domingo, 28 de junho de 2009

A vida por um triz – Michael Jackson e Farrah Fawcett - 25/06/2009


Como todos sabem e, é óbvio que não é novidade para ninguém, na última quinta-feira (25), dois ícones dos bons tempos, anos 70 e 80, se foram. Michael Jackson, o inesperado e Farrah Fawcett (62 anos), por muitas vezes, o inevitável. Nos dois casos, o mundo se comoveu e se chocou com os acontecimentos. O mito do pop, por ser do nada, de repente, no susto. A musa dos anos 70, porque sempre torcemos para quem luta contra o câncer, pois não é uma luta de um e sim, de todos que sonham para a cura desta doença que tanto teme a todos.

Falar de Michael Jackson é fácil, era um gênio da música pop, desde o fenômeno do sucesso dos Jackson Five, até chegar na sua consagrada carreira solo. Seu timbre de voz, sua afinação desde menino, suas composições, os arranjos das músicas, as mega produções dos shows, a revolução dos vídeos clipes e principalmente seu suingue, seu jeito único de dançar. Ele simplesmente flutuava como uma pluma no ar. O que importa lembrar seus tormentos? Todo grande astro da música é perturbado e parece carma, pois quem não é, não faz sucesso. Adorei a definição para Michael, do Tom Zé, na Folha de São Paulo esses dias: talentormento.

O que ele proporcionou para o mundo nos seus 45 anos de carreira, dificilmente alguém fará igual. Uma pena não ter ido ao show aqui no Brasil em 1993. Nem me lembro porque não fui, já trabalhava, com certeza não foi por causa de grana e o estádio do Morumbi é logo ali, perdi o show do astro e agora não tem volta. Deixei de ouvir ao vivo o riff de guitarra de Black or White, pena que não dá para reproduzir o som através de texto, pois é sensacional. Seus shows e clipes nos levavam a um mundo de fantasias, uma eterna sensação de liberdade.

Poderia falar horas de Michael, sobre seu talento, sobre seus tormentos, sobre suas transformações físicas, até porque como fui vítima do mal da espinha e fiquei com cicatrizes que até hoje através de um peeling atrás do outro tento resolver, seja por fórmulas manipuladas de ácidos retinóicos e glicólicos, seja o químico, seja a laser, sei muito bem o que é não gostar de se olhar no espelho muito de perto. Contudo, hoje ficarei apenas nas homenagens e no intuito deste texto que é escrever que a vida está sempre por um triz.

Sobre Farrah Fawcett, para quem é da minha época, ela fez parte da nossa infância e sempre será a inesquecível Jill Munroe do seriado As Panteras, que tanto nos levou também a um mundo imaginário, cheio de sonhos e brincadeiras. Além de ser uma das atrizes mais bonitas e cobiçadas dos anos 70. Havia pôster da atriz em todas as paredes dos garotos da época, inclusive no quarto de Tony Manero, o famoso personagem de John Travolta no filme Os Embalos de Sábado à Noite.

Acabo de assistir trechos do seu documentário Farrah Story, no Fantástico, onde mostra todo o seu drama, o tratamento e sua luta contra o câncer. Tudo me emocionou e mais ainda quando vi as três Panteras juntas, as duas, Kate Jackson (Sabrina) e Jaclyn Smith (Kelly), que lutaram contra o câncer de mama, ao lado da companheira de seriado, dando força e apoiando sua luta contra a doença. Uma amizade que durou mais de trinta anos. Como eu prezo isso, muito mesmo. Amizade é uma das maiores manifestações de amor.

No entanto, escrevi sobre eles para chegar nesta última sexta-feira (26), que além de todo o drama, repercussão e tristeza pela morte dos dois no mundo inteiro, principalmente de Michael Jackson, passei pelo meu drama particular. Meu pai, Seu Vitório, passou por uma cirurgia externa, porém, muito delicada. O problema maior de tudo isso não era a cirurgia em si, mas a idade em que meus pais se encontram.

Durante a cirurgia me senti muito frágil e impotente. Não podia fazer nada, a não ser esperar aflita, pois qualquer coisa e pufff. Afinal de contas foram três horas numa mesa de cirurgia, para um senhor de 75 anos de idade, não é pouca coisa. Mas ele resistiu firme, o médico o elogiou e disse que é muito forte. Fora segurar a onda da minha mãe que tem pressão alta.

Confesso, fiquei com medo, por mais fé e certeza que tudo sairia bem, e mesmo sabendo que era uma cirurgia externa, a sensação não foi nada boa, por algumas vezes perdi o controle e hoje estou assim, alerta, ainda preocupada. Ele passou a noite no hospital, mas agora está aqui do meu lado, feliz por estar em casa, mas qualquer movimento dele já me perturba: “Tá tudo bem? Tá sentindo alguma coisa?”. É apenas o terceiro dia, sei que vai passar, mas o que fica neste texto é uma única mensagem: temos que fazer tudo que desejamos hoje, agora, para nós mesmo e para quem está próximo da gente, pois no próximo minuto não temos a menor certeza do que pode acontecer. Assim como Michael, por mais que fosse hipocondríaco, se entupisse de remédio, e fosse cheio de problemas, ninguém esperava sua partida com apenas 50 anos de idade.

A vida sempre está por um triz, sabemos disso, contudo, não temos coragem e determinação para por em prática o que realmente queremos. Realizar um sonho, dizer um te amo, fazer uma viagem, estar com os amigos, com a família, fazer uma caridade com pelo menos uma palavra de conforto para quem está sofrendo, aflito. Digo isso para mim mesma, quantas vezes prefiro ficar em casa esperando não sei o que acontecer, no computador, assistindo TV, ao invés de viver intensamente a vida. Quando digo viver, não é apenas sair, baladas, beber, sexo e tal. Mas ser intenso, verdadeiro, não ter medo de falar o que sentimos, não ter medo de um não, simplesmente viver e proporcionar para quem está ao nosso lado, o melhor que a vida pode dar, ou seja, o amor.

Vamos pensar e lutar para um mundo melhor, uma sociedade mais justa, uma terra de paz, de luz e de equilíbrio. Estamos longe deste mundo ideal, mas se não começarmos uma hora, o caminho será mais longo ainda. Vamos pensar nisso e deixar os excessos das paixões e as mesquinharias pra lá. Vamos curtir também intensamente quem está ao nosso lado, seja em casa, no trabalho, no círculo social, em tudo. O resto fluirá naturalmente. Não era isso que Michael Jackson e Lionel Richie pediram e reproduziram tão bem na música We are the World?

E vamos pedir força e sustentação a Deus para enfrentarmos todas as situações da vida, principalmente aquelas que não podemos evitar. Para isso “é preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte”, assim já dizia Caetano Veloso e Gilberto Gil, na música Divino Maravilhoso, interpretada por Gal Costa, mas, não é nada, nada fácil mesmo, principalmente quando o assunto é na nossa família ou com amigos próximos. Aí, o buraco é mais em baixo. Mas, a vida é assim, dura, de luta e todos sabemos o destino final de cada passagem por aqui.

E viva Michael Jackson, que seu novo caminho seja de muita paz e que ele consiga o equilíbrio necessário para continuar sua evolução que já é de muita luz. Nos deixou de herança todo o seu trabalho artístico, de gênio musical. O grande Mito desta nossa geração. Conseguiu alcançar até meu sobrinho de cinco anos, que estava hoje no quintal tentando, é claro, dançar seu famoso passo, Moon Walker. Em três dias de intensas reportagens, meu sobrinho se encantou com sua música e sua dança.

E que Farrah Fawcett, também encontre muita paz e que seus belos olhos azuis continuem iluminando os seus caminhos. Lutou bravamente, é um exemplo de vida. E pensar que até outro dia nem sabia disso, onde será que eu estava, no Paraná? Minha amiga Margarete que me contou o drama da atriz. (*)
09.07.2009
(*) Segundo a coluna de Vange Leonel, na revista da Folha, publicada no último domingo (05.07), no texto Pantera de Verdade, Farrah deixou parte de sua fortuna para ajudar mulheres vítimas da violência doméstica (achei interessante acrescentar esta informação). Vange também comenta a amizade verdadeira das três Panteras, como Farrah foi um ímbolo sexual para os homens, um ícone para as mulheres e que seu pôster de maiô vermelho vendeu 12 milhões de cópias, um recorde jamais batido.

domingo, 21 de junho de 2009

“Laços de Ternura” e “O Entardecer de uma Estrela” – Shirley Maclaine


Cinema e espiritualidade


No meu conceito, cinema quando não é comédia vale o quanto choro, o quanto me emociono. E não lembro de um filme que me fez chorar tanto como Laços de Ternura de 1983, com Shirley Maclaine, Jack Nicholson e Debra Winger. Assisti pela primeira vez no cinema, aos 14 anos e até hoje, toda vez que vejo, seja na televisão, em VHS e agora no DVD que faz parte da minha coleção de filmes dos anos 80, choro aos prantos.

Lembrei deste filme esses dias, pois vi na TV a continuação de 1996, O Entardecer de uma Estrela, e como estas histórias me tocam. Aurora Greenway, a personagem de Shirley Maclaine, é totalmente intensa, exagerada, tanto para as alegrias, como para o drama. Com certeza, esta magnífica interpretação foi o motivo que levou a atriz a ganhar o Oscar em 83, depois de outras quatro indicações em anos anteriores.

Ao todo, o filme Laços de Ternura recebeu cinco Oscars, inclusive de melhor filme. Fora outras cinco indicações, onde Debra Winger, minha queridinha dos anos 80, com sua atuação como Emma Horton, também foi indicada como melhor atriz, porém, perdeu a disputa para Shirley Maclaine, que interpretava na trama, sua mãe Aurora. No entanto, as duas mereciam ganhar o prêmio, pois tanto o papel de uma, como a da outra, nos levaram às lágrimas, soluços, risadas e muita emoções. O drama, apesar dos conflitos, da relação de amor e ódio entre mãe e filha e da doença que levou a personagem de Debra à morte, tem um toque de comédia extraordinário, peculiar ao estilo de interpretação de Shirley, que até atuou com Jerry Lewis nos anos 50, proporcionando cenas antológicas à sétima arte.

Sem contar a participação de Jack Nicholson na trama, com o personagem Garret Bredlove, o famoso astronauta que já havia pisado na lua, que completou as cenas cômicas com Aurora, o que lhe valeu o Oscar de melhor ator coadjuvante. Na continuação de 96, o drama e a comédia não ficaram para trás, ao invés de controlar a vida da filha, a nova motivação de Aurora era controlar a vida dos três netos, já adultos, que criou desde crianças após a morte de Emma. E sua intensidade permaneceu até o fim, passando por várias fases até chegar na sua morte, já em idade avançada, rodeada por todos os netos, bisnetos e amigos. Pois apesar do ódio que causava pelos seus excessos, sua ternura e amor superavam os sentimentos negativos. Por que no fundo toda a sua autenticidade ao se manifestar e ver as coisas da vida era para demonstrar única e exclusivamente, seu afeto.

Não pertenço à turma de cinéfilos cults dos filmes europeus. Não que eu não goste, pois vou ao cinema também apreciar esses roteiros, fotografias e tal, principalmente se sou convidada, open mind total. Mas, assim como na música, minha cultura e gosto pelas artes são pops. Mesmo contra o imperialismo americano, ninguém faz cinema melhor para entretenimento como em Hollywood, como ninguém faz novela melhor como a Rede Globo e, no entanto, também não morro de amores pelo poder da emissora. Contudo, penso desta forma e não tenho a menor pudor em falar isso.

Para quem é fã do filme Bete Balanço de 84, no qual a própria atriz que interpretou a personagem, Débora Bloch, tem vergonha de ser considerada ícone de uma época por causa do fraco roteiro da trama, não tenho moral nenhuma para falar de cinema. Mas adoro mesmo, me sinto a própria cantora com seu sonho de ser super star da música pop nacional (eu vejo grana, eu vejo dor). É um dos filmes, por mais bobo que seja, da minha vida.

Outros dois longas-metragens que amo de paixão e assisto vira e mexe, são os de John Travolta, Grease de 1978 e Embalos de Sábado à Noite de 1977. São dois roteiros fracos também, mas que marcaram épocas. Então, sou pop, pop e por mim, tudo bem. Aqui neste blog não estou na posição de especialista em nenhum assunto, a maioria dos textos, escrevo sobre as coisas que tocam meu coração.

Sempre me perdendo no foco, voltando à Shirley Maclaine, adoro seu trabalho como atriz, e além disso, tenho admiração também pelo seu trabalho como escritora, onde aborda assuntos místicos e espirituais. Li três livros da autora: Minhas Vidas, que virou seriado, Em Busca do Eu e Dançando na Luz. A primeira vez que ouvi falar em chakras (pontos de energia do corpo humano) foi em seus livros. Independente de religião, a atriz mostra o quanto é importante buscarmos este equilíbrio para nosso crescimento e evolução.

Mais uma vez escrevo sobre esses assuntos, mas aqui é para exemplificar que, uma celebridade, um artista renomado ou um intelectual que demonstre preocupação com o tema, ganha muito mais credibilidade do que quando falamos através de religião, onde muitos acham piegas ou ignorância. Portanto, no fim, a filosofia espiritual é a mesma, apenas abordada de outras formas.

Entretanto, tem o outro lado da moeda. Um artista falando sobre espiritualidade, sobre assuntos místicos, também pode, assim como Paulo Coelho, ser taxado de charlatão. Tudo bem! Pode ser que sim e pode ser que não. Todos nós sabemos que Paulo faz parte da indústria cultural e através dos seus Best Sellers ganha muito dinheiro, mas, apesar de tudo, ele também foi importante neste meu processo espiritual.

Esta história de me encontrar, de buscar meu eu interior começou depois que li o Alquimista, no começo dos anos 90. Neste livro de Paulo Coelho, li pela primeira vez sobre os Mensageiros de Deus, e de como é importante prestar atenção nos sinais que a vida nos lança para a busca da nossa Lenda Pessoal (dom, talento). Por isso, para mim, o que importa é uma hora chegar aos fins e para isso, sempre tem um começo. Iniciei lá trás, com Paulo Coelho, depois com Shirley Maclaine e Monica Buonfiglio, autora de Almas Gêmeas e Anjos Cabalísticos, para depois chegar, há dez anos, na filosofia de Allan Kardec.

E hoje, finalmente tento colocar em prática tudo que já li, freqüentando a Federação Espírita do Estado de São Paulo e aprendendo mais e mais através das palestras com pessoas altamente qualificadas, além das assistências, da reforma íntima que só depende de mim e das inspirações que recebo e, claro, continuando com as leituras edificantes. Também faço acupuntura, mas isso já têm exatos dez anos, pois meus chakras vivem desalinhados, mas minha enxaqueca aliviou bastante depois que iniciei o tratamento.
Tudo isso, para mim, é muito mais que religião, é uma filosofia de vida. É a ligação com Deus através de estudos filosóficos e científicos. E por isso escrevo tanto sobre o assunto, o que acho bom para a minha vida, gosto de disseminar e dividir com todos os interessados, e para quem, amo e quero bem.


Segue abaixo a frase inicial do capítulo 8, Meditando sobre os Chackas, do livro Em Busca do Eu, de Shirley MacLaine

“O amor transforma tudo que toca pois enquanto crescemos em sua luz aprendemos a amar e ser amados”



Numa próxima oportunidade escreverei um pouco sobre pelo menos os sete chakras primários, que são energias localizadas em sete pontos centrais do corpo humano.



Até a próxima!


Paz, Música & Amor
Fiquem com Deus!
Nana

terça-feira, 9 de junho de 2009

Êhhhh, Rede Globo!!!!!



Roberto Carlos comemora 50 anos de carreira no
Teatro Municipal de São Paulo com Divas da MPB


O Teatro Municipal de São Paulo recebeu em grande estilo, no dia 26.05, o show “Elas Cantam Roberto”, um dos eventos que comemora os 50 anos de carreira do Rei. Pelo palco passaram vinte Divas da nossa música popular brasileira, interpretando as canções do compositor desde a fase da Jovem Guarda até os tempos atuais. Foi uma apresentação que reuniu talentos e musas de diversas gerações da MPB, proporcionando ao público muita emoção, glamour e profissionalismo.

As divinas cantoras que tornaram este show de Roberto Carlos mais especial foram: Hebe Camargo, Luiza Possi, Zizi Possi, Alcione, Fafá de Belém, Celine Imbert, Daniela Mercury, Wanderléa, Rosemary, Fernanda Abreu, Paula Toller, Marília Pêra, Marina Lima, Sandy, Mart’nália, Adriana Calcanhotto, Cláudia Leite, Nana Caymmi, Ana Carolina e Ivete Sangalo.

Com direção artística de Monique Gardenberg, direção musical de Guto Graça Mello e cenografia de Gringo Cardia, Elas Cantam Roberto foi o primeiro dos cinco eventos especiais, promovido pela ItaúBrasil, para comemorar os 50 anos da carreira musical do cantor. Gravado pela Rede Globo e apresentado ao público no dia 31/05, a emissora conseguiu criar polêmica em um show que havia sido de plena graça, harmonia e competência.

Na edição, segundo explicações da Globo, por motivos artísticos que não falaram quais, eles cortaram as apresentações de seis cantoras: Marina Lima, Paula Toller, Adriana Calcanhotto, Mart’nália, Rosemary e a cantora lírica, Celine Imbert. A atitude gerou um mal estar em todos os envolvidos no show e inclusive, no próprio Roberto Carlos, que ligou para a emissora contestando a ausência dessas Divas. Antes da edição, ele mesmo havia pedido aos editores que poderia cortar as músicas que cantou solo, para não deixar ninguém de fora.

Nasci praticamente junto com a Rede Globo e respeito seu padrão de qualidade. Cresci assistindo suas novelas, seus seriados e shows que marcaram a minha vida. Entre as novelas, as que jamais esquecerei são Estúpido Cúpido, Dancing Days, Gabriela, Guerra dos Sexos, Vereda Tropical, Vale Tudo, Rainha da Sucata e a última que adorei foi a que reprisa agora no Vale a Pena Ver de Novo, Senhora do Destino.

Os seriados ou programas especiais da minha vida foram: Vila Sésamo, Shazam e Xerife, A Grande Família (anos 70 e atual), Sítio do Picapau Amarelo, Malu Mulher, Carga Pesada, Armação Ilimitada, Anos Dourados, Anos Rebeldes, TV Pirata, Sai de Baixo, Os Normais e o recente seriado Maysa. Por conta dos musicais, no final dos anos 70 e começo dos 80, a Globo apresentava a série “Grandes Nomes”, e um deles, em novembro de 1980, mudou definitivamente a minha vida, foi o especial “Rita Lee Jones”. A partir deste dia virei fã incondicional da rainha do rock e meu sonho maior se tornou trilhar pelos caminhos da música, do pop e do rock and roll.

Mas, algumas atitudes da emissora não podemos deixar de lado. Para começar, no intuito de se garantir como o veículo de comunicação mais importante do país, sempre está ao lado do governo que está no poder, ou seja, era conivente com a Ditadura Militar. O Milagre Econômico financiado pelos EUA é óbvio que era bom para a emissora. Depois, em 1984, quando isso não interessava mais, apoiou as Diretas Já, com transmissões dos palanques e das manifestações que levaram às ruas multidões de pessoas, em várias regiões do país, emocionando todos e unindo o Brasil num só coração. Assim, como acontece nas Copas do Mundo e nas Olimpíadas.

No final nos anos 80, na primeira eleição direta para presidente da República após a Ditadura Militar, para não deixar os comedores de criancinhas tomarem conta do país, denegriu a imagem de Lula e criou o Caçador de Marajás, praticamente colocando no poder executivo, o desconhecido Fernando Collor de Mello. Anos depois, em 1992, quis se redimir apoiando as manifestações dos caras pintadas para o impitchman de Collor. E nos tempos atuais, apóia um dos presidentes mais popular da história, o mesmo Lula, Luiz Inácio da Silva, que ajudou a derrubar anos atrás. Como já dizia Cazuza: “Brasil, qual é seu negócio? O nome do seu sócio? (plin, plin), confia em mim”. O “Plin, Plin” fica por minha conta, desde 89 canto deste modo a música “Brasil”, composição de Cazuza, Nilo Roméro e George Israel, imortalizada na voz de Gal Costa.

Então vamos lá. Porque a Globo faz o que quer? Porque não passou as interpretações das seis cantoras? O que prejudicaria seu padrão de qualidade, 15 minutos a mais de programa num domingo no final da noite? Onde sua programação é lamentável, com filmes antigos e sem importância alguma. É o capital? O poder da publicidade? O dinheiro que gira dentro da emissora? Sua audiência? Não sabemos ao certo. No entanto, realmente é difícil para o Rei engolir esta história, assim como para as cantoras que foram cortadas na edição.

Mesmo se fossem artistas no início de carreira, nada justificaria o boicote, imagine com a importância que essas cantoras têm para a MPB e para o Pop Nacional. Desagradável deixar Marina Lima de fora, a única que na noite toda, interpretou uma música com guitarra em punho. Sem contar a interpretação de Paula Toller em “As Curvas da Estrada de Santos”, a delicadeza de Adriana Calcanhoto e a descontração de Mart’nália, com toda a malandragem carioca herdada de seu pai, Martinho da Vila. E os anos de amizade que Roberto tem com Rosemary? E a cantora lírica Celine Imbert? Sua empresária estava indignada, segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo.

Editar as interpretações mornas de algumas cantoras, queridinhas da emissora e duas músicas interpretadas por Ivete Sangalo não podia, né? Esta, não tem culpa nenhuma e jamais a criticaria pela admiração que tenho por ela como cantora e como pessoa. Ivete é gente da melhor qualidade, mas, todos sabemos que também é uma das queridinhas da Globo.

O que dizer? O que podemos fazer contra a toda poderosa Rede Globo? Nada. Quem, do meio artístico, não gostaria de ser protegida da emissora? Eu gostaria de aparecer na telinha do "plin, plin". Até porque é o veículo de comunicação de maior audiência e prestígio do país, mas, um pouco de justiça não faz mal a ninguém, não é mesmo? O que nos resta, para quem quer ver o show na íntegra, é comprar o DVD assim que for lançado.

Agora, deixando a Rede Globo para lá, uma cantora que preciso destacar e que nunca dei muita atenção pelo estilo musical que interpreta é a Cláudia Leite. Ela arrasou na música “Falando Sério”. Foi um espetáculo tanto no potencial de voz, como de interpretação . O que prova, que não basta apenas timbre bonito, sorte e talento. Aulas de canto, dedicação e experiência de palco também podem transformar da água para o vinho um artista, pois no início de carreira, Cláudia, no grupo “Babado Novo”, era bem crua. Parabéns!!! Fernanda Abreu também deu um toque e suingue todo especial à música “Todos estão surdos”, adorei!!

E parabéns ao Rei! São 50 anos emocionando o Brasil. Algumas músicas de Roberto Carlos são inesquecíveis e sempre contemporâneas. A minha favorita é “Detalhes”. Mas, gosto de várias, sempre as mais antigas, tanto da época da Jovem Guarda, como as dos anos 70.

Toda a renda do espetáculo, num total de R$ 326.872,14, foi destinada à Associação AMÉRICAS AMIGAS, entidade que nasceu da parceria entre Brasil e EUA para a Conscientização e Pesquisa sobre o Câncer de Mama.

Complementando o texto, ontem (12/06), Marília Pera estava no Jô Soares e confirmou o que deduzi um dia após a apresentação da Globo, quando algumas colegas de trabalho acharam exagerada a sua interpretação no especial. A diretora artística mandou ela interpretar uma "louca", e foi o que ela fez magnificamente bem como só a experiente atriz sabe fazer. E comentamos exatamente isso, outro colega e eu, que com certeza aquela interpretação desvairada havia sido proposital, algo que fazia parte do roteiro do show.