terça-feira, 22 de julho de 2014

Rita Lee prestigia pela segunda vez o musical que conta a trajetória de sua vida: Rita Lee Mora ao Lado


E eu estava lá 


Neste último sábado (19) assisti o espetáculo musical Rita Lee Mora ao Lado no Teatro das Artes, localizado no Shopping Eldorado, em Pinherios, Zona Oeste da capital paulista. Quem me conhece sabe o quanto a rainha do rock nacional é importante na minha vida e já relatei este assunto por aqui algumas vezes. A peça estreiou no começo de abril deste ano e segue em cartaz na cidade até o próximo mês de agosto.

Como fã de chorar que sou deveria ter ido assistir logo no início, mas acabei enrolando e só agora fui prestigiar o espetáculo. Neste mesmo mês de abril, uma amiga do curso de inglês foi num domingo assistir e quem estava na plateia?  Nada mais, nada menos que a própria Rita Lee. A surpresa fez a atriz Mel Lisboa, que interpreta a cantora no musical, cair aos prantos de tanta emoção e eu? Claro, fiquei morrendo de inveja da minha amiga por estar lá justamento no dia que a artista mais importante da minha vida estava lá. Envy total. No último ano a palavra envy não foi apenas uma nova palavra que aprendi em inglês, mas a palavra que mais ouvi no curso que segue um método terapêutico para pessoas como eu que já possuem elementos suficiente para se comunicar em inglês, mas travam.

Enfim, envy, envy, envy de Lúcia que viu a Rita na plateia. Rita Lee é o tipo de artista que nunca foi muito acessível, pois quando comecei a ser sua fã, além de ainda ter apenas onze anos, ela estava no auge da fama, aquela fama de quem não pode sair na rua mesmo, era adorada e idolatrada por muitos e principalmente por crianças e adolescentes. Por este motivo e por ser capricorniana, a cantora sempre foi mais família, principalmente nos anos 80. Ela nunca foi de sassaricar por aí, de frequentar os points das celebridades. Por este motivo é praticamente impossível encontrar a Rita  em São Paulo, cidade na qual a cantora sempre morou. Portanto, é uma dádiva encontrar a rainha do rock sentada na plateia de algum espetáculo.

Mas tudo bem, não temos tudo na vida, mas aí o universo conspirou a meu favor e quem estava novamente no teatro das Artes neste sábado (19)? Sim, ela mesma, Rita Lee Jones com Roberto de Carvalho e o filho caçula, João. Minha irmã, minhas amigas e eu  estávamos ali esperando o espetáculo começar quando de repente vi uma mulher falando no rádio, logo depois olhei para trás e algumas pessoas entravam rapidamente seguindo para cinco fileiras abaixo de onde estávamos e era ela, era Rita, era a cantora que sou fã de chorar há 34 anos, sim, fã de chorar, e choro mesmo, chorei quase as duas horas e meia que dura o espetáculo. Não só por ter a rainha do rock tão próxima de mim, sem ser num próprio show, mas por ver a trajetória da sua vida ser contada no palco por um elenco exalando emoção que se funde com as histórias de nossas próprias vidas.

Sim, o que passa em nossas cabeças durante o espetáculo é um filme de nossas próprias vidas, mesmo para aqueles que não são fãs como eu, pois as canções de Rita embalaram a vida de muita gente, são personagens que se cruzam, principalmente para quem têm mais de 40 anos. A gente fica lembrando do ano que foi lançada a canção, o que estava acontecendo com a cantora, o que estava acontecendo no país, o que estava acontecendo em nossas vidas, na infância e principalmente na adolescência.
 
O espetáculo é simples e despojado, com um único cenário, mas é sensacional justamente por contar a trajetória da Rita Lee de uma maneira tão criativa e divertida. Me emocionei do início ao fim, principalmente na cena que Caetano e Gil foram presos e exilados pela Ditadura Militar. A interpretação magistral do menino propaganda das casas Bahia, Fabiano Augusto, de Ney Matogrosso, espetacular, ponto alto do espetáculo. Sim, foi através de Ney que a Rita Lee se aproximou de Roberto de Carvalho, o Zezé. A cena com a Elis Regina fazendo escarcéu na cadeia quando Rita foi presa porque realmente plantaram maconha em sua casa num período que ela estava careta por causa da gravidez, coisa dos milicos também. A partir deste acontecimento as cantoras (Elis e Rita) se tornaram comadres e a Maria Rita se chama assim por causa da Rita Lee mesmo. Os mutantes no Ronnie Von, sim, foi ele que sugeriu o nome pra banda. A certidão de casamento entre Rita e Arnaldo Baptista rasgada no programa da Hebe Camargo.  A cena que me fez chorar também foi o momento que Charles Jones, pai de Rita, lhe dá um violão e diz para ela levar alegria pro mundo e por aí vai. 

Outro ponto alto do musical é quando o elenco interpreta a canção Coisas da Vida mencionando todas as pessoas importantes da vida da Rita Lee que se foram, momento lindo e de arrepitar, pois foi justamente por causa de uma morte atrás da outra que a cantora entrou numa profunda depressão e alcoolismo nos meados dos anos 80 e começo dos 90. Sem contar a homenagem aos artistas que se foram precocemente como Cazuza, Renato Russo, Raul Seixas, Tim Maia, Cássia Eller e Elis Regina. Mesmo o espetáculo não sendo cheio de pompas, pra alguém que é fã de chorar de Rita Lee há 34 anos, está aprovadíssimo, e para Rita Lee também, pois aprovou o livro em 2006 e apoiou a iniciativa da produção do espetáculo. Li numa reportagem neste domingo (20) que da primeira vez ela não chorou, mas que desta vez este momento da canção Coisas da Vida também a fez chorar, não tem como não se emocionar. Em falar nisso, mudei o nome do blog o ano passado de Minhas Mazelas para Coisas da Vida por causa desta música e também porque achei que este nome vinha de encontro à minha nova proposta de blog do que o nome anterior onde ficava por aqui apenas chorando as pitangas das acontecimentos da minha vidinha mal resolvida.
 
Por fim, tenho que mencionar também a dedicada interpretação de Mel Lisboa que nunca tive lá grande admiração, mas está perfeita: os trejeitos, as caretas em cada canção, os gestos, ela fez uma imersão na vida de Rita Lee que impressiona mesmo, achei apenas exagerado o jeito de andar, mas do resto, perfeito. Parabéns ex-ninfeta Anita. Parabéns pelo trabalho, pela coragem, pois a responsa de interpretar a rainha do rock brasileiro é enorme. Agora sou sua fã também, rs......pois tudo vale o quanto eu choro.......e chorei muiiitooooo....




Aí vai o link do texto que publiquei em 2009 falando do meu amor por Rita Lee

http://nanaminhasmazelas.blogspot.com.br/2009_08_01_archive.html

 
Por enquanto é só, amiguinhos.
Paz & Música
Nana Falavigna
 

Rita Lee Mora ao Lado
 
Sinopse

Rita Lee Mora ao Lado - O Musical é uma comédia adaptada teatralmente do livro “Rita Lee Mora ao Lado – Uma Biografia Alucinada da Rainha do Rock”, do escritor Henrique Bartsch. A peça conta com direção de Débora Dubois e Márcio Macena e a produção é uma parceria entre a Cantando na Chuva e a Brancalyone Produções Produções Artísticas. Como na obra, a peça mistura realidade e ficção, para contar a trajetória da cantora desde a época dos Mutantes, nos anos 60, até os dias de hoje, por meio das divertidas confusões de Bárbara Farniente, uma vizinha que sempre acompanhou de perto a vida da família da cantora, já que sua mãe era apaixonada pelo pai de Rita. Bárbara nasce no mesmo dia e na mesma hora da artista e as vidas das duas se cruzam em vários episódios. O foco da montagem será a mulher e estrela do rock a partir da ótica dos autores sobre sua infância, a adolescência, seu encontro com a música e seus amores. A trama apresentará detalhes pouco conhecidos da vida da artista sobre um pano de fundo que inclui personagens da música dos últimos 50 anos, como Tim Maia, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Elis Regina, Gal Costa e muitos outros. “Rita Lee Mora ao Lado” será repleta de canções que marcam os trabalhos de Rita em formações como Teenager Singers, Tutti Frutti e Mutantes, além de sua carreira solo e as parcerias com Roberto de Carvalho.

Serviço
Rita Lee Mora ao Lado
Elenco: Mel Lisboa como Rita Lee e Carol Portes como Bárbara Farnicente, além de Débora Reis, Fabiano Augusto, Rafael Maia, Samuel de Assis, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Cesar Figueiredo, Fabio Ventura, Flavia Strongolli, Nanny de Souza, Nellson Oliveira, Talitha Pereira e uma banda ao vivo
Direção:   Débora Dubois e Márcio Macena 
Duração:   140 minutos 
Recomendação:   14 anos
Local: Teatro das Artes - Avenida Rebouças, 3970 - Shopping Eldorado - Pinheiros - São Paulo - SP - Tel.: (11) 3034 0075
Horário: Sexta, 21h30; sábado, 21h; domingo, 19h.

Bilheteria: 14h/20h (terça a quinta); a partir das 14h (sexta a domingo).
Estacionamento (R$ 14,00 por quatro horas).

Sexta: R$ 60,00 e R$ 80,00  

Sábado: R$ 80,00 e R$ 100,00 
 
Domingo: R$ 70,00 e R$ 90,00

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