terça-feira, 28 de abril de 2009

Crise Econômica - Novamente a GM - Documentário Roger e Eu

A GM (General Motors) anunciou ontem (27/04) um novo plano como tentativa para evitar a concordata. Propôs a troca de seus títulos de dívida por ações da empresa e se aprovado, o governo dos EUA, seu maior credor, terá o controle acionário da montadora. Além de outras medidas, estabelecendo prazos até 2010 para amenizar a situação como: reduzir o número de fábricas de 47 para 34 e fechar mais três até 2012; Cortar 21 mil vagas, passando dos atuais 61 mil para 40 mil nos EUA; custo de trabalho menor; fim da Pontiac, ficando apenas com as marcas Chevrolet, Cadilac, Buick e GMC; reduzir o número de concessionárias, de 6.246 para 3.605; redução da dívida e intenção de investimentos.

Só com o anúncio dessas medidas, as ações da empresa já subiram e o mercado ficou mais calmo. Sempre me questiono sobre esta crise. Não será mais uma vez um golpe do capitalismo? Tudo bem, temos que tomar cuidado, não achar que é apenas uma marolinha. Mas, fico sempre com o pé atrás. Todas essas demissões alegando a crise, para mim, não passa de desculpa para demitir quem não se adequou às novas determinações das empresas, ou mesmo, para não deixar de obter o lucro estabelecido para o crescimento anual.

Engraçado que nós, simples mortais, passamos anos apertados, economizando aqui e ali, para sobreviver, para conseguir construir algo. No entanto, as fábricas, as empresas, o capitalismo não pode passar por apertos por alguns meses e claro, a primeira medida é a demissão em massa. Ontem a empresa que trabalhava, americana, por sinal, fez um belo corte no quadro de funcionários. Mas, desta vez, tiveram a decência de não culpar a crise econômica atual, alegaram reestruturação nos departamentos. Contudo, sabemos que isso não ameniza a dor nem de quem foi demitido e nem de quem continua na empresa, que acumula o serviço dos que não estão mais lá e cada vez a estrutura encolhe, fica mais enxuta ainda, porém, é melhor do que dar esta desculpa esfarrapada da crise.

Minha desconfiança vêm de fatos de todos esses anos de capitalismo, da quebra da bolsa de Nova York em 1929 e por aí afora. E segundo o filme "Roger e Eu" de Michael Moore, relatando os acontecimentos da cidade de Flint, nos meados nos anos 80, desta mesma GM que comento agora, fico mais ainda com o pé atrás.

Aí vai uma dica, assista este documentário ou leia meu relatório que fiz para a faculdade em 2006, que segue abaixo, e analisem se tudo não é muito suspeito.


Filme..: Roger e eu
Gênero: Documentário
Diretor: Michael Moore
USA/1989


O Filme relata a saída da GM da cidade de Flint, no estado de Michigan, EUA. A Cidade sempre girou em torno do parque industrial da General Motors e por várias gerações, toda população trabalhava na montadora. Até os meados dos anos 80 havia prosperidade na cidade e todos se encontravam numa situação segura e confortável, até o dia que decidiram fechar 11 fábricas e 30 mil pessoas ficaram desempregadas.

Esta estratégia já era conseqüência do conjunto de fenômenos que ocorreu a partir dos anos 50 e que teve seu auge a partir dos anos 80 e tem como objetivo proporcionar uma maior liberalização do capital para que este busque melhores taxas de lucro, o que chamamos de Globalização.

O Capitalista quer a liberdade para ir para onde quiser e a General Motors, fechou estas fábricas em Flint e instalou o novo complexo industrial na cidade do México. O Presidente da GM, Roger Smith, alegou que se esta atitude não fosse tomada, iriam a falência. E isso não passou de mera desculpa para visar mais lucro com as novas tecnologias, que substitui a força de trabalho e também porque a mão de obra qualificada e as despesas fixas são mais baratas no México.

A produção flexível, desenvolvida pela Toyota nos anos 60, considerada a 3ª Revolução Industrial, acabou sendo modelo para as indústrias, onde a “Automação de Sistema” e as “Células de Produção” substituíram a Produção em Série do Fordismo, onde se visava a quantidade, produção de acordo com a capacidade total, trabalho não qualificado, grandes estoques e produção verticalizadas.

No Toyotismo, os principais pontos são:

Ênfase na Qualidade;
Produção de Acordo com a Demanda;
Mão de Obra Qualificada (funcionários polivalentes);
Just in Time (em cima da hora) sem estoques; e
Idéia de Empresa Família.

Com esta mudança, do Fordismo para o Toyotismo, de um lado crescia a lucratividade das empresas, diminuía os conflitos internacionais e riquezas desnecessárias, de outro lado, o trabalhador fica prejudicado, pois começam:

O Desemprego Estrutural (mais de 5 anos sem emprego);
A Precarização do Trabalho (terceirização); e
O Enfraquecimento da Organização Sindical.

Foi o que aconteceu em Flint, a GM, com esta atitude, simplesmente desestruturou toda a cidade, levando a uma verdadeira calamidade. Como a população era voltada para a mão de obra da montadora, há muitos e muitos anos, ficaram desorientados, não tinham experiência em outras atividades de trabalho.

Sem alternativas e sem emprego, a população de Flint era despejada de suas casas, os aluguéis eram altos e sem emprego era impossível o cidadão arcar com essas despesas. A violência aumentou com a recessão e a cidade passou a ter a maior taxa de criminalidade dos EUA. A sua elite ainda os chamavam de preguiçosos e fingiam que nada estava acontecendo, suas corriqueiras e fúteis vidas continuavam como se a cidade não passasse pelo caos que estava passando.

O Sindicado se enfraqueceu e se tornou amigo do patrão. A População tentou a economia informal e outros ramos de trabalho, como o Fast Food. Muitos, acostumados ao ritmo de trabalho das montadoras, não conseguiam se adaptar às novas funções. Alguns doavam sangue em troca de dinheiro, outros foram treinados para serem Guardas Civis e acabavam prendendo seus ex-companheiros de trabalho que acabaram na criminalidade.

Sem muitas alternativas, a população foi deixando a cidade e abandonando suas casas para procurarem empregos em outras cidades.O governo decidiu investir no Turismo para aquecer a economia da cidade, hotéis luxuosos foram construídos, o “Auto Word”, um investimento de 100 milhões de dólares, que era uma miniatura do parque industrial da GM, inicialmente até fez algum sucesso, mas como a cidade não havia muito a oferecer, isso também, após algum tempo, fracassou.

Roger Smith a frente da General Motor, como todo capitalista, não estava interessado em honrar a cidade Natal, tudo é voltado para o aumento do lucro e para ele pouco interessava o que estivesse acontecendo com a população de Flint.

Michael Moore, diretor deste documentário, foi um obstinado, como nasceu em Flint, queria a todo custo conseguir um depoimento do Sr. Todo Poderoso Roger Smith, após três anos de muitas tentativas, em uma entrevista numa véspera de Natal, finalmente conseguiu chegar perto de Roger, além de não conseguir leva-lo até a cidade, ainda escutou o seguinte: “Não temos culpa pelos acontecimentos em Flint”.

Concluindo, a mensagem do filme nos mostra que o importante não é o bem estar das pessoas e uma sociedade mais justa, mas sim, o lucro a qualquer preço, e como diz Michael Moore no final do filme “os ricos estão cada vez mais ricos, os pobres cada vez mais pobres e o final do século XX era realmente o começo de uma nova era”.


Michael Moore têm vários documentários críticos sobre os aspectos sociais dos EUA. Vale a pena conferir todos.

Apesar dos pesares do mundo, muita paz, muita luz e fiquem com Deus!
Beijos

Nana

domingo, 26 de abril de 2009

Em busca do equilíbrio - Lei da Atração


Olá, pessoal! Este final de semana iria falar sobre o bairro de Santo Amaro e mais uma vez, dos meus queridos amigos. Mas, por causa de alguns afazeres, acabou faltando tempo e confesso, um pouco de inspiração. Fica para a próxima. Portanto, para não ficarmos sem nada no blog esta semana, continuarei com a busca do meu equilíbrio e espero ajudar alguém com as mensagens que deixo por aqui.

Pensamentos - Lei da Atração

Existem dez atitudes para atrair bons pensamentos e vibração positiva:
  • Confiança em Deus e em si próprio
  • Consciência tranquila
  • Oração (ligação direta com Deus, evite orações automáticas)
  • Dever Cumprido (Faça seu trabalho, por menor que seja, da melhor maneira possível, com muito empenho e amor)
  • Paciência
  • Trabalho incessante (procure ser constante nas atitudes do bem, dê continuidade às coisas boas que começa a fazer, siga em frente, vá até o fim)
  • Serviço ao próximo
  • Simpatia e bondade com os outros
  • Estudo
  • Recomeço da construção do próprio equilíbrio, quantas vezes forem necessárias.

Evite essas dez atitudes que atraem energias negativas:

  • Dúvida
  • Complexo de culpa
  • Indiferença
  • Irresponsabilidade
  • Irritação
  • Ociosidade
  • Egoísmo
  • Isolamento
  • Ignorância
  • Queixa contínua

Abino Teixeira - Psicografado por Chico Xavier.

Uma semana de muita paz e muita luz para todos.
Beijos e fiquem com Deus!

Nana

terça-feira, 21 de abril de 2009

O Dom Supremo (The Greatest thing in the World) - Henry Drummond - (É SÓ O AMOR)

Monte Castelo - Legião Urbana

O amor nunca falha, e a vida não falhará enquanto houver amor.
Seja qual for sua crença, ou sua fé, busque primeiro o amor.
Ele está aqui, existindo agora, neste momento.
Entre a Fé, a Esperança, e o Amor.
O mais importante é o amor.
O poder da vontade não transforma o homem.
O tempo não transforma o Homem.
Só o amor transforma.

No final do século XIX, um missionário inglês, chamado Henry Drummond, substituindo um famoso e consagrado Pastor, criou um dos mais belos textos sobre o amor.

Ele interpretou um trecho da carta que Paulo escreveu aos Coríntios: "Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como bronze que soa, ou como o címbalo que retine......"

Mostrou que o amor é composto de nove virtudes simples, e que assim, chegamos ao Dom Supremo. Nos ensina a exercitar o amor com:

1º) Paciência: O Amor é paciente. Agüenta tudo, acredita em tudo, tudo espera. Porque o amor é capaz de entender.

2º) Bondade: O Amor é benigno. Amor ativo. Dê alegria, nunca perca a oportunidade de levar felicidade ao próximo. Apenas Ame.

3º) Generosidade: O Amor não arde em ciúmes. O Amor não inveja. Arder em ciúmes significa: amar competindo com o amor dos outros. Faça sua parte e deixe que os outros amem. Para escapar da inveja, concentre todas as forças no Amor.

4º) Humildade: O Amor não se ufana nem se ensoberbece. O amor evita a auto-satisfação. Depois de realizar um belo trabalho de amor, devemos ficar quietos, em silêncio.

5º) Delicadeza: O Amor não se conduz inconvenientemente. Este é o amor entre os homens e a sociedade. É também o amor manifesto nas pequenas coisas. Seja gentil, tenha uma postura digna diante do mundo, perdoe.

6º) Entrega: O Amor não procura seus interesses. Ame sem esperar algo em troca. Não existe felicidade em ter e receber. Apenas em dar.

7º) Tolerância: O Amor não se exaspera. Aceite as pessoas como elas são. Não tenha preconceito, não julgue, não tenha orgulho, não seja ríspido. Ame. O Amor afasta o que está errado, renova, regenera, reconstrói o interior do homem.

8º) Inocência: O Amor não se ressente do mal. As pessoas que mais nos influenciam, mais nos tocam, são aquelas que acreditam no que dizemos. Num ambiente de mútua suspeita, as pessoas se retraem. Diante da inocência todos nós crescemos. Encontramos coragem e amizade junto de quem acredita em nós. Fazer com que as pessoas confiem em nós é estar muito perto do Amor. O pouco que os outros podem nos ferir por causa da nossa atitude inocente, não significa nada diante da vida. Não será mais necessário carregar pesadas armaduras, incômodos escudos, armas perigosas. A inocência nos protege. Tenha o respeito mútuo.

9º) Sinceridade: O Amor não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade. Busque a verdade com uma mente limpa, humilde, sem preconceitos e intolerância. Esta sinceridade não é aquela que aponta e humilha o próximo mostrando seus erros para mostrar suas próprias qualidades. O Verdadeiro amor não consiste em expor aos outros a sua fraqueza, mas aceitar tudo, alegrar-se ao ver que as coisas são melhores do que os outros disseram.


Olá, amigos! Todas essas palavras foram extraídas deste livro (O Dom Supremo – Henry Drummond). Para saber mais, é só comprar o livro, ou me pedir emprestado. É pequeno e acho que vale a pena, pois se exercitássemos o amor diariamente, como deve ser, teríamos mais compreensão com as mazelas da vida e o nosso caminho seria mais tranquilo. Difícil, né? Não é nada fácil mesmo, precisa de muita força de vontade, determinação e disciplina.

É só o amor, é só amor!


Não estou doida e nem quero virar santa, apenas tento me encontrar. Estou em busca do meu equilíbrio.

Paz & Música!
Fiquem com Deus!

Beijos

Nana

sábado, 18 de abril de 2009

Capitalismo, Mercado, Tecnologia e Comportamento

Outro dia me deparei com mais uma triste realidade deste mundo capitalista e globalizado. Cada vez mais o incentivo ao consumo cresce nas grandes metrópoles e o planejamento de marketing dos grandes segmentos é altamente estruturado para despertar o máximo de desejo e criar uma necessidade que sabemos que a não existência desses bens tangíveis, não nos faria falta alguma.

Mas o desejo de status, de continuar sempre na moda, integrados à sociedade, nos leva a querer todos os produtos que são jogados no mercado. Chamamos este fenômeno de ideologia de classes, onde os padrões de vida são determinados pela minoria privilegiada e quem está fora, se sente inferior, excluído. Sendo assim, cada pessoa se interessa por algum bem de consumo, mais por uma imposição social, do que propriamente por necessidade. Uns são vidrados em carros, outros em eletrônicos, outros em roupas, jóias, sapatos, perfumes, ou por todos e assim caminha a humanidade.

O mercado virtual, há menos de dez anos, surge como um furacão. Apenas com custo inicial para estruturar o website e depois a manutenção, a empresa economiza nos salários, nos encargos e outros quesitos necessários que são obrigatórios para manter um funcionário, neste caso, o vendedor de loja. Sem esta despesa é possível para as lojas virtuais lançar promoções e formas de pagamento que na visão do empresário ficam inviáveis acontecer o mesmo num estabelecimento de grande porte, imagine aos pequenos comerciantes. Mas, não porque sairiam no prejuízo, mas sim, porque a margem de lucro não seria o suficiente para atingir as metas estabelecidas.

O mercado virtual é bom para o consumidor? Claro que sim, com a tecnologia, existe a facilidade e rapidez para pesquisar os valores e achar o que é melhor para o seu orçamento mensal. Sem contar a economia com combustível, estacionamento, o lanche e tudo mais que faz parte de uma tarde de “compras”.

Mas, vamos entrar na questão social. Isso diminui o emprego? Num futuro bem próximo, será necessário o vendedor de loja? Será que um dia a inclusão digital atingirá toda a população? O mercado virtual distancia o relacionamento com as pessoas? Sim, cada dia mais, o indivíduo se afasta de um ciclo social saudável e se fecha num mundo egoísta e individualizado.

Portanto, mesmo se não for mais necessário o vendedor de loja, o mercado necessitará de profissionais nas áreas de tecnologia, informática, marketing e comunicação digital, mas para isso, todos terão que ter direito a uma formação digna e bem estruturada para competirem com igualdade neste feroz mercado de trabalho, cada vez mais enxuto e cada vez mais exigente. Por isso, o governo tem que priorizar a educação, saúde, moradia, lazer, para que todos tenham as mesmas oportunidades.

Não sei, não sabemos exatamente o que pode acontecer no futuro, a única coisa que sei foi que senti a tristeza do vendedor de uma mega rede de hipermercados, ao me ouvir dizer que em uma loja virtual achei uma TV de LCD de 32’ com HD interno para gravação de programas, mil reais mais barato que o preço que ele estava me oferecendo. E a única coisa que ele pôde fazer foi me propor um parcelamento em 15 vezes sem juros.

Este tipo de proposta ainda leva muita gente a preferir pagar custos mais altos, pois a parcela se encaixa melhor no seu bolso. Mas acredito, que em um futuro bem próximo, o consumidor perceberá que com isso, ele participa cada vez mais do lucro abusivo do capitalismo. E as lojas, principalmente aquelas que se dizem popular e que oferecem um parcelamento a perder de vista, no final das contas, não oferece preços tão mais baratos assim, nem aqui e nem em lugar algum. Formando assim, verdadeiros monopólios, verdadeiros cartéis de certos segmentos do mercado.

No entanto, o lucro é necessário, longe de mim o discurso de extrema-esquerda, até porque, apesar de sonhar com um mundo mais justo, este regime foi deturpado e tornou-se autoritário e no meu conceito, tudo que sufoca a liberdade do ser humano, não é correto. E sem o lucro, não há geração de empregos, não há crescimento econômico e o ciclo natural da vida é caminhar para frente. Mas, o que deveria ser evitado é o objetivo selvagem do capitalismo, onde o lucro passa por cima de qualquer outro interesse.

Agora, não pensem que não consumo nada, muito pelo contrário, também sou seduzida pelas estratégias de marketing e pelos planejamentos publicitários. Adoro tecnologia e acho que deve nos servir como um instrumento facilitador. Algo que nos ajude a otimizar nosso tempo, nos dando liberdade para o trabalho, para praticarmos nossos hobbies, lazer, curtir os filhos, a família, ter um blog, cantar, ter uma banda e tudo o que vier. Por exemplo, adoro gravar programas e filmes e com isso, minha família foi uma das primeiras da rua a adquirir um vídeo cassete nos meados dos anos 80. Mas, não porque tínhamos mais dinheiro e queríamos mostrar status, mas, porque infernizei meu pai para comprar, pois achava o máximo ter este recurso e não precisar mais ficar presa aos horários da televisão e também para locar os filmes que não pude assistir no cinema e que demoravam a passar na telinha. E assim que deve ser, tudo a favor, sem ser ostentação.

Infelizmente existem pessoas que não pensam assim e que procuram ter todos os produtos que lançam no mercado para realmente mostrar status, mostrar sua superioridade financeira. É a cultura do ter e não do ser e tenho um exemplo para contar: uma amiga que não revelarei o nome, quando uma conceituada empresa lançou o celular com linha digital, em 1998, com valores acessíveis, ela ficou indignada porque o produto iria se tornar popular e isso não seria mais um artigo de luxo. Absurdo isso, não? Mas eu sei também que hoje ela não pensa assim. Bom, pelo menos eu espero que não.

sábado, 11 de abril de 2009

Rua 5 e os amigos de infância - Minha Família, minha vida

Em 1975 mudamos para a rua Dona Aurora Allegretti, mais conhecida como rua 5. Bons tempos aqueles em que as crianças podiam ficar até às dez horas da noite na rua, brincando e ouvindo histórias. E como tinha história, até lobisomem e mula-sem-cabeça rondavam por aqui. Havia vários terrenos baldios e um córrego no final da rua que contribuíam para que os mais velhos aterrorizassem os mais novos com essas histórias macabras.

Mas, tudo era festa e os vaga-lumes eram as luzes especiais neste cenário de contos de fada urbano, ou melhor, que mais pareciam as histórias da Carochinha contadas no Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato. Nesta época, as brincadeiras ainda eram na rua, o contato ainda era físico, social e como brincávamos. Era o esconde-esconde, a amarelinha, pega-pega, queimada, beijo-abraço e aperto de mão, passa-anél, sem contar o futebol, bolinha de gude, taco e empinar pipa, sim, nós meninas sempre nos metíamos nas brincadeiras dos meninos e sempre fomos muito bem recebidas. Pelo menos a Dulce e eu éramos craque de bola. Num tempo que o futebol ainda era arte.

Fora as brincadeiras imitando as novelas ou seriados de TV. Brincávamos de SWAT, atravessando o riozinho apenas em cima de uma estreita tábua para prender os bandidos imaginários que se encondiam do outro lado do córrego. As Panteras, Mulher Biônica, Ciborg e Estúpido Cúpido, novela das sete global, ainda em preto em branco, de 1976. Ahhh!! Brincávamos de casinha também, de boneca, mas, o grande barato era ficar na rua. Além das brincadeiras de crianças peraltas, aquelas de tocar a campainha das casas e se esconder ou ainda pior, atiçar o Pagé, cachorro mais temido do bairro, da Dona Iracema, mãe dos irmãos gêmeos, Preto e Alemão, e sair correndo, entrando na primeira casa que o portão estivesse aberto. Imaginem que adrenalina era isso para mim, que sempre tive medo de cães. Uma aventura!!
Ana Lúcia, Dulce, Nancy, Claudinha, Margarete, Simone, Marisa, Cristiane, Adriana, Kuki, Valquíria, minha irmã Rosely, Rosana Gratão, Rosemeire, Silvinho da Dona Pina, Junior, Marcos, Zeca, Emerson, Éder, Silvinho, Ítalo, Avelino, Fabinho, Luiz Otaviano, João Oli, Fafá, Binha, Fábio, Marcel, Adriana e Juninho da Dona Terezinha, Tulu, Tica, Xandix, Tico, Tutti, Preto, Viviane, Kátinha, Ricardo, Ina, Martins e Alemão, esses são meus amigos de infância, minha gente e espero não ter esquecido ninguém desta rua que para mim, sempre será especial.

Outros surgiram em nossas vidas mais tarde, mas, com a mesma importância, muitos não moravam na Rua 5, mas, foram adotados por nós, eram eles: Débora, Bianca, Rosaninha, Cesário, Mauro, Tânia, Eliana, Sergio, Choquito, Naldo, Paulinho e Bilo. E assim, permanecemos juntos por muitos e muitos anos. No entanto, alguns, passaram por todas as fases da minha vida, infância, adolescência, começo da vida adulta, a fase balzaquiana e agora, a idade da Loba. Não quero ser injusta com ninguém, só que, quando digo todas as fases, são todas as fases mesmo. E são eles, meus amigos de toda uma vida: Zeca, Claudinha e Margarete.

Quantas histórias tenho para contar deste quarteto. Porém, hoje, irei falar apenas do que eles significam para mim. Tudo, exatamente tudo. Sabem de absolutamente cada detalhe da minha vida, minhas alegrias, minhas tristezas, meus sonhos, minhas conquistas e sempre digo: sou uma pessoa de sorte, até os 32 anos andávamos em bando, juntos, em viagens, bares, baladas, shows, teatros e aventuras. Contudo, nos últimos oito anos é que começamos a pensar em crescer de verdade e cada um foi viver a sua vida, todos casaram, a maioria têm filhos, mas, de uma certa forma, tentamos não perder os laços praticamente familiares que nos une. Somos irmãos de alma, uma grande família, com afinidades além do que imaginamos.

Meus parentes moram na Freguesia do Ó e tenho laços fortíssimos com eles também, no entanto, foi com as pessoas da rua 5, da Aurora que cresci e que formei minha grande família nesta passagem por aqui. Hoje, nos encontramos pouco, na condição de solteira, às vezes tento reunir a todos, e por incrível que pareça, pelo menos nos shows da minha banda, eu tenho êxito. No meu aniversário de 40 anos também consegui esta façanha.

E prometo, se um dia encontrar minha outra parte neste mundo, tentarei continuar a ser este elo de ligação com todos. Afinal de contas, este é minha missão da terra, levar alegria ao mundo com minha arte, e, quer maior alegria do que ter amigos de verdade ao nosso redor? Por isso, preciso deles perto de mim, pra me proteger, pois no fundo, ainda sou apenas uma garotinha, a mesma que estava em cima do muro, em novembro de 1975, com quase sete anos, tomando fanta laranja e sendo recepcionada pela galerinha da rua 5. Obrigada, amigos!


"Amigo é coisa para se guardar, no lado esquerdo do peito, mesmo que o tempo e a distância digam não, mesmo esquecendo a canção. O que importa é ouvir a voz que vêm do coração, pois seja o que vier, venha o que vier. Qualquer dia, amigo, eu volto a te encontrar. Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar" - Canção da América - composição de Milton Nascimento e Fernando Brant.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Loucura de uma mente carente

Atualizada em 22/7/2014

Clipe da Música "Mente Carente" - Banda Josie
Meu processo de composição sempre começa com a letra. No entanto, até hoje não consegui fazer músicas por encomenda, tem que rolar inspiração. Vêm assim, do nada, a qualquer hora, aí tenho que procurar papel, caneta e escrever. Se não registro na hora, já viu, né? A inspiração vai embora e não volta tão cedo. Às vezes, são apenas trechos, o refrão, depois tenho que desenvolver o restante, mas, com a idéia na cabeça, fica mais fácil terminá-las.

Outra coisa que acontece é que já vou cantarolando alguma melodia e colocar a harmonia depois, affff.......é bem complicado!!! Tenho sempre que pedir um help para os meus meninos, ou seja, os instrumentistas da banda. As letras costumam ser sobre as minhas mazelas, sobre as coisas do meu cotidiano e a maioria, são sobre as coisas do coração. Mas tenho músicas com boas mensagens de vida, sobre política, contra o sistema capitalista e tal.

Mente Carente foi uma dessas músicas sobre o meu dia a dia. Final de 2003, um olhar, sempre um olhar, ahhh esses olhares e aí surgiu a composição. Mais uma vez uma história platônica, mas uma boa história, lembro com carinho desses acontecimentos. Sem mágoas, sem tristeza, afinal de contas pode até ter sido loucura de uma mente carente, mas que me fez bem enquanto durão a ilusão. Coisa de artista que vive sempre no mundo da lua, rs......

O projeto do clipe "Mente Carente"

A idéia de produzir um clipe surgiu em 2005. A proposta veio do meu amigo Mauro Almeida, ex-namorado e ex-vocalista da minha primeira banda, o NB-8. Existe uma lenda com o Mauro, as más línguas dizem por aí que quando éramos adolescentes, apenas namorei com ele porque era o único do bairro que possuía uma guitarra. Verdade ou não, o fato é: foi o meu melhor namorado. O mais próximo dos meus devaneios, dos meus sonhos, tanto é que é fotógrafo profissional, ou seja, trabalha com artes. Não foi o grande amor, mas sem sombras de dúvidas, o melhor namorado, o mais bonito, o mais bacana, o mais louco, e claro, tinha uma guitarra elétrica numa época em que ninguém podia ter! rs.....

Escolhemos Mente Carente porque a história era boa, daria para desenvolver algo bem voltado à solidão das pessoas que vive nos grandes centros urbanos. Gravamos alguns takes apenas comigo tocando guitarra e no restante do vídeo, ele usou recursos visuais e fotos. Eu gosto do resultado do clipe, tem todo um lado retrô com a vitrola e o disco de vinil que adorei e pelo menos, tanto os amigos, quanto alguns agenciadores de banda, aprovaram esta canção. Até agora, eles dizem que é a melhor que fiz até hoje.

Até meu amigo guitarrista e também ex-namorado Ricardo Pellegrini, vulgo Pezão, roqueiro da melhor safra que não gosta de música pop e nacional, também elogiou e comentou que é a minha melhor música. As guitarras virtuoses do arranjo são de sua autoria e de sua execução. Eu tenho isso em mim, graças a Deus! Fico amiga de todas as pessoas que se relacionam comigo. Depois da maré alta, do terremoto, da turbulência, vêm a calmaria, o carinho fica e grandes amizades surgem. Acho isso fantástico!! Todos envolvidos nos meus projetos e nas minhas histórias de vida.

O show de lançamento do clipe foi em maio de 2007, na casa de eventos Barracão da Villa, ao lado do HSBC Brasil (antigo Tom Brasil Nações Unidas), e contou com a breve passagem do prefeito da cidade de São Paulo, Gilberto Kassab, para cumprimentos e incentivos aos integrantes da banda.

Eu ainda acredito no potencial desta música e quem sabe, uma hora eu consigo colocar ela na mídia, o intuito sempre foi esse. A Banda Josie está com novas canções e recentemente descobri um novo parceiro musical, Abrahão Mello, meu ex-guitarrista e agora tecladista da banda. Ano passado ele passou cinco músicas prontas, inclusive com os arranjos elaborados e gravados, minha parte foi colocar as melodias e as letras. E não é que a parceria deu certo!!?? Algumas músicas, precisei fazer apenas adaptações para encaixar as letras. Muito bom, finalmente encontrei o meu Roberto, "Frejat" ou "de Carvalho"!? rs....

Feliz Páscoa, amigos!

Paz & Amor; Música
Beijos e fiquem com Deus!
Nana





terça-feira, 7 de abril de 2009

Funk Como Le Gusta celebra dez anos de estrada no Auditório Ibirapuera

No último mês de março, a banda considerada “mensageiros do balanço”, comemorou em grande estilo seus 10 anos de estrada no palco do Auditório Ibirapuera, localizado dentro do Parque Ibirapuera, na capital paulista. Foi um final de semana de muito suingue, com direito a gravação de DVD, bolo de comemoração e contou ainda, com as participações especiais de Marisa Orth, Thaíde, Tony Bizarro, Drumagick, Francis Lima, e a ex-integrante do grupo, a baterista e percussionista, Simone Soul.

O Grupo, composto por músicos de altíssimo nível técnico e apurada percepção musical, e que já teve como integrante a cantora Paula Lima, é conhecido pela mistura de ritmos, como o pop, jazz, eletrônica, raízes latinas, samba, ska e o funk tradicional. O show é irresistível, o que nos leva a dançar o tempo todo. É difícil ficar sentado, por mais comportado que seja o espaço do Auditório Ibirapuera.

Opinião

Apesar do reconhecimento da crítica, de artistas renomados e do público antenado e alternativo, a banda não é comercial, não faz parte da indústria cultural, do show business, o que limita o excelente trabalho do FCLG para o grande público. Porém, isso me leva a um questionamento. A limitação cultural da maioria da população que assimila músicas de péssima qualidade, com arranjos simplificados e refrões banais, estaria preparada para o som do Funk Como Le Gusta? Por mais que seja dançante e contagiante?

Longe de mim falar mal da música pop, porque sou fruto deste estilo e gosto de refrões chicletes e músicas com três acordes. Mas, o FCLG me lembra muito o Jazz, ou seja, músicos que tocam para músicos. Claro que temos exceções, e há milhares de pessoas que não tocam um instrumento, mas, admiram uma boa qualidade musical. Porém, o estilo do grupo não é o tipo de som que chega e agrada a grande massa, por conta disso, está fora do set das bandas comerciais, aquelas que vendem mais de 100 mil cópias de CDs e rendem ao mercado fonográfico rios de dinheiro.

O Show

Estava presente nesta comemoração por três motivos: primeiro, porque conheço o grupo desde o início e admiro muito o trabalho do FCLG, segundo, o pai do tecladista Juliano Beccari, trabalha comigo e há tempos estávamos combinando de assistir um show juntos e esta foi uma ótima oportunidade e terceiro, a participação da Marisa Orth, que sou fã incondicional. Tanto é que fui na sexta, pois no sábado ela não poderia participar.

Adorei o show, absolutamente tudo, os solos de teclados, dos metais, os riffs e suingue da guitarra e a pulsação do baixo, sem contar as camas elásticas do baixista, Sérgio Bartolo e do vocal/percussionista, James Muller. Além das participações especiais, cada um com a sua peculiaridade, dando um brilho ainda maior à festa.

Mas, o que mais me agradou no show foi a parte da cozinha, a percussão, principalmente o momento que ficam no palco, quebrando tudo, apenas meus velhos conhecidos do final dos anos 80, James Muller, que era integrande da banda Skowa e a Máfia e já foi também, vocais de Marisa Monte, Kuki Stolarski, que era o baterista do meu grupo alternativo preferido, Luni, da Vange Leonel, no auge da sua carreira e da banda Karnak, e claro, a sensacional baterista Simone Soul, que acompanhou merecidamente muitos artistas, entre eles, Chico César, Zélia Duncan, Os Mutantes e Zeca Baleiro. A pegada de Simone deixa qualquer baterista admirado, de boca aberta.

Bastidores

Após o show fomos cumprimentar o Juliano, filho do meu colega de trabalho. No entanto, aconteceu algo que acaba com qualquer músico que ainda está com a adrenalina no topo. Críticas, mas não críticas ao FCLG e ao show, mas críticas à Marisa Orth. Disseram que as gafes da atriz global prejudicaram o show. Não me intrometi simplesmente para defender Marisa, mas, ao ouvir o comentário do tecladista: “se vocês soubessem como é ruim ouvir isso após um show!”. E, é claro que ele tem toda razão! Ainda mais sentindo a vibração, o público dançando, interagindo com a banda. Fora que show perfeitinho, particularmente, eu acho muito chato. Foi aquele tipo de comentário que não serve absolutamente para nada, me intrometi porque senti a dor do colega de trabalho (musical).

Defendi Marisa dizendo que ela é assim mesmo. Nesses 20 anos que acompanho sua carreira, ela sempre entra fora de hora, erra letra, e que não prejudicou em nada o show de comemoração dos dez anos do FCLG. Essas gafes nunca fecharam as portas para a atriz/cantora, e sabe por que não? Porque ela tem talento, é carismática e todos sabem que ela é mais atriz que cantora, mas, mesmo como cantora ela encanta e tem um ótimo potencial de voz, um vozeirão! Fez aula de canto com a conceituada professora Nancy Miranda e canta muito melhor que algumas cantoras profissionais que estão aí na mídia, na boca do povo. Para mim, sempre será “The Best”.

Eu aceito que falem mal dos meus ídolos, Rita Lee, Cazuza, Cássia Eller, Marisa Orth, mas tem que ter fundamento, argumento, não simplesmente falar mal porque é conhecido, está na mídia, faz sucesso. Isso é preconceito com as celebridades, nem todos estão na rede Globo apenas para enfeitar. Muitos têm talento e ralaram muito para chegar onde estão. Marisa tem estrela e uma hora dessas, escreverei apenas do Luni e dela.

Beijos e deixem comentários, heinnnn!!??
Paz & Música
Nana

Não consegui postar o vídeo aqui, pois a extensão é maior que a permitida no blog. Mas, para ter uma idéia de como foi o show, aí vai o link do clipe produzido pelo próprio Auditório Ibirapuera, com os melhores momentos do show do Funk Como Le Gusta: http://www.youtube.com/watch?v=_TC2PVtAdR8

sábado, 4 de abril de 2009

Viaduto do Chá - O Palco das Multidões - Sob minha visão

Foto: Vilma Maria Gonçalves

O Viaduto do Chá tornou-se com o decorrer dos anos, o palco das multidões da cidade de São Paulo, dividindo as atenções com os atos públicos realizados na avenida Paulista. Localizado no Vale do Anhangabaú, em pleno centro da cidade, o seu dia a dia é marcado por grandes manifestações, passeatas, eventos culturais, personagens, reportagens e gravações de filmes, novelas, comerciais e seriados.

Após a revitalização do centro e contando com uma localização privilegiada, que liga a rua Libero Badaró a rua Xavier de Toledo e onde, em suas esquinas, estão localizados simplesmente o majestoso Edifício Matarazzo, antigo Banespinha e atual sede da Prefeitura da Cidade de São Paulo, o Shopping Light, antigo prédio da Light e o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá é perfeito para engrandecer qualquer ato público.

De um lado, sua vista é voltada para avenida Nove de Julho e a praça da Bandeira, um verdadeiro cartão postal noturno e do outro lado, a baixada é ocupada por um parque ao estilo inglês, com canteiros enfeitados de estátuas e quiosques. Este cenário é aproveitado diariamente por diretores de cinema, seriados e novelas, por publicitários e pelos jornalistas de plantão, entrevistando os grandes personagens do local.

E realmente o que mais encanta no primeiro Viaduto construído na cidade, inaugurado em 1892, são os seus personagens diários. Entre eles, encontramos as ciganas querendo a qualquer preço ler nossas mãos e adivinhar nosso futuro. Outros mais tranqüilos, como os pais e mães de Santo, esperando calmamente a aproximação dos interessados em saber sobre os seus destinos através da leitura dos búzios.

Mas, há muitos outros personagens neste imenso palco. Temos mágicos urbanos e seus truques, reunindo em volta de si, os curiosos que circulam por ali o dia todo. Temos as mais lindas estátuas vivas, representando anjos e grandes personalidades da história mundial. Sem contar os políticos, os modernos, os malandros, os larápios, os executivos e os mais ilustres de todos, os trabalhadores no vai e vêm de mais um dia de sustento.

No entanto, os maiores privilegiados são as pessoas que freqüentam ou trabalham nos edifícios do seu entorno e assistem de camarote esses espetáculos diários. Ali do alto, principalmente as passeatas e os eventos culturais, tornam o Viaduto do Chá encantador, deslumbrante e muitas vezes, chegam a emocionar. Esta vista à noite é enaltecida pelas luzes de mercúrio e sódio que valorizam ainda mais a arquitetura clássica de seus edifícios e monumentos históricos. Por conta disso e um pouco mais, este é o motivo da imensa procura por este grande cenário urbano.


História do Viaduto do Chá

Idealizado pelo francês Jules Martin em 1877, o Viaduto do Chá foi inaugurado apenas em 1892, devido à resistência dos moradores da região que dificultaram as negociações das desapropriações dos imóveis, entre eles, o ilustre morador Barão de Tatuí.

O entrave atrasou o início da obra e obrigou a própria população favorável à construção do viaduto, que tinha por intuito ligar a Rua Direita (Centro Velho) com a Rua do Chá, atual Rua Barão de Itapetininga (Centro Novo), a intervir com picaretas, forçando os resistentes a mudar de opinião.

Dizem que a origem do nome do viaduto foi dado em homenagem aos mascates que vendiam chá ou ainda por causa das plantações de chá das chácaras do Barão de Tatuí, mas, nada foi esclarecido até hoje.

Nesta época, os aristocratas e pessoas refinadas atravessavam o Viaduto para freqüentar os cinemas, lojas e o Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911, no centro novo.

O Viaduto do Chá também sempre foi conhecido como o “viaduto dos suicidas” (*), e até hoje quando o assunto é suicídio, mesmo nas brincadeiras, ele ainda é citado.

Em 1938, a construção original de metal alemão com assoalho de madeira foi demolida e reconstruída por concreto armado e com o dobro da sua largura original. Em 1977, a calçada que liga a Xavier de Toledo com a Falcão Filho foi alargada. No centenário, em 1992, o piso foi reformado.



(*) Escrevi este texto no final do ano passado, e nessa semana presenciamos um desses atos. Na última terca-feira (31/03), um homem se jogou do viaduto do Chá! Da janela do sexto andar, acompanhamos toda a movimentação da equipe de resgate. Não apurei os fatos, mas segundo a rádio peão, não houve chance de sobrevivência.