilimitada que a chamo carinhosamente de Pousada da Dona Marta. Em setembro, antes mesmo de chegar a primavera, a Bahia já é quente, com muito sol, um mar maravilhoso e chuvas que do mesmo tempo que chegam rápidas, vão embora e novamente o sol se abre para aquecer nossas almas.

Apesar do sol forte, a brisa, pelo menos neste período do ano, refresca e o clima fica agradável, não é aquele calor infernal, abafado de São Paulo. Porém, o que mais me encanta em Salvador é seu povo, a receptividade, a facilidade com que se faz amigos. Sem contar a cultura, as manifestações artísticas e a música, totalmente baianidade nagô.

Este ano não fiz turismo, mas não posso deixar de falar do Pelô, da igreja de São Francisco e Nosso Senhor do Bonfim, do elevador Lacerda, do Mercado Modelo, da Lagoa do Abaeté, do Farol da Barra ao Jardim de Alá, das praias de Amaralina, Jaguaribe, Pituba, Piatã e das tarde em Itapuã. Mesmo sendo furtada por um trombadão nas calcaças de Itapuã, onde o meliante levou a câmara digital da minha irmã Rosely, tudo para mim por lá é sempre encantador e não me assustou nem um pouco.

Não houve armas, nem faca, nem cacos de vidro, como acontece em São Paulo, apenas marcamos touca e o trombadão tirou a máquina das mãos da minha nova amiga carioca que mora em Salvador, Ana Zanella. No entanto, tanto ela, como a Marta, duas atletas de ponta, ainda tentaram recuperar a câmera digital, correndo como loucas pela orla de Itapuã atrás do ladrão. Uma loucura de momento, mas que mostrou a amizade, carinho e preocupação. Elas ficaram indignadas, pois estávamos tirando uma foto de "uma tarde em Itapuã" e o estraga prazer acabou com a nossa homenagem aos cantores, poetas e compositores, Vinicius de Moraes, Toquinho e Dorival Caymmi.

Mas o que me faz mesmo querer morar em Salvador é a facilidade de fazer amigos e bons amigos. Um povo atencioso, alegre, hospitaleiro, me sinto muito querida nesta cidade. Na verdade teve um dia que me senti uma celebridade. Uma amiga de Marta, queria saber quem era a Nana, que todos diziam que ia chegar, que estava em Salvador, coisa e tal. Até brinquei com Marta, quando ela me ver, vai dizer: "Esta merdinha é a Nana!", pois como sabem sou baixinha, magra, ou seja, pequenininha. E no primeiro momento, como sou tímida, nem sou tão falante, tão sociável. Preciso sempre de um tempo para conquistar a amizade dos outros, porém, em Salvador, a receptividade dos baianos colabora com esta minha timidez e tudo flui como se todos fôssemos amigos de infância.

Sempre quando vou para lá, volto para São Paulo meio em crise. Desta vez não voltei mal, mas me emocionei muito ao me despedir da Marta, ao me despedir dos velhos e novos amigos, ao me despedir de Salvador, ao decolar e ver do céu aquele mar esverdeado e toda vez que lembro das coisas boas que me acontecem quando vou para aquela cidade do bem. Tenho muita vontade de morar em Salvador, mas, sei que no momento é impossível, por causa da minha nova carreira profissional e principalmente por causa dos meus pais. Hoje quem cuida deles somos nós, Rosely, Maurício e eu.

Algumas coisas poderiam adiantar este projeto de vida, mas, ainda não foi desta vez. Contudo tive boas surpresas e com certeza amizades que não serão apenas de umas férias, serão amizades que durarão para sempre. Se Deus permitir, eu volto e cada vez em períodos mais curtos de tempo, pois a concorrência das novas companhias aéreas facilitam a cada dia a vida daqueles que gostam de viajar e que têm famílias em outros estados. De uma certa forma, a globalização não é tão nociva assim. Hum, se meu professor Henrique ler isso, estou frita!

Mesmo quando Marta não podia estar comigo, sempre tinha um amigo cortês para me fazer companhia e se não tinha todos os dias é porque a Praia do Flamento é 30 km do centro de Salvador. Conheci novos amigos e amigas, aqueles que abrem suas portas e que te convidam para uma próxima vez ficar hospedada próximo ao centro. Na Pousada da Dona Marta, no Flamengo, porém, já sou local, fico à vontade, até indicando onde ficam as barracas. Lá é o tipo de praia de veraneio, um sossego, onde eu podia caminhar sozinha na praia por horas, mergulhar no mar para deixar as ondas levarem as energias negativas do meu corpo e à tarde, andar de bike. Quase virei uma atleta, pois às vezes também nadava na piscina do Village de Marta. Sem falar a Gildete que nos fazia uma comida divina e o seu Zé sempre tão bacana. A Cynthia me convidando para o churrasco gaúcho, preparado pelo seu marido Cláudio, me levando torta de capuaçu e tantos outros personagens desta praia, como a lendária Betina, o Lima e o Airton do quiosque, que mesmo quando não pedia, ele me trazia água de coco após minhas caminhadas na beira do mar.

Tem o pessoal das baladas, todos sempre adoráveis, divertidos e totalmente do bem. A Dani, figura total, Lai e Fabiana sempre tão atenciosas, Luciana que se deslocou de longe apenas para me dar um abraço, Neila com sua voz, nos encantando no seu grupo de samba Chita Fina, Poliana quebrando tudo na percussão também no grupo Chita Fina, a Ana, minha nova amiga e confidente, já sabe tudo de minha vida, fez almoço pra gente, pudim e um cheesecake maravilhoso de goiaba e Jac, minha mais nova amiga, que sabe tudo sobre espiritualidade e com isso, nossas conversas sempre fluem naturalmente. Sem contar, Elmo, Isinha, Jorá, Jocá, Paulinho, Rai e tantas outros que conheci em 2007 e agora em 2009.

Ainda temos a outra galera da Marta, aqueles que a receberam de braços abertos em 1999 e a socorreu nos momentos difíceis e a acolheram nos momentos alegres e que também tive o prazer de conhecer em 2006 e revê-los nesta minha atual temporada por lá. Sua quase irmã, Claudinha, o Lua, campeão de surf baiano de longboard e sua mulher Cecília, no qual o filho Otávio é afilhado de Marta, a Anita, ex-personal trainer da Daniella Mercury e agora professora de Yoga conceituada e que mora em Barcelona, o Alê, a Vivi, a Alessandra, poxa vida é tanta gente, que espero não ser injusta e ter falado de todos.

No comemoração oficial do aniversário da Marta, na Borracharia, uma danceteria alternativa de Salvador, localizada no Rio Vermelho, que é mesmo uma borracharia durante o dia e que tem um visual totalmente underground à noite, todas as tribos estavam reunidas. O DJ Roquinho tocou tudo de bom dos anos 80, inclusive Michael Jackson, foi uma arraso esta festa. Meu querido Aeroanta virou fichinha perto deste local tão crazy.

E também tão poderia deixar de falar do adorável Creperê, da Fátima e da Cláudia, onde faço questão de ir pelo menos umas duas vezes cada vez que vou para lá. Um crepe maravilho, tanto os salgados, como os doces, com uma carta de vinhos bacana e um ambiente totalmente acolhedor e encantador. E a Marta, é claro, que sempre acolhe seus amigos paulistas com a maior boa vontade do mundo. Sua casa sempre têm hóspedes que sempre voltam, pois o tratamento é da melhor qualidade, têm suas regras e toda regra tem que ser respeitada, é a lei do amor sendo aplicada: "amai a Deus sobre todas as coisas e o próximo, assim como a si mesmo" e para que tudo funcione bem, é tudo bem simples, é só não fazer aos outros o que não gostaríamos que fizessem para nós mesmos.

A vida é dura, é de luta? Sim, mas fazer o bem é muito simples, é só pensar desta maneira e tentar agir assim. Daí, ninguém fica mal, ninguém desrespeita o espaço do outro e tudo flui da melhor maneira possível.

Obrigada Marta, obrigada amigos, abrigada terra abençoada!

"Salve Salvador, o negro é raça é fruto do amor, Salve Salvador. Eu queria que esta fantasia fosse eterna, quem sabe um dia a paz vence a guerra e viver será só festejar" - Prefixo de Amor (Baianidade Nagô) - Alexandre Peixe


Paz, Música & Amor


Nana




sábado, 29 de agosto de 2009

Rita Lee and me - Amor para toda a vida


Prêmio Multishow 2009 homenageia
a rainha do rock Rita Lee Jones

Sei que a notícia está velha, porém, resolvi escrever este texto pois lembrei o quanto esta pessoa foi e é importante na minha vida, ou melhor, em todo meu processo musical e artístico. A cantora homenageada no Prêmio Multishow 2009, que ocorreu semana passada (18/08), no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, comandado por Fernanda Torres, foi nada mais, nada menos que a Rainha do Rock, Rita Lee Jones.

A retrospectiva da carreira artística de Rita foi narrada por seu filho primogênito Beto Lee, que além de acompanhar a banda da cantora com sua virtuosa guitarra pretinho básico, apresenta o programa, Que Rock é Esse?, na própria multishow. A emoção tomou conta do evento quando sua neta, filha de Beto, entregou o troféu de homenagem à Rita Lee, que se jogou no chão, de brincadeira, é claro, como lhe é peculiar.

Para homenagear a trajetória musical da Rainha do Rock foi montada uma super banda, comandada por Gilberto Gil, Pitty, Dadi, João Barone, Liminha, entre tantos outros nomes da nossa MPB e um medley com vários sucessos da cantora foi interpretado com garra e emoção por todos eles. No final da homenagem, Rita subiu ao palco para agradecer e acabou fazendo a tradicional graça ao comentar sobre política e dizer que preferia sua parte em dinheiro para cobrir sua cirurgia no braço.
Rita Lee & Nana

Esta homenagem me emocionou muito. Não apenas por causa de Rita Lee, mas porque lembrei o que ela representou para mim nesses quase 30 anos que sou sua fã. Lembrei do que me entusiasmava, do que me fazia feliz, do sonho de adolescente, da alegria plena de viver.

Aos 12 anos, como já contei aqui no primeiro texto no blog, assisti na Rede Globo, a série: Os Grandes Nomes, especial Rita Lee Jones. A partir deste dia em novembro de 1980, a cantora passou a ser tudo para mim. Discos, shows, recortes de revistas e jornais, não falava de outra coisa. E não foi nada passageiro.

Era o tipo de fã que tinha que ter todos os discos, ir a todos os shows, chegar uma hora da tarde no Ginásio do Ibirapuera quando o show começava apenas às 20h. Loucura? De forma alguma, tinha que ficar lá na frente, cara a cara. Não era do tipo histérica, mas fazia questão de ficar o mais perto possível. Até hoje, aliás, se não consigo ingressos para a primeira fileira, ou próximo ao palco, nem vou.

Brigava com os amigos quando falavam mal de sua música ou a chamavam de maconheira. Não que não soubesse que a cantora consumia drogas, mas, não aceitava que falassem mal. Todos amigos, mesmo os de escola, continuam me associando ao nome de Rita Lee até hoje. Tanto é que, algumas amigas do Plínio Negrão me fizeram uma surpresa na turnê de 83. A Luciane, a Cecília e a Marília confeccioram uma faixa com um "Rita Lee te adoro", com símbolo do Corinthians e tudo mais, pois tanto a cantora como eu somos corintianas. No final, inclusive, jogamos a faixa para Rita, que agradeceu e brincou um pouco com a gente. A foto da faixa saiu até na revista Capricho da época.

No entanto, o mais importante disso tudo foi a influência musical.
O gosto pela guitarra distorcida, pelo rock e até mesmo pelo pop dos anos 80. Mas, minhas músicas preferidas continuam sendo do disco Fruto Proibido de 1975. Esse tal de Roque Enrow, Agora só falta você, Ovelha Negra, Luz Del Fuego, Fruto Proibido, Dançar para não Dançar, ou seja, todas do LP. Aliás, até hoje este álbum é considerado pelos especialistas como o melhor disco de Rock and Roll nacional de todos os tempos.

Sempre fui uma tiete platônica, não mandava cartas, não era do fã clube oficial, não fico na fila para entrar nos camarins para pedir
autógrafos, como ela mesma diz: “nada mais furado do que papo de tiete". Contudo, sempre foi um amor verdadeiro, não sapatice, mas, coisa que só quem é fã de alguém pode entender. No entanto, em 1995, no show” A Marca da Zorra “, no antigo Palace em Moema, tive a oportunidade de declarar meu amor eterno.

No final dos shows os fãs costumam levantar e ficam em pé na frente do palco. Neste dia, como já estava na primeira fileira, na mesa central, precisei apenas dar um passo e já estava encostada no palco. Quando ela se aproximou, segurei nas suas duas mãos com toda a força e declarei todo o meu amor de 15 anos. No calor da emoção disse mesmo: “Rita, eu te amo!” E o pior de tudo nesta história, é que comecei a chorar e não parava nunca mais. Ela continuou cantando e ficou me olhando, acho que pensou: “quem é essa maluca, que nem adolescente é mais e que não para de chorar?!” Esta maluca, realmente já foi bem espirocada e por causa dela. Quando era adolescente, tinha uma espontaneidade, uma alegria e loucura tão natural de viver que não sei onde foi parar. Quando fiquei adulta tudo isso desapareceu. No máximo, conseguia soltar os bichos, a louca que tem dentro de mim, dançando nas festas das Seguradoras com os amigos de trabalho e até hoje, quando estou no palco nos shows da banda Josie.
Entusiasmo

O que sempre foi natural para mim, hoje, passou a ser apenas uma representação, uma persona. O palco e uma pista de dança quando estou com os amigos securitáros são os únicos lugares que consigo mostrar minha essência. Uma pena! Como ando numa fase de muita reflexão, a homenagem que a Multishow fez para Rita Lee, na verdade me fez chorar aos prantos, pois estes dias estava justamente pensando em entusiasmo. Como ando sem entusiasmo e sem motivação. Traço objetivos e tento realizá-los de qualquer forma. Mas nenhuma meta no momento me traz a paixão necessária para me levar às nuvens. Nem minhas antigas paixões como o Corinthians, a própria Rita Lee e a música me trazem a adrenalina na medida para uma vida interessante.

Eu sei que ando meio assim sei lá o quê e que só falo como sinto falta do passado. Mas definitivamente sinto muita falta do meu entusiasmo juvenil. E mesmo da minha motivação em outras fases da vida. No momento, nada, nada, nada me levanta a moral. Faço porque que tenho que fazer. Por exemplo, Rita irá comemorar seus 40 anos de carreira no Credicard Hall, que fica praticamente ao lado de casa, em Outubro e nem me dei ao trabalho de pesquisar os valores do ingresso. E uma hora dessas, na primeira fileira como gosto, não deve ter mais e por mim, tudo bem!

Apesar, contudo, todavia, mas, porém, as águas vão rolar, não vou chorar, se por acaso morrer do coração, é sinal que amei demais, mas enquanto estou viva, cheia de graça, talvez ainda faça um monte de gente feliz (Saúde – Rita Lee).

Será? Não sei!

Só sei de uma coisa, as mulheres mais importantes da minha vida são do signo de capricórnio, minha mãe, Dona Maria e Rita Lee. As duas me influenciaram completamente. O gosto pelas artes, cinema, leitura, o caráter e o dom musical, sim, Dona Maria é uma verdadeira cantora de samba canção, não digo que Ângela Maria ficaria no chinelo, mas seu potencial de voz é por aí. Não falarei da minha amiga capricorniada, Margarete, para não ficar convencida, rs.......

E VIVA SANTA RITA DE SAMPA – PARA SEMPRE RITA LEE

ENTUSIASMO, ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA?
A vida sem entusiasmo é como um dia sem sol. É como queijo sem goiabada, Romeu sem Julieta, Amor sem beijinho, Buchecha sem Claudinho, Futebol sem bola, Piu-Piu sem Frajola, Circo sem Palhaço, namoro sem abraço (Fico assim sem você -Claudinho e Buchecha) e por aí vai.


Beijos e fiquem com Deus!
Paz, Música & Amor!
Nana

domingo, 23 de agosto de 2009

Divã – Show de interpretação de Lília Cabral

Como ultimamente não ando indo ao cinema, nem shows, nem ao teatro, não porque não queira ou porque não gosto, muito pelo contrário, além de amar sair para comer, meus programas favoritos sempre foram esses, mas porque ando desanimada. Na verdade, ando numa fase meio esquisita, que pretendo sair em breve, pois em setembro estarei de férias, consequentemente viajo para Salvador e com certeza voltarei novinha em folha para sair por aí novamente.

Portanto, não assisti no cinema o grande sucesso Divã, peça de teatro que se transformou em filme, interpretado pela atriz Lília CabraL e visto por mais de dois milhões de espectadores no Brasil. Mas, ontem, aluguei o DVD na locadora do bairro. Confesso que ri muito em algumas cenas e chorei também na morte da amiga, contudo, não achei o filme tudo isso, não! Sem desmerecer o sucesso do longa e principalmente o show de interpretação de Lília, esperava muito mais do roteiro.

Talvez por nunca ter casado, não tenha sentido exatamente o que ela sentia e o que ela precisava. Só sei que pensei na parte do analista, da terapia. Andam me dizendo que preciso ir num psicólogo para me livrar das angústias e dos meus fantasmas. Confesso que resisto um pouco, pois tenho mania de querer resolver sozinha meus problemas, No entanto, entrei num processo muito louco e acredito que chegou a hora de procurar, ou pelo menos tentar ir num especialista de cuca, a minha não anda legal.

Já viajei por aí, já fui à baladas, dancei muito disco com os amigos nas festas de finais de ano das Seguradoras, já fiz quase tudo que poderia fazer como solteira. Claro que muita coisa tenho e gostaria de fazer, como ir para a Europa, conhecer o velho mundo, Itália, Paris, Espanha, Portugal, Grécia, lugares românticos, com muita história e muito vinho tinto. E, no Brasil, claro que ainda faltam muitas cidades que gostaria de conhecer. Adoro praia, montanha, o frio do Sul. Sim, ainda tenho muita coisa para conhecer.

Entretanto, acredito que o mais importante que tenho a fazer no momento é encontrar o equilíbrio espiritual, do meu corpo e da minha cabeça. Segundo, trabalhar não apenas para mim, mas fazer algo de útil para a sociedade, para quem precisa de pelo menos, uma palavra de consolo, um sorriso. Quanto tempo ficamos sem fazer nada? Em casa, nos lamentando,? E, no entanto, temos saúde para dar um pouco de alegria para quem não tem nada. Visitar um asilo, cantar para as pessoas da terceira idade, fazer um baile da saudade para eles, ou visitar um orfanato, um hospital. Não, imagina! Preferimos ficar em casa, reclamando da vida. Falta de tempo é que não é, temos o péssimo hábito de jogar toda a culpa no coitado do Senhor do tempo. Nada, temos é que ter vontade e aprender a administrar nosso tempo. Com certeza dá pra fazer muita coisa em 24 horas.

E, terceiro, no meio disso tudo, tenho também que voltar a sair, se não com os amigos, se não com um amor, se não para super baladas, pelo menos voltar a fazer o que gosto. Tenho desconto no Clube Folha, tenho convites gratuitos no TVA Vantagens, desconto no cinema de 50% numa rede de cartão de créditos, fora os tantos programas culturais gratuitos ou com preços acessíveis que a cidade oferece e que a gente nem imagina que têm. E hoje, tenho acesso fácil a esta programação. Com todas essas facilidades, é um desaforo ficar em casa sem fazer nada. Perdendo tempo, deixando a vida passar. Não tenho a companhia que queria? Fazer o quê? A vida é assim, nem sempre temos tudo que queremos, o que não podemos é deixar de viver por causa disso.

Neste frio então, a coisa fica preta, pois nem minha caminhada no Parque Severo Gomes, nem meus passeios de bike pelo bairro, nem minha hidratação com água de coco, nem minha tigela de açaí com granola, rola. Sol, ainda bem que estou indo ao seu encontro. E quando entrar setembro é pra Salvador que eu vou. Caso contrário é depressão total. Agora entendo um pouco os países que passam por invernos rigorosos e os índices de suicídio são altos. Que frio é esse que não passa mais?

Um analista não sei não, minha vida é um livro semi-aberto, conto tudo, para quase todo mundo. Agora, um psiquiatra, por causa da minha ansiedade, da síndrome do pânico, até acredito que ajudaria, só não queria ter que tomar mais um remédio. Já tomo tantos, por isso que continuo resistindo a tudo isso e o filme só me mostrou que análise não me ajudaria tanto. Ainda mais se ela for totalmente com métodos científicos e não tiver um pouco de espiritualidade no tratamento.

No próprio filme, no final, Mercedes, a personagem de Lília Cabral, se arrepende de ter deixado o marido, interpretado por José Mayer, ir embora. Porém, ela conseguiu se realizar no seu dom artístico, conseguiu se realizar profissionalmente, pois foi à luta, foi atrás dos seus sonhos e se tornou uma mulher feliz. A única pergunta que fica, a única coisa que me intrigou no filme, é porque não conseguimos conciliar nossos sonhos, nossas realizações com ter amigos, ser mãe, mulher e cuidar do marido? Porque para ser feliz numa coisa, temos que abdicar de outras?

Isso é mais imposição da sociedade, li esses dias mesmo, num livro psicografado, apenas não lembro qual, pois leio todos ao mesmo tempo agora, que os homens, pelo menos os mais evoluídos, sabem que casamento não é prisão, mas, na Terra, influenciados pelas paixões e regras humanas, se tornam verdadeiros déspotas, escravizando suas mulheres. Na lei do amor e da caridade que é o que Deus quer da gente, não cabe este pensamento, só porque se é casada, têm filhos é obrigada a abdicar de sonhos. No entanto, amigas casadas, sou solidária a vocês e sei que não é fácil romper com dogmas que estão neste mundo há séculos e séculos, ou melhor, desde o começo dos tempos.

E por isso, uma das frases de publicidade do filme Divã é: para mudar é preciso dar o primeiro passo. Digo também que, para mudar é preciso ter muita determinação coragem e disciplina. Apenas uma ressalva, as mulheres também precisam rever seus conceitos, não apenas com a submissão, mas com certos comportamentos de ciúmes e posse. Tem mulher que acha um absurdo o marido ir jogar futebol com os amigos, ou mesmo, curtir o esporte pela TV. Pelo amor de Deus, né mulherada? Deixem os coitados em paz e vá você também praticar um esporte e assistir aquele filme romântico com a amiga.

É........acho que por isso sou solteira......se é assim que tem que ser....é óbvio que dificilmente no meio em que vivo, onde a maioria dos amigos não são artistas, quem conseguiria continuar casado com uma vocalista de banda, que toca guitarra, contrabaixo, compõe, escreve num blog e é cercada por outros homens que integram o grupo musical? Entre outras coisas. Não, definitivamente este não é meu destino. Além da alma de artista, sou sagitariana, o signo da liberdade. Tenho muito amor pra dar, acho que duas pessoas devem ficar juntas para o apoio mútuo, para o crescimento espiritual e material, sempre com muito respeito, mas não queiram me prender no pé da mesa e fazer com que eu desista dos meus sonhos e objetivos.

Vem comigo, no caminho eu explico. (Cazuza)

Paz, Amor & Música

Tenham uma ótima semana!
Beijos e fiquem com Deus!
Nana

domingo, 9 de agosto de 2009

Dia dos Pais

Pai - Fábio Jr.

Hoje é o segundo domingo do mês de agosto, data de comemoração do dia dos pais. Aqui neste lar, a família mais um ano se reuniu para homenagear dois pais: meu pai, Seu Vitório e meu irmão, Maurício. Domingo ensolarado, quente, propício para um churras no quintal de casa. Como a maioria dos amigos sabe é um menu que não me chama nem um pouco a atenção, totalmente sem glamour e costumo ficar de bico. No entanto, este ano não criei caso com o evento mais popular do Brasil, o churrasco. Sentei à mesa, participei, brinquei, ri com as graças do sobrinho e o principal, aproveitei mais um ano o dia dos pais com toda a família ao redor da mesa e com o seu Vitório, nos seus quase 76 anos, feliz, por mais este domingo de celebração dos dias dos Pais.

Antes do almoço, estava na sala com o Henrique, meu sobrinho e passou na TV, o Padre Fábio de Melo cantando a música Pai, de Fábio Jr., no programa Turma do Didi. Impossível não me emocionar com esta música. Na verdade, não me emocionei, como sempre quando escuto esta música, choro muito. Fábio foi muito feliz ao expressar todo seu sentimento nesta canção, que resume todo o sentimento que temos por nossos pais.

A frase: "você foi meu herói, meu bandido" é perfeita. Bandido quando somos criança, ou adolescente e nosso pai nos proíbe de fazer alguma coisa, quando nos dá bronca, quando nos faz passar vergonha na frente dos amigos e mesmo quando adultos, quando ele nos decepciona com suas atitudes, porém, como todo ser humano, o pai também tem direito de errar, de ser frágil, fraco diante das paixões e mazelas do mundo, e herói porque sempre está ali, nos salvando dos perigos da vida, nos educando, nos incentivando, nos dando carinho, preocupado quando estamos doentes, tristes, nos levando para um jogo de futebol, para uma balada e indo buscar de madrugada, ou seja, sendo simplesmente pai.

E muitas vezes esse pai foi o que escolhemos antes de voltar para cá. É um processo de ajuda mútua para continuarmos no caminho da evolução, de resgate das faltas do passado, do aprendizado, exercitando a paciência e a tolerância. É a oportunidade que temos de colocar em prática a lei do amor.

Outra frase da música que me emociona muito: "e brincar de vovô com meu filho". Não sei se um dia darei esta alegria para o meu pai e para mim mesma, mas, graças a Deus, o Maurício fez isso por nós e quase todos os dias vejo meu pai, pacientemente brincando com meu sobrinho Henrique no quintal, na sala, na garagem. Claro que Avô e Avó só mimam os netos mas, este é o papel deles, mimar, brincar e dar carinho. Educação é dever dos pais, quem ter que impor limites são eles.

Os dias de comemorar certas datas são bons e ao mesmo tempo cruéis. Principalmente para quem não tem mais pai, não tem mais mãe. Pelo relato de alguns amigos é um dia totalmente doloroso, de muitas saudades. Por isso, temos que agradecer todos os dias a convivência que temos com eles. E nunca desistir de ajudar, de dar todo amor que houver nesta vida. Tem uma hora que nos tornamos pais de nossos pais e essa é a hora de retribuirmos tudo de bom que eles nos fizeram e de mal, se houver algo de ruim, deixar para lá, perdoar sempre! É chegada a hora de entendermos que não adianta carregar sentimentos negativos por nada e nem por ninguém. Temos que retribuir o mal com o bem, com amor, alegria e perseverança.

Concluindo, postei a música Pai neste texto, pois Fábio Jr. diz tudo que precisamos dizer para homenagear esse dia. Vocês não imaginam como esta música me toca. Até quando meu ex-chefe Anjinho cantava no Karaokê esta canção, o grêmio da VVD vinha abaixo de tantas lágrimas. Definitivamente não há outra música que represente tão bem o Dia dos Pais. E todo amor que temos por eles.
Reconhecemos que o dia das Mães é o dia do Amor, mas reconhecemos também que o dia dos Pais é o dia de Deus. (Palavras de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier)


Paz, Música & Amor


Beijos e tenham uma ótima semana
Fiquem com Deus
Nana

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Garagem do Zeca

Uma das coisas que mais sinto falta na minha vida, da época que meus amigos de infância e eu ainda andávamos em bando, é da garagem do Zeca. Isso durou bastante tempo, frequentei a garagem dos meus 16 anos até os 27 anos, quando meu melhor amigo casou. Quase entrei em crise quando isto aconteceu. Todos achavam que tínhamos um amor secreto, inclusive Dona Fernanda, sua mãe e seu Vitório, meu pai. Contudo, não era nada disso, era muita amizade mesmo, que dura até hoje.

A famosa garagem começou a ser freqüentada pelos moradores da Rua 5, lá por volta de 1985, quando os meninos arrumaram cavaletes e uma tábua enorme e dela, fizeram uma mesa de ping-pong. Deste momento em diante comecei a desenvolver meu talento para este esporte, rs....e muitas histórias começaram a desenrolar naquele lugar.

Todo mundo passava por lá para jogar uma partida, inclusive quem não era da rua, e assim, a garagem do Zeca foi ficando cada vez mais famosa. Minha turma era um pouco mais velha, os caras já tinham carros, já saíamos para as danceterias da vida, porém, me identifiquei com aqueles meus amiguinhos da rua que eram uns dois anos mais novos que eu e por lá fui ficando. Neste período, meu carma de namorar seres mais novos já havia começado.

No entanto, nem tudo era tranqüilo. Como todo jogo, sempre tinha uma briga aqui e outra acolá. O Poeta, uma vez que ganhei uma partida por 7 X 0, jogou a raquete em mim e quase acertou minha cabeça. Várias outras brigas aconteceram e eu, sempre estava envolvida nas confusões, uma delas foi para defender minha amiga Rosaninha. Mas, não por que era encrenqueira, sempre fui da paz, porém, meu senso de justiça sempre reivindicava alguma coisa e por mais que ninguém assumisse, no fundo, no fundo, os meninos sempre ficam incomodados com uma Luluzinha no Clube do Bolinha.

A garagem do Zeca é daquelas fechadas, com aquela porta pesada de bares e ali, além do ping-pong, era perfeita para os ensaios da minha primeira banda que se chamava NB-8. Em 1986 começamos o barulho, os meninos vieram me contar que iriam montar uma banda e quando me disseram a formação, eu disse: “ué, mas banda sem baixo não existe!!” e foi assim que fui convidada para fazer parte do grupo. Todos nós, Zeca, Emerson, Éder e eu começamos a estudar os instrumentos simultaneamente com o começo da banda. Então, era quase um Deus nos acuda. Mas, seguimos firmes e fortes até 1990.

Levados pela febre do RPM, a primeira música que conseguimos tocar inteira foi “Rádio Pirata”. E depois pela facilidade dos três acordes trincheiras (meio acorde), tocamos várias músicas da banda Garotos Podres. É, isso mesmo, punk rock, entre elas, Anarquia e Papai Noel Velho Batuta.

Na verdade, foi a única banda que tive com verdadeiro espírito de banda. Sonhos juvenis, união, objetivo, poupar dinheiro para comprar aparelhagem, fazíamos tudo junto. Os shows sempre foram grandes aventuras, mas, com o tempo nos desenvolvemos e chegamos a tocar em algumas apresentações com um certo destaque no bairro e até em um barzinho no Campo Belo. Passaram pelo NB-8 quatro vocalistas, o primeiro foi o meu ex-namorado, o Mauro, depois, juntos, um vocal masculino, o nosso também amigo de infância Marcel e uma vocalista, a Mônica, uma amiga de faculdade da Claudinha. O último vocalista foi o Douglas, um colega meu de classe e que namorava a nossa amiga Rosaninha.

Foi muito bom enquanto durou e como tudo na minha vida que acaba, chorei muito. Queria continuar seguindo com eles, mas, cada um foi por um caminho e só eu continuei com a música, aliás, meu sonho, como já contei neste blog, não começou com eles, iniciou seis anos antes, quando virei fã da Rita Lee. Quando os meninos tiveram a idéia de formar a banda, já tocava um pouco de violão e já tinha uma guitarra. Mesmo depois que o NB-8 acabou, cheguei a ensaiar com minha outra banda lá na garagem do Zeca, ela fazia parte da minha vida, era praticamente minha, que a Dona Fernanda não saiba disso. Tanto é que, o Zeca me deixou como herança depois do casamento, seu amplificador e uma super caixa de som.

Fora os ensaios da banda, a garagem servia também para batermos papo, era o ponto de encontro para sairmos para as baladas, o famoso esquenta. De lá, quantas vezes saímos para comer alguma coisa e depois ir para o Aeroanta, ou em outro lugar qualquer da cidade. Saíamos em comboio, um carro atrás do outro, como eu amava muito tudo isso. Me lembro quando fomos num bar de dois membros da banda Titãs, em Pinheiros, na rua Cristiano Viana e o Zeca jura até hoje, de pé junto, que viu a Malu Mader atrás da cortina. Afff, maluco beleza ou um grande mentiroso? Só este meu amigo Zeca mesmo! A Malu poderia até estar lá, mas porque ficaria escondida atrás da cortina?

Além de jogos de carta, encontros amorosos na surdina, no qual o Zeca e eu éramos sempre testemunhas, menos quando o encontro era comigo. Também havia alguns assuntos proibidos que jamais poderei escrever por aqui e pasmem! Até batida da polícia rolou por lá! Onde já se viu?! Suspeita de consumo de maconha. Isso não foi nada engraçado, me senti ultrajada com aqueles policiais cheirando minha mão, fora que fiquei proibida de freqüentar a garagem. Meu pai ficou muito bravo com esta história e não queria mais me ver por lá. Mas, ia mesmo assim, principalmente durante o dia quando ele estava trabalhando.

O sagitariano aceita tudo, menos ser proibido da sua liberdade de ir e vir. Contudo, sempre respeitei o meu pai, morria de medo dele naquela época e tentei evitar um pouco minha garagem querida. Mas que culpa tínhamos nós se dois policiais sem graça resolveram invadir nossa praia?! Na verdade, éramos tão ingênuos, pois a garagem por ser fechada, fazer parte de uma residência e por eles não terem um mandado de busca, não podia ser vasculhada daquela forma. No entanto, entraram e fizeram de nossas vidas um pequeno inferno.

Nossas aventuras na garagem duraram até 1997 quando o Zeca casou, por sinal este casamento foi histórico também, foi muito bom, divertido, uma loucura. Ana Clara, sua esposa, é pessoa para lá do bem, ela, ao contrário da maioria das namoradas dos meus amigos, não tinha ciúmes da nossa amizade. Somos amigas e sempre freqüentei seu apartamento lá na Vila Mariana, apenas agora que mudaram para a Zona Norte que ficamos mais distantes, mas no meu aniversário de 40 anos, eles me prestigiaram.

A partir deste ano de 97, nosso ponto de encontro durante cinco anos, passou a ser no Benet’s, um bar na Chácara Santo Antonio e novas pessoas entraram para a trupe, a Ivone, a Paola, a Marta, o Antônio, a Luciana, o Moisés, o Rogério, a Luciana, esposa do Tico e a Aniella. Lá fomos muito felizes também e conheci o grande amor da minha vida. Ahhh! São tantas histórias para contar, tanta saudade, tanta lembrança boa. Mas, acabou e quem está sozinho, como eu, vai se ajeitando com novos amigos, tentando novas possibilidades. O que importa é que aproveitamos bem. Curti meus amigos e curto até a última gota toda vez que tenho uma oportunidade de revê-los.

A garagem continua lá, agora está purificada, Dona Fernanda faz encontros de crochê com as senhoras da igreja do bairro. Passo na frente todo dia e fica a saudade de um tempo muito bom e que não voltará mais. É a vida! E o que se leva dela, são apenas esses bons momentos.

domingo, 28 de junho de 2009

A vida por um triz – Michael Jackson e Farrah Fawcett - 25/06/2009


Como todos sabem e, é óbvio que não é novidade para ninguém, na última quinta-feira (25), dois ícones dos bons tempos, anos 70 e 80, se foram. Michael Jackson, o inesperado e Farrah Fawcett (62 anos), por muitas vezes, o inevitável. Nos dois casos, o mundo se comoveu e se chocou com os acontecimentos. O mito do pop, por ser do nada, de repente, no susto. A musa dos anos 70, porque sempre torcemos para quem luta contra o câncer, pois não é uma luta de um e sim, de todos que sonham para a cura desta doença que tanto teme a todos.

Falar de Michael Jackson é fácil, era um gênio da música pop, desde o fenômeno do sucesso dos Jackson Five, até chegar na sua consagrada carreira solo. Seu timbre de voz, sua afinação desde menino, suas composições, os arranjos das músicas, as mega produções dos shows, a revolução dos vídeos clipes e principalmente seu suingue, seu jeito único de dançar. Ele simplesmente flutuava como uma pluma no ar. O que importa lembrar seus tormentos? Todo grande astro da música é perturbado e parece carma, pois quem não é, não faz sucesso. Adorei a definição para Michael, do Tom Zé, na Folha de São Paulo esses dias: talentormento.

O que ele proporcionou para o mundo nos seus 45 anos de carreira, dificilmente alguém fará igual. Uma pena não ter ido ao show aqui no Brasil em 1993. Nem me lembro porque não fui, já trabalhava, com certeza não foi por causa de grana e o estádio do Morumbi é logo ali, perdi o show do astro e agora não tem volta. Deixei de ouvir ao vivo o riff de guitarra de Black or White, pena que não dá para reproduzir o som através de texto, pois é sensacional. Seus shows e clipes nos levavam a um mundo de fantasias, uma eterna sensação de liberdade.

Poderia falar horas de Michael, sobre seu talento, sobre seus tormentos, sobre suas transformações físicas, até porque como fui vítima do mal da espinha e fiquei com cicatrizes que até hoje através de um peeling atrás do outro tento resolver, seja por fórmulas manipuladas de ácidos retinóicos e glicólicos, seja o químico, seja a laser, sei muito bem o que é não gostar de se olhar no espelho muito de perto. Contudo, hoje ficarei apenas nas homenagens e no intuito deste texto que é escrever que a vida está sempre por um triz.

Sobre Farrah Fawcett, para quem é da minha época, ela fez parte da nossa infância e sempre será a inesquecível Jill Munroe do seriado As Panteras, que tanto nos levou também a um mundo imaginário, cheio de sonhos e brincadeiras. Além de ser uma das atrizes mais bonitas e cobiçadas dos anos 70. Havia pôster da atriz em todas as paredes dos garotos da época, inclusive no quarto de Tony Manero, o famoso personagem de John Travolta no filme Os Embalos de Sábado à Noite.

Acabo de assistir trechos do seu documentário Farrah Story, no Fantástico, onde mostra todo o seu drama, o tratamento e sua luta contra o câncer. Tudo me emocionou e mais ainda quando vi as três Panteras juntas, as duas, Kate Jackson (Sabrina) e Jaclyn Smith (Kelly), que lutaram contra o câncer de mama, ao lado da companheira de seriado, dando força e apoiando sua luta contra a doença. Uma amizade que durou mais de trinta anos. Como eu prezo isso, muito mesmo. Amizade é uma das maiores manifestações de amor.

No entanto, escrevi sobre eles para chegar nesta última sexta-feira (26), que além de todo o drama, repercussão e tristeza pela morte dos dois no mundo inteiro, principalmente de Michael Jackson, passei pelo meu drama particular. Meu pai, Seu Vitório, passou por uma cirurgia externa, porém, muito delicada. O problema maior de tudo isso não era a cirurgia em si, mas a idade em que meus pais se encontram.

Durante a cirurgia me senti muito frágil e impotente. Não podia fazer nada, a não ser esperar aflita, pois qualquer coisa e pufff. Afinal de contas foram três horas numa mesa de cirurgia, para um senhor de 75 anos de idade, não é pouca coisa. Mas ele resistiu firme, o médico o elogiou e disse que é muito forte. Fora segurar a onda da minha mãe que tem pressão alta.

Confesso, fiquei com medo, por mais fé e certeza que tudo sairia bem, e mesmo sabendo que era uma cirurgia externa, a sensação não foi nada boa, por algumas vezes perdi o controle e hoje estou assim, alerta, ainda preocupada. Ele passou a noite no hospital, mas agora está aqui do meu lado, feliz por estar em casa, mas qualquer movimento dele já me perturba: “Tá tudo bem? Tá sentindo alguma coisa?”. É apenas o terceiro dia, sei que vai passar, mas o que fica neste texto é uma única mensagem: temos que fazer tudo que desejamos hoje, agora, para nós mesmo e para quem está próximo da gente, pois no próximo minuto não temos a menor certeza do que pode acontecer. Assim como Michael, por mais que fosse hipocondríaco, se entupisse de remédio, e fosse cheio de problemas, ninguém esperava sua partida com apenas 50 anos de idade.

A vida sempre está por um triz, sabemos disso, contudo, não temos coragem e determinação para por em prática o que realmente queremos. Realizar um sonho, dizer um te amo, fazer uma viagem, estar com os amigos, com a família, fazer uma caridade com pelo menos uma palavra de conforto para quem está sofrendo, aflito. Digo isso para mim mesma, quantas vezes prefiro ficar em casa esperando não sei o que acontecer, no computador, assistindo TV, ao invés de viver intensamente a vida. Quando digo viver, não é apenas sair, baladas, beber, sexo e tal. Mas ser intenso, verdadeiro, não ter medo de falar o que sentimos, não ter medo de um não, simplesmente viver e proporcionar para quem está ao nosso lado, o melhor que a vida pode dar, ou seja, o amor.

Vamos pensar e lutar para um mundo melhor, uma sociedade mais justa, uma terra de paz, de luz e de equilíbrio. Estamos longe deste mundo ideal, mas se não começarmos uma hora, o caminho será mais longo ainda. Vamos pensar nisso e deixar os excessos das paixões e as mesquinharias pra lá. Vamos curtir também intensamente quem está ao nosso lado, seja em casa, no trabalho, no círculo social, em tudo. O resto fluirá naturalmente. Não era isso que Michael Jackson e Lionel Richie pediram e reproduziram tão bem na música We are the World?

E vamos pedir força e sustentação a Deus para enfrentarmos todas as situações da vida, principalmente aquelas que não podemos evitar. Para isso “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”, assim já dizia Caetano Veloso e Gilberto Gil, na música Divino Maravilhoso, interpretada por Gal Costa, mas, não é nada, nada fácil mesmo, principalmente quando o assunto é na nossa família ou com amigos próximos. Aí, o buraco é mais em baixo. Mas, a vida é assim, dura, de luta e todos sabemos o destino final de cada passagem por aqui.

E viva Michael Jackson, que seu novo caminho seja de muita paz e que ele consiga o equilíbrio necessário para continuar sua evolução que já é de muita luz. Nos deixou de herança todo o seu trabalho artístico, de gênio musical. O grande Mito desta nossa geração. Conseguiu alcançar até meu sobrinho de cinco anos, que estava hoje no quintal tentando, é claro, dançar seu famoso passo, Moon Walker. Em três dias de intensas reportagens, meu sobrinho se encantou com sua música e sua dança.

E que Farrah Fawcett, também encontre muita paz e que seus belos olhos azuis continuem iluminando os seus caminhos. Lutou bravamente, é um exemplo de vida. E pensar que até outro dia nem sabia disso, onde será que eu estava, no Paraná? Minha amiga Margarete que me contou o drama da atriz. (*)
09.07.2009
(*) Segundo a coluna de Vange Leonel, na revista da Folha, publicada no último domingo (05.07), no texto Pantera de Verdade, Farrah deixou parte de sua fortuna para ajudar mulheres vítimas da violência doméstica (achei interessante acrescentar esta informação). Vange também comenta a amizade verdadeira das três Panteras, como Farrah foi um ímbolo sexual para os homens, um ícone para as mulheres e que seu pôster de maiô vermelho vendeu 12 milhões de cópias, um recorde jamais batido.

domingo, 21 de junho de 2009

“Laços de Ternura” e “O Entardecer de uma Estrela” – Shirley Maclaine


Cinema e espiritualidade


No meu conceito, cinema quando não é comédia vale o quanto choro, o quanto me emociono. E não lembro de um filme que me fez chorar tanto como Laços de Ternura de 1983, com Shirley Maclaine, Jack Nicholson e Debra Winger. Assisti pela primeira vez no cinema, aos 14 anos e até hoje, toda vez que vejo, seja na televisão, em VHS e agora no DVD que faz parte da minha coleção de filmes dos anos 80, choro aos prantos.

Lembrei deste filme esses dias, pois vi na TV a continuação de 1996, O Entardecer de uma Estrela, e como estas histórias me tocam. Aurora Greenway, a personagem de Shirley Maclaine, é totalmente intensa, exagerada, tanto para as alegrias, como para o drama. Com certeza, esta magnífica interpretação foi o motivo que levou a atriz a ganhar o Oscar em 83, depois de outras quatro indicações em anos anteriores.

Ao todo, o filme Laços de Ternura recebeu cinco Oscars, inclusive de melhor filme. Fora outras cinco indicações, onde Debra Winger, minha queridinha dos anos 80, com sua atuação como Emma Horton, também foi indicada como melhor atriz, porém, perdeu a disputa para Shirley Maclaine, que interpretava na trama, sua mãe Aurora. No entanto, as duas mereciam ganhar o prêmio, pois tanto o papel de uma, como a da outra, nos levaram às lágrimas, soluços, risadas e muita emoções. O drama, apesar dos conflitos, da relação de amor e ódio entre mãe e filha e da doença que levou a personagem de Debra à morte, tem um toque de comédia extraordinário, peculiar ao estilo de interpretação de Shirley, que até atuou com Jerry Lewis nos anos 50, proporcionando cenas antológicas à sétima arte.

Sem contar a participação de Jack Nicholson na trama, com o personagem Garret Bredlove, o famoso astronauta que já havia pisado na lua, que completou as cenas cômicas com Aurora, o que lhe valeu o Oscar de melhor ator coadjuvante. Na continuação de 96, o drama e a comédia não ficaram para trás, ao invés de controlar a vida da filha, a nova motivação de Aurora era controlar a vida dos três netos, já adultos, que criou desde crianças após a morte de Emma. E sua intensidade permaneceu até o fim, passando por várias fases até chegar na sua morte, já em idade avançada, rodeada por todos os netos, bisnetos e amigos. Pois apesar do ódio que causava pelos seus excessos, sua ternura e amor superavam os sentimentos negativos. Por que no fundo toda a sua autenticidade ao se manifestar e ver as coisas da vida era para demonstrar única e exclusivamente, seu afeto.

Não pertenço à turma de cinéfilos cults dos filmes europeus. Não que eu não goste, pois vou ao cinema também apreciar esses roteiros, fotografias e tal, principalmente se sou convidada, open mind total. Mas, assim como na música, minha cultura e gosto pelas artes são pops. Mesmo contra o imperialismo americano, ninguém faz cinema melhor para entretenimento como em Hollywood, como ninguém faz novela melhor como a Rede Globo e, no entanto, também não morro de amores pelo poder da emissora. Contudo, penso desta forma e não tenho a menor pudor em falar isso.

Para quem é fã do filme Bete Balanço de 84, no qual a própria atriz que interpretou a personagem, Débora Bloch, tem vergonha de ser considerada ícone de uma época por causa do fraco roteiro da trama, não tenho moral nenhuma para falar de cinema. Mas adoro mesmo, me sinto a própria cantora com seu sonho de ser super star da música pop nacional (eu vejo grana, eu vejo dor). É um dos filmes, por mais bobo que seja, da minha vida.

Outros dois longas-metragens que amo de paixão e assisto vira e mexe, são os de John Travolta, Grease de 1978 e Embalos de Sábado à Noite de 1977. São dois roteiros fracos também, mas que marcaram épocas. Então, sou pop, pop e por mim, tudo bem. Aqui neste blog não estou na posição de especialista em nenhum assunto, a maioria dos textos, escrevo sobre as coisas que tocam meu coração.

Sempre me perdendo no foco, voltando à Shirley Maclaine, adoro seu trabalho como atriz, e além disso, tenho admiração também pelo seu trabalho como escritora, onde aborda assuntos místicos e espirituais. Li três livros da autora: Minhas Vidas, que virou seriado, Em Busca do Eu e Dançando na Luz. A primeira vez que ouvi falar em chakras (pontos de energia do corpo humano) foi em seus livros. Independente de religião, a atriz mostra o quanto é importante buscarmos este equilíbrio para nosso crescimento e evolução.

Mais uma vez escrevo sobre esses assuntos, mas aqui é para exemplificar que, uma celebridade, um artista renomado ou um intelectual que demonstre preocupação com o tema, ganha muito mais credibilidade do que quando falamos através de religião, onde muitos acham piegas ou ignorância. Portanto, no fim, a filosofia espiritual é a mesma, apenas abordada de outras formas.

Entretanto, tem o outro lado da moeda. Um artista falando sobre espiritualidade, sobre assuntos místicos, também pode, assim como Paulo Coelho, ser taxado de charlatão. Tudo bem! Pode ser que sim e pode ser que não. Todos nós sabemos que Paulo faz parte da indústria cultural e através dos seus Best Sellers ganha muito dinheiro, mas, apesar de tudo, ele também foi importante neste meu processo espiritual.

Esta história de me encontrar, de buscar meu eu interior começou depois que li o Alquimista, no começo dos anos 90. Neste livro de Paulo Coelho, li pela primeira vez sobre os Mensageiros de Deus, e de como é importante prestar atenção nos sinais que a vida nos lança para a busca da nossa Lenda Pessoal (dom, talento). Por isso, para mim, o que importa é uma hora chegar aos fins e para isso, sempre tem um começo. Iniciei lá trás, com Paulo Coelho, depois com Shirley Maclaine e Monica Buonfiglio, autora de Almas Gêmeas e Anjos Cabalísticos, para depois chegar, há dez anos, na filosofia de Allan Kardec.

E hoje, finalmente tento colocar em prática tudo que já li, freqüentando a Federação Espírita do Estado de São Paulo e aprendendo mais e mais através das palestras com pessoas altamente qualificadas, além das assistências, da reforma íntima que só depende de mim e das inspirações que recebo e, claro, continuando com as leituras edificantes. Também faço acupuntura, mas isso já têm exatos dez anos, pois meus chakras vivem desalinhados, mas minha enxaqueca aliviou bastante depois que iniciei o tratamento.
Tudo isso, para mim, é muito mais que religião, é uma filosofia de vida. É a ligação com Deus através de estudos filosóficos e científicos. E por isso escrevo tanto sobre o assunto, o que acho bom para a minha vida, gosto de disseminar e dividir com todos os interessados, e para quem, amo e quero bem.


Segue abaixo a frase inicial do capítulo 8, Meditando sobre os Chackas, do livro Em Busca do Eu, de Shirley MacLaine

“O amor transforma tudo que toca pois enquanto crescemos em sua luz aprendemos a amar e ser amados”



Numa próxima oportunidade escreverei um pouco sobre pelo menos os sete chakras primários, que são energias localizadas em sete pontos centrais do corpo humano.



Até a próxima!


Paz, Música & Amor
Fiquem com Deus!
Nana

terça-feira, 9 de junho de 2009

Êhhhh, Rede Globo!!!!!



Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira no
Teatro Municipal de São Paulo com Divas da MPB


O Teatro Municipal de São Paulo recebeu em grande estilo, no dia 26.05, o show “Elas Cantam Roberto”, um dos eventos que comemora os 50 anos de carreira do Rei. Pelo palco passaram vinte Divas da nossa música popular brasileira, interpretando as canções do compositor desde a fase da Jovem Guarda até os tempos atuais. Foi uma apresentação que reuniu talentos e musas de diversas gerações da MPB, proporcionando ao público muita emoção, glamour e profissionalismo.

As divinas cantoras que tornaram este show de Roberto Carlos mais especial foram: Hebe Camargo, Luiza Possi, Zizi Possi, Alcione, Fafá de Belém, Celine Imbert, Daniela Mercury, Wanderléa, Rosemary, Fernanda Abreu, Paula Toller, Marília Pêra, Marina Lima, Sandy, Mart’nália, Adriana Calcanhotto, Cláudia Leite, Nana Caymmi, Ana Carolina e Ivete Sangalo.

Com direção artística de Monique Gardenberg, direção musical de Guto Graça Mello e cenografia de Gringo Cardia, Elas Cantam Roberto foi o primeiro dos cinco eventos especiais, promovido pela ItaúBrasil, para comemorar os 50 anos da carreira musical do cantor. Gravado pela Rede Globo e apresentado ao público no dia 31/05, a emissora conseguiu criar polêmica em um show que havia sido de plena graça, harmonia e competência.

Na edição, segundo explicações da Globo, por motivos artísticos que não falaram quais, eles cortaram as apresentações de seis cantoras: Marina Lima, Paula Toller, Adriana Calcanhotto, Mart’nália, Rosemary e a cantora lírica, Celine Imbert. A atitude gerou um mal estar em todos os envolvidos no show e inclusive, no próprio Roberto Carlos, que ligou para a emissora contestando a ausência dessas Divas. Antes da edição, ele mesmo havia pedido aos editores que poderia cortar as músicas que cantou solo, para não deixar ninguém de fora.

Nasci praticamente junto com a Rede Globo e respeito seu padrão de qualidade. Cresci assistindo suas novelas, seus seriados e shows que marcaram a minha vida. Entre as novelas, as que jamais esquecerei são Estúpido Cúpido, Dancing Days, Gabriela, Guerra dos Sexos, Vereda Tropical, Vale Tudo, Rainha da Sucata e a última que adorei foi a que reprisa agora no Vale a Pena Ver de Novo, Senhora do Destino.

Os seriados ou programas especiais da minha vida foram: Vila Sésamo, Shazam e Xerife, A Grande Família (anos 70 e atual), Sítio do Picapau Amarelo, Malu Mulher, Carga Pesada, Armação Ilimitada, Anos Dourados, Anos Rebeldes, TV Pirata, Sai de Baixo, Os Normais e o recente seriado Maysa. Por conta dos musicais, no final dos anos 70 e começo dos 80, a Globo apresentava a série “Grandes Nomes”, e um deles, em novembro de 1980, mudou definitivamente a minha vida, foi o especial “Rita Lee Jones”. A partir deste dia virei fã incondicional da rainha do rock e meu sonho maior se tornou trilhar pelos caminhos da música, do pop e do rock and roll.

Mas, algumas atitudes da emissora não podemos deixar de lado. Para começar, no intuito de se garantir como o veículo de comunicação mais importante do país, sempre está ao lado do governo que está no poder, ou seja, era conivente com a Ditadura Militar. O Milagre Econômico financiado pelos EUA é óbvio que era bom para a emissora. Depois, em 1984, quando isso não interessava mais, apoiou as Diretas Já, com transmissões dos palanques e das manifestações que levaram às ruas multidões de pessoas, em várias regiões do país, emocionando todos e unindo o Brasil num só coração. Assim, como acontece nas Copas do Mundo e nas Olimpíadas.

No final nos anos 80, na primeira eleição direta para presidente da República após a Ditadura Militar, para não deixar os comedores de criancinhas tomarem conta do país, denegriu a imagem de Lula e criou o Caçador de Marajás, praticamente colocando no poder executivo, o desconhecido Fernando Collor de Mello. Anos depois, em 1992, quis se redimir apoiando as manifestações dos caras pintadas para o impitchman de Collor. E nos tempos atuais, apóia um dos presidentes mais popular da história, o mesmo Lula, Luiz Inácio da Silva, que ajudou a derrubar anos atrás. Como já dizia Cazuza: “Brasil, qual é seu negócio? O nome do seu sócio? (plin, plin), confia em mim”. O “Plin, Plin” fica por minha conta, desde 89 canto deste modo a música “Brasil”, composição de Cazuza, Nilo Roméro e George Israel, imortalizada na voz de Gal Costa.

Então vamos lá. Porque a Globo faz o que quer? Porque não passou as interpretações das seis cantoras? O que prejudicaria seu padrão de qualidade, 15 minutos a mais de programa num domingo no final da noite? Onde sua programação é lamentável, com filmes antigos e sem importância alguma. É o capital? O poder da publicidade? O dinheiro que gira dentro da emissora? Sua audiência? Não sabemos ao certo. No entanto, realmente é difícil para o Rei engolir esta história, assim como para as cantoras que foram cortadas na edição.

Mesmo se fossem artistas no início de carreira, nada justificaria o boicote, imagine com a importância que essas cantoras têm para a MPB e para o Pop Nacional. Desagradável deixar Marina Lima de fora, a única que na noite toda, interpretou uma música com guitarra em punho. Sem contar a interpretação de Paula Toller em “As Curvas da Estrada de Santos”, a delicadeza de Adriana Calcanhoto e a descontração de Mart’nália, com toda a malandragem carioca herdada de seu pai, Martinho da Vila. E os anos de amizade que Roberto tem com Rosemary? E a cantora lírica Celine Imbert? Sua empresária estava indignada, segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Editar as interpretações mornas de algumas cantoras, queridinhas da emissora e duas músicas interpretadas por Ivete Sangalo não podia, né? Esta, não tem culpa nenhuma e jamais a criticaria pela admiração que tenho por ela como cantora e como pessoa. Ivete é gente da melhor qualidade, mas, todos sabemos que também é uma das queridinhas da Globo.

O que dizer? O que podemos fazer contra a toda poderosa Rede Globo? Nada. Quem, do meio artístico, não gostaria de ser protegida da emissora? Eu gostaria de aparecer na telinha do "plin, plin". Até porque é o veículo de comunicação de maior audiência e prestígio do país, mas, um pouco de justiça não faz mal a ninguém, não é mesmo? O que nos resta, para quem quer ver o show na íntegra, é comprar o DVD assim que for lançado.

Agora, deixando a Rede Globo para lá, uma cantora que preciso destacar e que nunca dei muita atenção pelo estilo musical que interpreta é a Cláudia Leite. Ela arrasou na música “Falando Sério”. Foi um espetáculo tanto no potencial de voz, como de interpretação . O que prova, que não basta apenas timbre bonito, sorte e talento. Aulas de canto, dedicação e experiência de palco também podem transformar da água para o vinho um artista, pois no início de carreira, Cláudia, no grupo “Babado Novo”, era bem crua. Parabéns!!! Fernanda Abreu também deu um toque e suingue todo especial à música “Todos estão surdos”, adorei!!

E parabéns ao Rei! São 50 anos emocionando o Brasil. Algumas músicas de Roberto Carlos são inesquecíveis e sempre contemporâneas. A minha favorita é “Detalhes”. Mas, gosto de várias, sempre as mais antigas, tanto da época da Jovem Guarda, como as dos anos 70.

Toda a renda do espetáculo, num total de R$ 326.872,14, foi destinada à Associação AMÉRICAS AMIGAS, entidade que nasceu da parceria entre Brasil e EUA para a Conscientização e Pesquisa sobre o Câncer de Mama.

Complementando o texto, ontem (12/06), Marília Pera estava no Jô Soares e confirmou o que deduzi um dia após a apresentação da Globo, quando algumas colegas de trabalho acharam exagerada a sua interpretação no especial. A diretora artística mandou ela interpretar uma "louca", e foi o que ela fez magnificamente bem como só a experiente atriz sabe fazer. E comentamos exatamente isso, outro colega e eu, que com certeza aquela interpretação desvairada havia sido proposital, algo que fazia parte do roteiro do show.