sábado, 4 de abril de 2009

Viaduto do Chá - O Palco das Multidões - Sob minha visão

Foto: Vilma Maria Gonçalves

O Viaduto do Chá tornou-se com o decorrer dos anos, o palco das multidões da cidade de São Paulo, dividindo as atenções com os atos públicos realizados na avenida Paulista. Localizado no Vale do Anhangabaú, em pleno centro da cidade, o seu dia a dia é marcado por grandes manifestações, passeatas, eventos culturais, personagens, reportagens e gravações de filmes, novelas, comerciais e seriados.

Após a revitalização do centro e contando com uma localização privilegiada, que liga a rua Libero Badaró a rua Xavier de Toledo e onde, em suas esquinas, estão localizados simplesmente o majestoso Edifício Matarazzo, antigo Banespinha e atual sede da Prefeitura da Cidade de São Paulo, o Shopping Light, antigo prédio da Light e o Teatro Municipal, o Viaduto do Chá é perfeito para engrandecer qualquer ato público.

De um lado, sua vista é voltada para avenida Nove de Julho e a praça da Bandeira, um verdadeiro cartão postal noturno e do outro lado, a baixada é ocupada por um parque ao estilo inglês, com canteiros enfeitados de estátuas e quiosques. Este cenário é aproveitado diariamente por diretores de cinema, seriados e novelas, por publicitários e pelos jornalistas de plantão, entrevistando os grandes personagens do local.

E realmente o que mais encanta no primeiro Viaduto construído na cidade, inaugurado em 1892, são os seus personagens diários. Entre eles, encontramos as ciganas querendo a qualquer preço ler nossas mãos e adivinhar nosso futuro. Outros mais tranqüilos, como os pais e mães de Santo, esperando calmamente a aproximação dos interessados em saber sobre os seus destinos através da leitura dos búzios.

Mas, há muitos outros personagens neste imenso palco. Temos mágicos urbanos e seus truques, reunindo em volta de si, os curiosos que circulam por ali o dia todo. Temos as mais lindas estátuas vivas, representando anjos e grandes personalidades da história mundial. Sem contar os políticos, os modernos, os malandros, os larápios, os executivos e os mais ilustres de todos, os trabalhadores no vai e vêm de mais um dia de sustento.

No entanto, os maiores privilegiados são as pessoas que freqüentam ou trabalham nos edifícios do seu entorno e assistem de camarote esses espetáculos diários. Ali do alto, principalmente as passeatas e os eventos culturais, tornam o Viaduto do Chá encantador, deslumbrante e muitas vezes, chegam a emocionar. Esta vista à noite é enaltecida pelas luzes de mercúrio e sódio que valorizam ainda mais a arquitetura clássica de seus edifícios e monumentos históricos. Por conta disso e um pouco mais, este é o motivo da imensa procura por este grande cenário urbano.


História do Viaduto do Chá

Idealizado pelo francês Jules Martin em 1877, o Viaduto do Chá foi inaugurado apenas em 1892, devido à resistência dos moradores da região que dificultaram as negociações das desapropriações dos imóveis, entre eles, o ilustre morador Barão de Tatuí.

O entrave atrasou o início da obra e obrigou a própria população favorável à construção do viaduto, que tinha por intuito ligar a Rua Direita (Centro Velho) com a Rua do Chá, atual Rua Barão de Itapetininga (Centro Novo), a intervir com picaretas, forçando os resistentes a mudar de opinião.

Dizem que a origem do nome do viaduto foi dado em homenagem aos mascates que vendiam chá ou ainda por causa das plantações de chá das chácaras do Barão de Tatuí, mas, nada foi esclarecido até hoje.

Nesta época, os aristocratas e pessoas refinadas atravessavam o Viaduto para freqüentar os cinemas, lojas e o Teatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911, no centro novo.

O Viaduto do Chá também sempre foi conhecido como o “viaduto dos suicidas” (*), e até hoje quando o assunto é suicídio, mesmo nas brincadeiras, ele ainda é citado.

Em 1938, a construção original de metal alemão com assoalho de madeira foi demolida e reconstruída por concreto armado e com o dobro da sua largura original. Em 1977, a calçada que liga a Xavier de Toledo com a Falcão Filho foi alargada. No centenário, em 1992, o piso foi reformado.



(*) Escrevi este texto no final do ano passado, e nessa semana presenciamos um desses atos. Na última terca-feira (31/03), um homem se jogou do viaduto do Chá! Da janela do sexto andar, acompanhamos toda a movimentação da equipe de resgate. Não apurei os fatos, mas segundo a rádio peão, não houve chance de sobrevivência.

3 comentários:

  1. Esplêndido ângulo, tanto sob visão escrita e fotográfica! Aline

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  2. esta muito lindo,o seu blog,porem como sempre falta o meu nome...rsrsrs e vc tem que escrever que vc é uma otima compositora e que esta livre para beijar na boca e ser feliz..
    te amo muito
    bjs
    marga

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