terça-feira, 7 de abril de 2009

Funk Como Le Gusta celebra dez anos de estrada no Auditório Ibirapuera

No último mês de março, a banda considerada “mensageiros do balanço”, comemorou em grande estilo seus 10 anos de estrada no palco do Auditório Ibirapuera, localizado dentro do Parque Ibirapuera, na capital paulista. Foi um final de semana de muito suingue, com direito a gravação de DVD, bolo de comemoração e contou ainda, com as participações especiais de Marisa Orth, Thaíde, Tony Bizarro, Drumagick, Francis Lima, e a ex-integrante do grupo, a baterista e percussionista, Simone Soul.

O Grupo, composto por músicos de altíssimo nível técnico e apurada percepção musical, e que já teve como integrante a cantora Paula Lima, é conhecido pela mistura de ritmos, como o pop, jazz, eletrônica, raízes latinas, samba, ska e o funk tradicional. O show é irresistível, o que nos leva a dançar o tempo todo. É difícil ficar sentado, por mais comportado que seja o espaço do Auditório Ibirapuera.

Opinião

Apesar do reconhecimento da crítica, de artistas renomados e do público antenado e alternativo, a banda não é comercial, não faz parte da indústria cultural, do show business, o que limita o excelente trabalho do FCLG para o grande público. Porém, isso me leva a um questionamento. A limitação cultural da maioria da população que assimila músicas de péssima qualidade, com arranjos simplificados e refrões banais, estaria preparada para o som do Funk Como Le Gusta? Por mais que seja dançante e contagiante?

Longe de mim falar mal da música pop, porque sou fruto deste estilo e gosto de refrões chicletes e músicas com três acordes. Mas, o FCLG me lembra muito o Jazz, ou seja, músicos que tocam para músicos. Claro que temos exceções, e há milhares de pessoas que não tocam um instrumento, mas, admiram uma boa qualidade musical. Porém, o estilo do grupo não é o tipo de som que chega e agrada a grande massa, por conta disso, está fora do set das bandas comerciais, aquelas que vendem mais de 100 mil cópias de CDs e rendem ao mercado fonográfico rios de dinheiro.

O Show

Estava presente nesta comemoração por três motivos: primeiro, porque conheço o grupo desde o início e admiro muito o trabalho do FCLG, segundo, o pai do tecladista Juliano Beccari, trabalha comigo e há tempos estávamos combinando de assistir um show juntos e esta foi uma ótima oportunidade e terceiro, a participação da Marisa Orth, que sou fã incondicional. Tanto é que fui na sexta, pois no sábado ela não poderia participar.

Adorei o show, absolutamente tudo, os solos de teclados, dos metais, os riffs e suingue da guitarra e a pulsação do baixo, sem contar as camas elásticas do baixista, Sérgio Bartolo e do vocal/percussionista, James Muller. Além das participações especiais, cada um com a sua peculiaridade, dando um brilho ainda maior à festa.

Mas, o que mais me agradou no show foi a parte da cozinha, a percussão, principalmente o momento que ficam no palco, quebrando tudo, apenas meus velhos conhecidos do final dos anos 80, James Muller, que era integrande da banda Skowa e a Máfia e já foi também, vocais de Marisa Monte, Kuki Stolarski, que era o baterista do meu grupo alternativo preferido, Luni, da Vange Leonel, no auge da sua carreira e da banda Karnak, e claro, a sensacional baterista Simone Soul, que acompanhou merecidamente muitos artistas, entre eles, Chico César, Zélia Duncan, Os Mutantes e Zeca Baleiro. A pegada de Simone deixa qualquer baterista admirado, de boca aberta.

Bastidores

Após o show fomos cumprimentar o Juliano, filho do meu colega de trabalho. No entanto, aconteceu algo que acaba com qualquer músico que ainda está com a adrenalina no topo. Críticas, mas não críticas ao FCLG e ao show, mas críticas à Marisa Orth. Disseram que as gafes da atriz global prejudicaram o show. Não me intrometi simplesmente para defender Marisa, mas, ao ouvir o comentário do tecladista: “se vocês soubessem como é ruim ouvir isso após um show!”. E, é claro que ele tem toda razão! Ainda mais sentindo a vibração, o público dançando, interagindo com a banda. Fora que show perfeitinho, particularmente, eu acho muito chato. Foi aquele tipo de comentário que não serve absolutamente para nada, me intrometi porque senti a dor do colega de trabalho (musical).

Defendi Marisa dizendo que ela é assim mesmo. Nesses 20 anos que acompanho sua carreira, ela sempre entra fora de hora, erra letra, e que não prejudicou em nada o show de comemoração dos dez anos do FCLG. Essas gafes nunca fecharam as portas para a atriz/cantora, e sabe por que não? Porque ela tem talento, é carismática e todos sabem que ela é mais atriz que cantora, mas, mesmo como cantora ela encanta e tem um ótimo potencial de voz, um vozeirão! Fez aula de canto com a conceituada professora Nancy Miranda e canta muito melhor que algumas cantoras profissionais que estão aí na mídia, na boca do povo. Para mim, sempre será “The Best”.

Eu aceito que falem mal dos meus ídolos, Rita Lee, Cazuza, Cássia Eller, Marisa Orth, mas tem que ter fundamento, argumento, não simplesmente falar mal porque é conhecido, está na mídia, faz sucesso. Isso é preconceito com as celebridades, nem todos estão na rede Globo apenas para enfeitar. Muitos têm talento e ralaram muito para chegar onde estão. Marisa tem estrela e uma hora dessas, escreverei apenas do Luni e dela.

Beijos e deixem comentários, heinnnn!!??
Paz & Música
Nana

Não consegui postar o vídeo aqui, pois a extensão é maior que a permitida no blog. Mas, para ter uma idéia de como foi o show, aí vai o link do clipe produzido pelo próprio Auditório Ibirapuera, com os melhores momentos do show do Funk Como Le Gusta: http://www.youtube.com/watch?v=_TC2PVtAdR8

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