sexta-feira, 29 de maio de 2009

Geeeente! Alma Gêmea não existe, mas, viva l’amour

Meu mundo caiu e eu não esperava por isso. Outro dia li num livro super sério que alma gêmea não existe e muito menos a outra metade da laranja, a outra parte, a tampa da panela, o sapato velho para aquecer os pés e tantas outras designações para se definir a encontro amoroso entre duas pessoas.

Pensei: “Geeente!! Passei 40 anos da minha vida procurando minha alma gêmea, sofrendo por não ter encontrado alguém que partilhasse comigo esta passagem por aqui e, no entanto, não existe?” Mas, olha só que bacana! Não fiquei triste, muito pelo contrário, foi a resposta que eu precisava para eliminar esta angústia que me persegue há tanto tempo, pois a maior parte da minha vida passei sozinha. Sempre com a família, com muitos amigos, mas quase sempre só em se tratando de relacionamentos a dois.

Enquanto todos estavam curtindo, namorando, ficando, eu estava com o meu amigo Zeca, isso até ele se casar, mas, depois vieram outros amigos, outras amizades e assim a gente vai levando a vida. O período que mais namorei foi na adolescência. Por sinal era bem namoradeira, sempre tinha companhia nos bailes da vida, para ir ao cinema, ao shopping, nas festas juninas, andar de bike, namorar no parque, aquela coisa simples e gostosa e até porque não dizer, ingênua. Apenas mãos dadas, abraços e muito beijo na boca.

Enquanto a Dulce estava com o Marcos e a Ana com o Tutti, eu estava com o Bilo, o Denílson, o Paschoal, o Rubinho, o Álvaro (Uruguaio), o Mauro, o Pezão e o Poeta. Sempre passeava com minhas amigas de infância, elas com seus namoros duradouros, e eu, com os meus passageiros. E é claro, um de cada vez, pois os meus namoros não duravam muito tempo e por isso a grande rotatividade. Só o Mauro durou um pouquinho mais. Nesta época era bastante inquieta e não tinha muita paciência com eles.

Depois deste período tão bom, passei por uma fase estranha e aí começou o meu tormento. Comecei a cismar com alguns dos antigos namorados e ficava anos e anos, ou tentando reconquistar, ou tentando esquecer. E nessas fases, não me permitia conhecer outras pessoas. Até que chegou uma hora e resolvi me permitir novamente, deste dia em diante outras confusões começaram na minha vida.

Muitas dessas confusões foram ótimas, rolaram alguns relacionamentos bem legais e que mudaram para sempre a minha vida. Uma delas foi, até o momento, o grande amor da minha vida, o que sempre considerei minha alma gêmea pelas afinidades que tínhamos e por gostar tanto de ficar ao seu lado. E nesta, eu fiquei uns bons anos tentando voltar, mas, como já escrevi no texto “Reforma Íntima” foi algo tão puro e verdadeiro que só me fez progredir. Mas, como tudo na vida, depois de muito tempo, passou. Hoje, justamente por causa dessas afinidades, o que ficou foi o melhor da vida: uma amizade muita sincera, muita admiração e que só justificou todo este amor.

Nossa! Para variar escrevi muito antes de chegar ao assunto principal, ou seja, o tema no qual comecei este texto: a não existência da alma gêmea. É claro que existe o amor entre duas pessoas, os afetos puros e verdadeiros, só que, as pessoas se atraem ou apenas fisicamente, que são aquelas loucas paixões, que na maioria das vezes desencadeiam em relacionamentos doentios e com isso, as separações tão dolorosas. Ou se atraem por afinidades e isso, muitas vezes com uma missão determinada de seguir juntos na existência atual, fluindo o amor verdadeiro.

Essas afinidades podem aparecer não apenas com uma pessoa, mas com várias no decorrer da vida, algumas não darão certo porque não era para ser (esta frase é péssima quando ouvimos ao terminar um relacionamento, mas é o que é). A grande verdade é que as pessoas se reúnem por afinidades, tanto nos laços familiares, nos de amizade e nos relacionamentos a dois. Pois é muito difícil conviver com uma pessoa que pensa totalmente diferente que a gente, tanto nos conceitos intelectuais, como morais. Mas, muitas vezes essas pessoas passam pelas nossas vidas para testar nossa capacidade de amar, colocando em prova a nossa paciência e tolerância.

Sendo assim, os olhos podem mesmo brilhar, o coração disparar e as pernas podem ficar bambas quando nos deparamos nesta vida com alguém que já segue conosco há tanto tempo e que numa hora ou outra, surge na nossa frente. Portanto, se esta é a emoção do reencontro, porque não chamar esta pessoa de alma gêmea? Acho que podemos continuar denominando desta maneira para não perder a poesia.

Afinal o que seria de nós sem as canções que falam de amor, sem os livros e filmes românticos, sem os beijos de novela, sem as poesias. Não devemos deixar para lá este lado tão bacana da vida e nem deixar de achar o máximo a música do Nando Reis: “Com você meu mundo ficaria completo” porque com você meu mundo realmente ficaria completo.

Contudo, o importante é o equilíbrio, é fluir amor, construir junto, progredir junto, respeito mútuo. Sem angústia, sem dores, sem desespero, sem dependência, pois como chama um livro que li anos atrás, “Ninguém é de Ninguém”. Somos seres únicos e cada um tem a sua individualidade, o que não significa ser egoísta. Cada um tem seu nível de crescimento, seu entendimento para a evolução, sua particularidade e percepção para sentir as coisas da vida.

Então, viva l‘amour!!!

Quem sabe uma hora dessas, para quem está só como eu, aparece este alguém que provoca tantas sensações maravilhosas. Às Vezes aparece, mas, pode não acontecer nada porque as duas pessoas não se encontram na mesma sintonia. Não estão querendo, no momento, a mesma coisa.


Tenha fé em Deus, tenha fé na vida. Tente outra vez. (Raul Seixas)

E não há tempo que volte, amor! Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir. (Tempos Modernos – Lulu Santos)



Muita Paz, Música & Amor!
Fiquem com Deus!
Nana

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Apenas uma Garotinha - A História de Cássia Eller

Por Enquanto - Música de Renato Russo

Apenas uma Garotinha - A História de Cássia Eller é o livro que conta a trajetória de vida da cantora, narrando desde sua infância até sua morte no dia 29 de dezembro de 2001. O livro aborda todos os detalhes pessoais e de sua carreira artística no pop rock nacional. Cássia, considerada na época a maior representante do pop do Brasil, que tinha um poderoso potencial de voz e era uma explosão de energia no palco, na verdade era uma pessoa excessivamente tímida. Mas, segundo às pessoas mais próximas, era terna, carinhosa, brincalhona e gostava, como uma boa sagitariana, de ter os verdadeiros amigos sempre reunidos.

No entanto, esta timidez praticamente a levou tão precocemente para o outro plano. Aos 39 anos, completados em 10 de dezembro, dias antes de sua morte, Cássia deixou uma carreira de sucesso, seu filho Chicão e sua companheira Maria Eugênia. Aproveitando a deixa, esta história de amor rompeu todos os tabus de preconceitos, colocando em evidência este modelo de família tão criticado pela sociedade e tão condenado pelo Vaticano, principalmente pelo atual Papa. Lembro da torcida a favor de Maria Eugênia para que ganhasse do pai de Cássia, o Sr. Altair, o direito de guarda de Chicão. E sua vitória foi um avanço no senso de justiça do país.

Cássia, depois de mais de dez anos na mídia, não esperava o grande sucesso do CD/DVD “Acústico MTV”. Sem contar que a cantora teve uma doença, febre reumática, dos dez aos vinte anos e como seqüela, uma arritmia cardíaca. Portanto, o excesso de shows em 2001 e a exposição nos veículos de comunicação, deixaram Cássia Eller apreensiva, atormentada, ansiosa e para enfrentar toda esta fama foi se afundando cada vez mais na cocaína, no álcool e o seu coração, tão comprometido por causa da doença de infância e das drogas, não resistiu a toda esta pressão e o infarto no miocárdio seguido de parada cardiorrespiratória foi inevitável.

Recordo uma das vezes que Cássia foi ao Jô Soares e simplesmente não conseguia falar de tão nervosa, de tanta timidez. Fiquei apreensiva por ela, que inclusive, o pouco que conseguiu falar foi gaguejando. Eu entendo um pouco isso porque também sou tímida e morro de medo de um dia ser famosa e ter que enfrentar o Jô Soares ou a Marília Gabriela......,rs ......(sonho meu), mas, acho que Cássia Eller tinha toda a timidez do mundo com pessoas desconhecidas e com a fama adquirida.

Contudo, admiro Cássia desde que ela surgiu em 1990 com o sucesso “Por Enquanto” de Renato Russo, e o primeiro show que vi, neste mesmo ano, desta garota carioca criada em Belo Horizonte e em Brasília foi no Dama Xoc, na região de Pinheiros, em São Paulo. Minha empatia foi imediata, fiquei impressionada com aquela loucura toda no palco. Nem a rainha do rock, que sigo desde os onze anos de idade, a Rita Lee, tinha tanta fúria e atitude rock and roll.

Cássia apesar de não ter me influenciado para ingressar na música, pois quanto ela surgiu na mídia eu já tocava baixo na banda NB8 há 4 anos e meu sonho de cantar e meu fanatismo pela Rita Lee já tinham 10 anos, foi de extrema importância para mim, pois ela veio para enaltecer o meu timbre de voz, o contralto legítimo, ou seja a voz grave feminina. Depois de Cássia, surgiu no mercado fonográfico uma leva de cantoras contraltos, como Zélia Duncan, Ana Carolina, Isabella Taviani, Nila Branco e tantas outras. Sem contar, toda aquela pegada e energia de palco. Era Sensacional, e de uma certa forma, me influenciou no jeito de interpretar as músicas.

Portanto, quando ela lançou “Malandragem”, em 1994, seu segundo grande sucesso, eu adotei completamente esta música para minha carreira. Não apenas adotei, como todos os meus amigos e praticamente todas as pessoas que já me viram cantar e tocar esta canção assimilam ela a mim. Tanto é que, no ano seguinte de seu falecimento, a Subprefeitura de Santo Amaro promoveu uma festa de rua e me convidou para homenagear Cássia Eller.

Malandragem, composição de Cazuza e Frejat

Segundo Roberto Frejat e Ezequiel Neves, a música “Malandragem”, composta por Cazuza e Frejat foi feita para Ângela Rô Rô, pois o namorado de Cazuza morava no mesmo apartamento da namorada de Ângela e como eles viviam se encontrando por lá, Caju, como era carinhosamente conhecido pelos amigos, prometeu uma composição para a cantora de voz rouca, também com o timbre de voz contralto e cheia de atitudes polêmicas e radicais na vida pessoal.

Ângela, com seu jeito todo espontâneo de ser, simplesmente disse o seguinte: “eu não cantarei esta merda de música”. Sendo assim, anos depois a canção foi apresentada à Cássia que se identificou completamente e até hoje é um dos maiores sucessos de sua carreira, e a frase “apenas uma garotinha” virou título do livro e do projeto do filme sobre sua vida.

Nana em Malandragem

Esta música, “Malandragem”, é obrigatória no meu repertório, se por acaso eu penso em não tocá-la, recebo várias manifestações a favor da canção. Sinceramente eu não tenho mais paciência para cantá-la, mas, isso nos ensaios, porque quando subo ao palco a energia vêm à tona e realmente canto como se fosse minha.

E tenho algo a confessar, sei que é muito feio o sentimento de posse, mas, fora a Cássia Eller, não gosto de ouvir outra pessoa cantando esta música, nem em veículos de comunicação e nem em barzinhos. Ela é minha, rs.....pois apesar de responsável e madura, eu ainda sou uma garotinha no jeito de ser, de celebrar a vida, de acreditar no ser humano e que se magoa profundamente quando alguém estraga a brincadeira ou joga aquele balde de água fria, (eu só peço a Deus, um pouco de malandragem).

Santo Amaro – Não é que fomos vizinhas?

No começo nos anos 90, quando vieram para São Paulo no intuito de divulgar e promover a carreira musical da cantora, Maria Eugênia e Cássia Eller foram minhas vizinhas. Elas moraram aqui perto de casa, num apartamento próximo ao Largo Treze de Maio. No livro, o bairro de Santo Amaro foi considerado apenas industrial e praticamente periférico pela sua distância ao centro da cidade. Quanto a ser longe do centro e pela falta de metrô para se locomover aos outros bairros, concordo plenamente, principalmente quando se depende de transporte público. Quanto a ser um bairro industrial, isso foi realmente verdade, porém, no final dos anos 60 e nos anos 70, há tempos a maioria das fábricas já se deslocaram para outras bairros e cidades, inclusive na época que elas estavam por aqui.

Contudo, não concordo pelo modo que a região foi mencionada no livro. Santo Amaro, há muito tempo é considerado um bairro residencial, tranqüilo e ótimo para se morar, com parques, praças, mercados, casa de shows, infra-estrutura e uma infinidade de lazer. E hoje, foi invadida pelo boom imobiliário e o valor do metro quadrado é caríssimo, como já mencionei aqui neste blog. Não chega a ter o mesmo valor que uma Vila Nova Conceição, Moema ou Vila Mariana, todos na zona Sul também, mas, tornou-se um bom e requisitado bairro para se morar. A maioria dos meus amigos de infância, inclusive os que, graças a Deus, estão bem financeiramente dizendo, optaram, mesmo após o casamento, a continuar no bairro, poderiam ir para qualquer região mais nobre, mas ficaram por aqui.

A pesquisa feita pelos escritores do livro, Ana Cláudia Landi e Eduardo Belo, não foi tão eficiente assim. Ou eles não apuraram os fatos devidamente, ou não tiveram uma fonte confiável. Além dos encantos do Bairro, e da passagem de Cássia por aqui, moram ou moraram em Santo Amaro algumas pessoas ilustres, entre eles: Raul Cortez, Elis Regina, Denise Del Vecchio, Maurício Kubrusly, Júlio Guerra e tantos outros.

Voltando à Cássia Eller, uma pena mesmo que não soube disso na época. Com certeza daria plantão na frente do apartamento delas para fazer amizade e quem sabe tocar baixo em sua banda, nunca se sabe, né? Já pensou? Teria sido o máximo.

Livro: Apenas Uma Garotinha – A História de Cássia Eller
Autores: Ana Cláudia Landi e Eduardo Belo
Editora: Planeta (Brasil)
Faixa de Preço: R$ 31,92 a R$ 39,90


Banda Josie - Malandragem




Paz, Música & Amor!

Fiquem com Deus!

Nana





domingo, 10 de maio de 2009

Reforma Íntima

Como já contei por aqui, o meu processo de mudança começou em 2006 e agora chegou a hora da busca do equilíbrio pessoal. Busca do meu eu interior. Na verdade, comecei este processo há dez anos, contudo, por causa da correria do cotidiano, infelizmente, nós deixamos o principal da vida para segundo ou terceiro plano e às vezes, esquecemos completamente da ligação que temos que ter com Deus. Esquecemos de confortar e alimentar a alma, independente de religião.

No entanto, não é fácil fazer uma reforma interior. Temos tantos defeitos, e uma coisa aprendi, não basta apenas não fazer o mal, temos que fazer o bem, ser neutro não ameniza a situação. Não adianta ser bonzinho, se relacionar bem com todos, não arrumar confusão, não puxar o tapete dos colegas, não fazer fofocas. Não basta ser do bem, se não fizermos nada de bom para os companheiros de jornada e de existência. O mais importante é aplicar o amor ao próximo de alguma forma.

Esta semana assisti uma ótima palestra que falava sobre isso. Nós temos a impressão que fazer o bem é realizar grandes feitos, grandes obras, mas, o mínimo que fizermos, já basta para continuar no caminho da evolução e para contribuirmos para um mundo melhor e mais justo. Muitas vezes, basta apenas um sorriso, um abraço, uma palavra de conforto. Que tal harmonizar primeiro nosso lar? Nosso ambiente de trabalho? Já é um bom começo, não é mesmo?

Outro dia uma amiga falou que eu estava diferente e muito séria. Fiquei preocupada, pois uma das coisas que acho bacana em mim é passar alegria, falar coisas engraçadas, tirar o barato dos meus próprios sofrimentos, isso faz parte do meu ser. No filme “Cazuza, o tempo não pára”, meu mestre fala o seguinte: “tenho medo de fazer terapia e perder a inspiração”. E fiquei pensando no comentário da minha amiga, será que nesta busca do meu eu, aliviando as minhas angústias, juntando os meus pedacinhos, eu perderei a inspiração para compor?

Este blog mesmo é uma forma de preencher os espaços vazios que sinto em minha vida e outro dia estava tão bem, que não tive vontade de escrever nada. De qualquer forma, a tranqüilidade, a serenidade que venho adquirindo, vale a pena qualquer tipo de renúncia. Mas, aprendi também, que não preciso deixar de ser alegre, cantar, dançar, fazer uma graça, este comportamento não irá tirar a minha concentração, atrapalhar a minha fé. Muito pelo contrário, ser feliz faz parte de todo este processo, fluir amor e alegria é a grande busca . As músicas, ao invés de dramas, de dores de amores, podem ser sobre outros tantos assuntos. Com certeza a inspiração virá de uma outra maneira.

E como é bom celebrar a vida com os amigos, com a família. É importante não perder nenhuma oportunidade que apareça. Sempre gostei de andar em bando, de ter muita gente por perto. Quando ainda andávamos em turma, acho que não tinha tantos problemas de afeto, hum......será? E minha música “Fim de Noite – Blues da Solidão” que escrevi com 23 anos? É....sei lá.....só sei que sinto falta disso, mas, a vida continua e não poderia mesmo andar em turma o resto da vida, ser uma eterna adolescente.

E a busca do equilíbrio é boa por causa disso, aprendemos que ser feliz só depende de nós mesmos. Tanto é importante deixar de culpar os outros pelos nossos problemas, como também é importante não depositar as fichas numa única pessoa, achando que ela nos trará esta felicidade e paz que tanto buscamos. O amor não é isso, mas custa para a gente entender. O amor é construir, é compartilhar, é evoluir e para isso, a alegria de viver tem que vir de dentro de nós, e não de fora para dentro.

Contudo, confesso que apesar de saber disso há muito tempo, tento colocar em prática apenas agora, pois até então, na minha concepção, para a felicidade ser completa: “só se for a dois”. Porém, o mais importante no momento é me equilibrar. Do que adianta querer muito me realizar no amor se não estou bem e não estando bem, como posso fazer outro alguém feliz? Mas, uma coisa é certa, quando amamos ou quando estamos apaixonados, ficamos mais leves e o mundo fica mais colorido. O Céu fica mais azul, as flores ficam mais belas, os vários tons de verdes das árvores ficam mais vivos e o sol brilha com muito mais força. Entendemos melhor as poesias e as letras de músicas parecem que foram feitas para ser a trilha sonora do nosso romance. E com certeza este sentimento deve irradiar muito amor e luz por onde passa.

E tenho outra coisa para confessar, minha mudança que começou há dez anos teve um único motivo: o amor que sentia na época. Comecei a estudar inglês, coisa que não achava necessário, corri atrás do meu sonho que era cantar e gravei meu primeiro CD, pois até então, era apenas contrabaixista. Comecei a prestar mais atenção no que escrevia, pois sempre gostei de escrever, mas meio que assassinava a gramática e apesar de escorregar de vez em quando, acredito que melhorei um pouco neste tempo. Voltei a ser como era quando adolescente, ou seja, colocar mais alma nas coisas que faço, ter mais alegria de viver e ser mais intensa nas minhas atitudes. Comecei a viajar para novos lugares, cidades e estados, aprendi a apreciar um bom vinho tinto e o mais importante, comecei a estudar as coisas da vida, a filosofia de Kardec. Queria entender o motivo dos acontecimentos, dos nossos destinos, por isso posso garantir que só o amor transforma, que só o amor deixa a vida mais viva.

No entanto, o amor puro, verdadeiro, não aquelas paixões desvairadas que devastam nossas vidas. E outra coisa, tudo isso aconteceu após acabar o relacionamento. Não entrei em depressão, não fiquei sofrendo, fui à luta, não tive êxito, não houve uma segunda chance, mas olha quanta coisa de bom fiz por mim mesma em nome deste amor. Cresci em dez anos, o que não havia crescido em trinta. Contudo, este texto e tudo que venho aprendendo é sobre o amor universal, o amor ao próximo, o amor à vida, o amor pela natureza, o amor das amizades. Só quis dar alguns exemplos sobre o que o amor faz quando o sentimos de verdade. Mas o amor que devemos sentir pela humanidade é o mesmo amor que uma mãe tem por seu filho, este é o sentimento mais puro e mais próximo da perfeição. Difícil, não é mesmo? Só com muita fé, muita dedicação e disciplina mesmo.

Bom, para finalizar, nesta busca do equilíbrio só não quero ficar chata, careta e o rock and roll? Onde fica? E as guitarras distorcidas? Virar Santa ou Anjo ainda está muito longe da nossa atual existência. Ihhhh! Temos muito caminho a percorrer, muito a aprender, muito a crescer e muito mais ainda a entender. O que importa é seguir pelo caminho certo e para isso, só com uma boa reforma íntima mesmo. Infelizmente buscamos isso quando acontece algum problema sério. Mas, já que houve uma oportunidade, já que houve um começo, por que não continuar e ir até o fim?


“Eu não vim até aqui para desistir agora e se depender de mim, eu vou até o fim” – Engenheiros do Hawai.


Muita Paz e fiquem com Deus!

Beijos
Nana

domingo, 3 de maio de 2009

Uma família chamada VVD Pallas

Meu primeiro emprego foi em 1989, na Brasimpact, um escritório de engenharia aqui perto de casa. Saí de lá porque tinha um chefe australiano que ao mesmo tempo era inteligente, amigo, reconhecia o potencial, tanto é que em seis meses passei de recepcionista para assistente administrativo, mas, em questões de segundos, ele ficava nervoso e gritava como um louco. Agüentei um ano para ter pelo menos este tempo de registro na carteira de trabalho e ganhar também, um pouco de experiência. No entanto, ele gritou comigo apenas uma vez, para nunca mais, percebeu que se fizesse isso novamente, sairia de lá sem choro e nem vela. Mesmo assim, aquele clima de tensão não era para mim.

Todos os meus empregos foram com QI (quem indica), tanto o primeiro, como o segundo foi a mesma pessoa. Quando saí no começo de 91 da Brasimpact, queria ficar um tempo em casa, mas logo surgiu a vaga na VVD, local onde a irmã da minha amiga Rosaninha trabalhava, a Agnês. Para não parecer folgada, nem aquela menina mimada que não quer saber de nada, apenas de ter uma banda, fui lá fazer a entrevista nesta Corretora de Seguros alemã que tinha Volkswagen no nome apenas como royalty. O nome era VVD Volkswagen Corretagem de Seguros Ltda.

Como estava tranquila, pois era indiferente conseguir ou não o emprego naquele momento, me saí muito bem nos testes e nas entrevistas com o diretor de Recursos Humanos, Luiz Otávio e com o gerente do departamento, o Sr. Milton de Paula (futuro paizão). Alguns dias depois, lá estava eu, em casa, na rede, sossegada, lendo o livro “O Capitão da Esperança” de Jorge Amado, que conta a trajetória do comunista Luiz Carlos Prestes, marido de Olga Benário, e toca o telefone. Era o gerente da VVD dizendo que o emprego era meu e que era para começar no dia seguinte. Fui, é claro, afinal queria comprar um baixo importado e o GK, o famoso amplificador que tanto falava.

Bom, difícil contar 17 anos de história, pois foi este tempo que fiquei nesta empresa, considerando as fusões com o Banco Volkswagen que nem mudamos de espaço físico e depois para a Marsh, quando realmente mudamos radicalmente e fomos para o CENESP (Centro Empresarial de São Paulo). Porém, nem todos, uma parte permaneceu no Banco Volkswagen, outra parte foi pra a Marsh e outros foram para casa. O dia 18 de junho de 2003 foi um dia muito difícil, turbulento, cheio de emoções, tristezas e ficará marcado como o dia em que a família se separou fisicamente.

Na VVD encontrei pessoas que farão parte da minha vida para sempre. Encontrei verdadeiros amigos, um lance de afinidade mesmo, de carinho e porque não dizer, de amor. Éramos felizes, trabalhávamos também, mas nos divertíamos muito mais. São tantas as histórias, são detalhes tão pequenos que realmente não têm como descrever tudo aqui. Escreverei apenas algumas lembranças e o que representou todo este período para mim e acredito que para todos também.

A empresa tinha uma sede própria de Grêmio e lá, foram tantas festas, tantas cantorias no karaoquê, tantos conflitos, tantas alegrias, jogos, ping-pong, affffffff, nem falemos disso, perdi a grande final para a Cida Branca numa partida disputadíssima, que reuniu numa grande festa, a empresa toda. Para variar, não me desfazendo da adversária, mais perdi por ansiedade, falta de controle emocional, pois era a franca favorita, rs.....pior que é verdade e a frase certa para este acontecimento é: amarelei nesta final. E quando o Anjinho cantava "Pai", do Fábio Jr. no karaoquê? Nossa! Era uma choradeira!! Mesmo com a maioria, graças a Deus, com o pai vivo, a emoção tomava conta do Grêmio.

E o vexame da festa de 45 anos de VVD em 95, na Chácara dos Sonhos em Jundiaí? O Anjinho, meu chefe na época, pediu para organizar um campeonato de futebol feminino e para variar, me empolguei totalmente e não falava em outra coisa. Chegou no dia, não quis tomar o café maravilhoso que nos recepcionava para não ter indigestão na hora do jogo, só que, as partidas começaram apenas em pleno sol do meio dia. Sem comer nada, é claro, no primeiro pique, me deu hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue), ou seja, fiquei sem energia nenhuma, deu tontura, fiquei com as pernas tremendo e tive que sair do jogo. Poxa! Tiram uma da minha cara até hoje por causa disso.

Jogávamos carta na hora do almoço no próprio departamento, sentadas no chão, enlouquecendo o Valverde com nossas folias, e muitas outras coisas aconteciam naquela empresa cheia de gente maluca. Inclusive, nos encontrávamos bastante fora dali. O Barreto e seus campeonatos de Boliche no shopping Morumbi, fui vice no feminino também, mas, desta vez, por sorte, não era tão boa jogadora como a Eugênia e a Simone e só fiquei em segundo porque esta última desistiu no meio da competição. Tinha a galera do cinema também, pelo menos uma vez por mês a gente assistia um filminho. Os churrascos na chácara do Barreto em São Roque, que coisa boa! Eu estava em todas, sempre fui assim, pertencia a todas as tribos. Desde a época da escola, estava aqui, estava ali, estava em todas. É o meu jeito sagitariano livre de ser.

Ahhh e os amores? Quantas descobertas. Ali, aflorei para muita coisa, para o mundo. Aprendi a conviver melhor com as pessoas, aprendi a fazer relaxamento, ajeitando assim, os rebeldes cabelos crespos. Aprendi a abraçar, aprendi a trocar afetos, aprendi a filosofia de Kardec. Na VVD, eu despertei realmente para a vida.

Contudo, a vida profissional da maioria não evoluiu. Mas éramos tão felizes, o ambiente era tão bom, que não importava a carreira, não importava dinheiro. Sofremos muito nas fusões, pois a globalização chegou e nossa vida de empresa paternalista entrou em decadência e tivemos que correr atrás do prejuízo. Acredito que todos pensavam que iríamos nos aposentar na VVD, por isso a acomodação geral. Por conta disso, chegamos na Marsh e tivemos que matar a bola no peito e chutar para o gol, e com isso, cada um foi para um lado e hoje, estamos espalhados em cada canto desta imensa cidade, em outras corretoras, seguradoras e em outras atividades, assim, como é o meu caso, que agora estou na área de comunicação.

Porém, nossos laços continuam fortíssimos. Esta semana em mais um corte na poderosa Americana Marsh, sofri e chorei junto com eles. E aos poucos, cada vez mais, cada um segue em caminhos opostos, mas que se cruzam nos laços de amizade e amor. Não mencionarei o nome de todos, porque foram muitos. No entanto, alguns tenho que citar: Anjinho (Adenilson), Nívia, Meire, Nilsa, Vilma, Tânia, Evaldo, Dona Marion, Isabel Cristina, Kássia, Kátia, Barreto, Wagner, Roseli, Niltão, Jairo, Seu Flávio, Luiz Santos, Seu Milton, Javier, Mariana, Edson, Oscar, Marcinho Medeiros, Germano, Adriana Prima, Vanilse, Cida Branca, Cida Preta, Marcinho, Régis, Marcos Porto, Elias, Fabiana, Eugênia, Luciana Braga, Crizão, Toninho, Tereza, Silene, Lia, Fátima, Selma, Simone(s), Márcia Regina, Lucy, Agnês, Heloisa, Rebeca, Paulinho, Luiz José, Miriá, Cleide, Sônia, Nadir, Márcio Santos, Ivete, Brasílio, Rafael(s), Carlão, Marcelo, Cris Weiss, Sheyla(s), Priscila, Galdino, Maurício e tantos outros que moram e sempre estarão no meu coração de uma forma muito especial.

É isso! Bom saber que por onde a gente passa, encontramos tantas famílias de afinidade. Como já contei neste blog, além da família, dos parentes de sangue, ainda tenho a família da Rua 5 e agora conto para vocês sobre a família da VVD. São amigos para sempre, nas alegrias e nas tristezas. E apesar de tudo, toda vez que nos encontramos é sempre uma grande festa, uma grande alegria. Que o tempo e a distância nunca apague esta chama de amor e carinho que existe entre nós.
Tenham uma ótima semana!
Fiquem com Deus!
Paz & Música
Beijos
Nana
ahhhh!!! Saudações conrinthianas!!!! Campeão Paulista de 2009.