quarta-feira, 20 de maio de 2009

Apenas uma Garotinha - A História de Cássia Eller

Por Enquanto - Música de Renato Russo

Apenas uma Garotinha - A História de Cássia Eller é o livro que conta a trajetória de vida da cantora, narrando desde sua infância até sua morte no dia 29 de dezembro de 2001. O livro aborda todos os detalhes pessoais e de sua carreira artística no pop rock nacional. Cássia, considerada na época a maior representante do pop do Brasil, que tinha um poderoso potencial de voz e era uma explosão de energia no palco, na verdade era uma pessoa excessivamente tímida. Mas, segundo às pessoas mais próximas, era terna, carinhosa, brincalhona e gostava, como uma boa sagitariana, de ter os verdadeiros amigos sempre reunidos.

No entanto, esta timidez praticamente a levou tão precocemente para o outro plano. Aos 39 anos, completados em 10 de dezembro, dias antes de sua morte, Cássia deixou uma carreira de sucesso, seu filho Chicão e sua companheira Maria Eugênia. Aproveitando a deixa, esta história de amor rompeu todos os tabus de preconceitos, colocando em evidência este modelo de família tão criticado pela sociedade e tão condenado pelo Vaticano, principalmente pelo atual Papa. Lembro da torcida a favor de Maria Eugênia para que ganhasse do pai de Cássia, o Sr. Altair, o direito de guarda de Chicão. E sua vitória foi um avanço no senso de justiça do país.

Cássia, depois de mais de dez anos na mídia, não esperava o grande sucesso do CD/DVD “Acústico MTV”. Sem contar que a cantora teve uma doença, febre reumática, dos dez aos vinte anos e como seqüela, uma arritmia cardíaca. Portanto, o excesso de shows em 2001 e a exposição nos veículos de comunicação, deixaram Cássia Eller apreensiva, atormentada, ansiosa e para enfrentar toda esta fama foi se afundando cada vez mais na cocaína, no álcool e o seu coração, tão comprometido por causa da doença de infância e das drogas, não resistiu a toda esta pressão e o infarto no miocárdio seguido de parada cardiorrespiratória foi inevitável.

Recordo uma das vezes que Cássia foi ao Jô Soares e simplesmente não conseguia falar de tão nervosa, de tanta timidez. Fiquei apreensiva por ela, que inclusive, o pouco que conseguiu falar foi gaguejando. Eu entendo um pouco isso porque também sou tímida e morro de medo de um dia ser famosa e ter que enfrentar o Jô Soares ou a Marília Gabriela......,rs ......(sonho meu), mas, acho que Cássia Eller tinha toda a timidez do mundo com pessoas desconhecidas e com a fama adquirida.

Contudo, admiro Cássia desde que ela surgiu em 1990 com o sucesso “Por Enquanto” de Renato Russo, e o primeiro show que vi, neste mesmo ano, desta garota carioca criada em Belo Horizonte e em Brasília foi no Dama Xoc, na região de Pinheiros, em São Paulo. Minha empatia foi imediata, fiquei impressionada com aquela loucura toda no palco. Nem a rainha do rock, que sigo desde os onze anos de idade, a Rita Lee, tinha tanta fúria e atitude rock and roll.

Cássia apesar de não ter me influenciado para ingressar na música, pois quanto ela surgiu na mídia eu já tocava baixo na banda NB8 há 4 anos e meu sonho de cantar e meu fanatismo pela Rita Lee já tinham 10 anos, foi de extrema importância para mim, pois ela veio para enaltecer o meu timbre de voz, o contralto legítimo, ou seja a voz grave feminina. Depois de Cássia, surgiu no mercado fonográfico uma leva de cantoras contraltos, como Zélia Duncan, Ana Carolina, Isabella Taviani, Nila Branco e tantas outras. Sem contar, toda aquela pegada e energia de palco. Era Sensacional, e de uma certa forma, me influenciou no jeito de interpretar as músicas.

Portanto, quando ela lançou “Malandragem”, em 1994, seu segundo grande sucesso, eu adotei completamente esta música para minha carreira. Não apenas adotei, como todos os meus amigos e praticamente todas as pessoas que já me viram cantar e tocar esta canção assimilam ela a mim. Tanto é que, no ano seguinte de seu falecimento, a Subprefeitura de Santo Amaro promoveu uma festa de rua e me convidou para homenagear Cássia Eller.

Malandragem, composição de Cazuza e Frejat

Segundo Roberto Frejat e Ezequiel Neves, a música “Malandragem”, composta por Cazuza e Frejat foi feita para Ângela Rô Rô, pois o namorado de Cazuza morava no mesmo apartamento da namorada de Ângela e como eles viviam se encontrando por lá, Caju, como era carinhosamente conhecido pelos amigos, prometeu uma composição para a cantora de voz rouca, também com o timbre de voz contralto e cheia de atitudes polêmicas e radicais na vida pessoal.

Ângela, com seu jeito todo espontâneo de ser, simplesmente disse o seguinte: “eu não cantarei esta merda de música”. Sendo assim, anos depois a canção foi apresentada à Cássia que se identificou completamente e até hoje é um dos maiores sucessos de sua carreira, e a frase “apenas uma garotinha” virou título do livro e do projeto do filme sobre sua vida.

Nana em Malandragem

Esta música, “Malandragem”, é obrigatória no meu repertório, se por acaso eu penso em não tocá-la, recebo várias manifestações a favor da canção. Sinceramente eu não tenho mais paciência para cantá-la, mas, isso nos ensaios, porque quando subo ao palco a energia vêm à tona e realmente canto como se fosse minha.

E tenho algo a confessar, sei que é muito feio o sentimento de posse, mas, fora a Cássia Eller, não gosto de ouvir outra pessoa cantando esta música, nem em veículos de comunicação e nem em barzinhos. Ela é minha, rs.....pois apesar de responsável e madura, eu ainda sou uma garotinha no jeito de ser, de celebrar a vida, de acreditar no ser humano e que se magoa profundamente quando alguém estraga a brincadeira ou joga aquele balde de água fria, (eu só peço a Deus, um pouco de malandragem).

Santo Amaro – Não é que fomos vizinhas?

No começo nos anos 90, quando vieram para São Paulo no intuito de divulgar e promover a carreira musical da cantora, Maria Eugênia e Cássia Eller foram minhas vizinhas. Elas moraram aqui perto de casa, num apartamento próximo ao Largo Treze de Maio. No livro, o bairro de Santo Amaro foi considerado apenas industrial e praticamente periférico pela sua distância ao centro da cidade. Quanto a ser longe do centro e pela falta de metrô para se locomover aos outros bairros, concordo plenamente, principalmente quando se depende de transporte público. Quanto a ser um bairro industrial, isso foi realmente verdade, porém, no final dos anos 60 e nos anos 70, há tempos a maioria das fábricas já se deslocaram para outras bairros e cidades, inclusive na época que elas estavam por aqui.

Contudo, não concordo pelo modo que a região foi mencionada no livro. Santo Amaro, há muito tempo é considerado um bairro residencial, tranqüilo e ótimo para se morar, com parques, praças, mercados, casa de shows, infra-estrutura e uma infinidade de lazer. E hoje, foi invadida pelo boom imobiliário e o valor do metro quadrado é caríssimo, como já mencionei aqui neste blog. Não chega a ter o mesmo valor que uma Vila Nova Conceição, Moema ou Vila Mariana, todos na zona Sul também, mas, tornou-se um bom e requisitado bairro para se morar. A maioria dos meus amigos de infância, inclusive os que, graças a Deus, estão bem financeiramente dizendo, optaram, mesmo após o casamento, a continuar no bairro, poderiam ir para qualquer região mais nobre, mas ficaram por aqui.

A pesquisa feita pelos escritores do livro, Ana Cláudia Landi e Eduardo Belo, não foi tão eficiente assim. Ou eles não apuraram os fatos devidamente, ou não tiveram uma fonte confiável. Além dos encantos do Bairro, e da passagem de Cássia por aqui, moram ou moraram em Santo Amaro algumas pessoas ilustres, entre eles: Raul Cortez, Elis Regina, Denise Del Vecchio, Maurício Kubrusly, Júlio Guerra e tantos outros.

Voltando à Cássia Eller, uma pena mesmo que não soube disso na época. Com certeza daria plantão na frente do apartamento delas para fazer amizade e quem sabe tocar baixo em sua banda, nunca se sabe, né? Já pensou? Teria sido o máximo.

Livro: Apenas Uma Garotinha – A História de Cássia Eller
Autores: Ana Cláudia Landi e Eduardo Belo
Editora: Planeta (Brasil)
Faixa de Preço: R$ 31,92 a R$ 39,90


Banda Josie - Malandragem




Paz, Música & Amor!

Fiquem com Deus!

Nana





3 comentários:

  1. Concordo com vc Nana..Santo Amaro é o melhor bairro pra se morar....apesar de todos os problemas sociais que existem por aqui...
    Luiz José
    25/06/2009

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  2. Estou estudando canto também possuo uma voz grave Contralto... Me identifico mais com a Ana Carolina, mas Cássia Eller também tinha uma presença de palco marcante! Sucesso em sua carreira! bjs: Luciana

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  3. mais ainda morta cássia eller ficar em nóssos corações, como uma bela cantora bela artista, e com suas musicas que para min. a melhor é malandragem.

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